Em um cenário educacional cada vez mais voltado ao protagonismo do estudante, as Metodologias Ativas vêm ganhando destaque entre as instituições de ensino.
Diferentemente do modelo tradicional, em que o aluno é um receptor passivo de informações, essas metodologias colocam o estudante no centro do processo de aprendizagem. Isso promove maior engajamento, senso crítico e autonomia, além facilitar a absorção de conteúdos de forma significativa e aplicável.
Mas, afinal, quais são as principais metodologias ativas aplicadas na educação básica, no ensino superior e até mesmo em programas de formação profissional?
Confira quais são as principais Metodologias Ativas
Entre as metodologias ativas mais reconhecidas e utilizadas no ambiente escolar em variados níveis de escolaridade, destacam-se:
STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática)
A abordagem STEAM promove o aprendizado por meio da integração entre diferentes áreas do conhecimento, estimulando a criatividade, o raciocínio lógico, a inovação e a resolução de problemas complexos. Mais do que um acrônimo, STEAM representa uma forma de pensar e aprender baseada na experimentação, na colaboração e no pensamento crítico.
Ela é aplicada, sobretudo, em projetos interdisciplinares, atividades maker, robótica educacional, programação e desafios que conectam teoria e prática. Em suma, ao articular ciência e tecnologia com processos artísticos e engenharias do cotidiano, a STEAM desenvolve competências essenciais para a vida, como autonomia, comunicação e pensamento sistêmico — preparando os estudantes para atuarem de forma ativa, ética e criativa na sociedade e no mercado de trabalho.
Método Paulo Freire
Baseado no diálogo, na escuta ativa e na valorização da realidade do aluno, o método Paulo Freire propõe uma educação libertadora, em que o estudante é sujeito do próprio processo de aprendizagem.
A metodologia incentiva a reflexão crítica, o senso de pertencimento e a construção coletiva do saber. Para isso, partindo da vivência e do contexto social de cada indivíduo.
Nesse sentido, ao contrário de uma abordagem tradicional, centrada na transmissão unilateral de conteúdos, o método freiriano valoriza o conhecimento prévio do aluno e promove o debate como ferramenta para transformação pessoal e social.
Método Montessori
Criado por Maria Montessori, esse método valoriza o desenvolvimento da autonomia, do senso de responsabilidade e do aprendizado individualizado, respeitando as fases de desenvolvimento de cada criança. O ambiente é cuidadosamente preparado para promover a autoeducação, permitindo que os alunos explorem conteúdos no seu próprio ritmo. Isso significa, portanto, liberdade para escolher suas atividades dentro de um espaço estruturado e estimulante.
Os materiais didáticos são concretos, sensoriais e manipulativos, desenvolvidos especialmente para favorecer a compreensão prática dos conceitos e incentivar a experimentação.
O papel do educador, nesse sentido, é o de um observador atento e guia, intervindo apenas quando necessário. Também é importante promover um aprendizado mais significativo, baseado na curiosidade, na descoberta e no protagonismo infantil.
Além disso, a metodologia favorece a concentração, a autodisciplina e o respeito ao outro, promovendo um ambiente de aprendizagem colaborativo e harmonioso.
Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP)
Na Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP), os alunos são desafiados a encontrar a solução para um problema real através de um produto concreto. Durante o projeto, que pode durar de semanas a meses, os estudantes planejam, pesquisam, tomam decisões fundamentadas e apresentam os resultados a uma audiência, interna ou externa à escola.
Nesse sentido, essa metodologia favorece o trabalho em equipe, a autonomia e a corresponsabilidade entre os alunos, além de promover a integração entre diferentes áreas do conhecimento. A ABP estimula o pensamento crítico, a criatividade e a habilidade de comunicar ideias com clareza.
Além disso, ao lidar com situações do mundo real, os estudantes atribuem mais sentido ao aprendizado, o que aumenta o engajamento e fortalece o protagonismo.
Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL)
Muito utilizada em variados níveis de ensino, a PBL (Problem-Based Learning) parte de um problema real ou simulado para mobilizar os estudantes a buscarem soluções fundamentadas. O foco, portanto, está no processo investigativo, na colaboração e na construção de conhecimento por meio da pesquisa e da análise crítica.
Ao serem confrontados com uma situação-problema, os alunos precisam ativar seus conhecimentos prévios, levantar hipóteses, identificar o que precisam aprender e buscar informações relevantes para propor respostas coerentes e bem embasadas.
Essa metodologia, assim como a ABP, aproxima o conteúdo teórico da prática profissional, tornando o aprendizado mais significativo e aplicável à realidade do aluno.
Gamificação na Educação
A gamificação utiliza elementos típicos dos jogos — como missões, pontuações, desafios, níveis e recompensas — para tornar o processo de aprendizagem mais dinâmico, envolvente e atrativo para os estudantes.
Em suma, essa metodologia estimula a motivação intrínseca, o foco, a perseverança e a capacidade de solucionar problemas em contextos diversos, promovendo o engajamento contínuo e o aprendizado significativo.
Além disso, a gamificação favorece o desenvolvimento de competências socioemocionais, como cooperação, resiliência, empatia e tomada de decisão. Dessa forma, quando bem aplicada, ela permite que os alunos aprendam de forma lúdica, assumindo responsabilidades e acompanhando seu próprio progresso.
É importante lembrar, no entanto, que seu uso pode ser integrado a diferentes disciplinas e faixas etárias, seja em plataformas digitais ou em atividades presenciais, tornando o ambiente escolar mais criativo e conectado com o perfil das novas gerações.
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