5 min de leitura

Em um cenário educacional cada vez mais voltado ao protagonismo do estudante, as Metodologias Ativas vêm ganhando destaque entre as instituições de ensino.

Diferentemente do modelo tradicional, em que o aluno é um receptor passivo de informações, essas metodologias colocam o estudante no centro do processo de aprendizagem. Isso promove maior engajamento, senso crítico e autonomia, além facilitar a absorção de conteúdos de forma significativa e aplicável. 

Mas, afinal, quais são as principais metodologias ativas aplicadas na educação básica, no ensino superior e até mesmo em programas de formação profissional?

Confira quais são as principais Metodologias Ativas

Entre as metodologias ativas mais reconhecidas e utilizadas no ambiente escolar em variados níveis de escolaridade, destacam-se:

STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática)

A abordagem STEAM promove o aprendizado por meio da integração entre diferentes áreas do conhecimento, estimulando a criatividade, o raciocínio lógico, a inovação e a resolução de problemas complexos. Mais do que um acrônimo, STEAM representa uma forma de pensar e aprender baseada na experimentação, na colaboração e no pensamento crítico.

Ela é aplicada, sobretudo, em projetos interdisciplinares, atividades maker, robótica educacional, programação e desafios que conectam teoria e prática. Em suma, ao articular ciência e tecnologia com processos artísticos e engenharias do cotidiano, a STEAM desenvolve competências essenciais para a vida, como autonomia, comunicação e pensamento sistêmico — preparando os estudantes para atuarem de forma ativa, ética e criativa na sociedade e no mercado de trabalho.

Método Paulo Freire

Baseado no diálogo, na escuta ativa e na valorização da realidade do aluno, o método Paulo Freire propõe uma educação libertadora, em que o estudante é sujeito do próprio processo de aprendizagem.

A metodologia incentiva a reflexão crítica, o senso de pertencimento e a construção coletiva do saber. Para isso, partindo da vivência e do contexto social de cada indivíduo.

Nesse sentido, ao contrário de uma abordagem tradicional, centrada na transmissão unilateral de conteúdos, o método freiriano valoriza o conhecimento prévio do aluno e promove o debate como ferramenta para transformação pessoal e social. 

Método Montessori

Criado por Maria Montessori, esse método valoriza o desenvolvimento da autonomia, do senso de responsabilidade e do aprendizado individualizado, respeitando as fases de desenvolvimento de cada criança. O ambiente é cuidadosamente preparado para promover a autoeducação, permitindo que os alunos explorem conteúdos no seu próprio ritmo. Isso significa, portanto, liberdade para escolher suas atividades dentro de um espaço estruturado e estimulante.

Os materiais didáticos são concretos, sensoriais e manipulativos, desenvolvidos especialmente para favorecer a compreensão prática dos conceitos e incentivar a experimentação. 

O papel do educador, nesse sentido, é o de um observador atento e guia, intervindo apenas quando necessário. Também é importante promover um aprendizado mais significativo, baseado na curiosidade, na descoberta e no protagonismo infantil.
Além disso, a metodologia favorece a concentração, a autodisciplina e o respeito ao outro, promovendo um ambiente de aprendizagem colaborativo e harmonioso.

Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP)

Na Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP), os alunos são desafiados a encontrar a solução para um problema real através de um produto concreto. Durante o projeto, que pode durar de semanas a meses, os estudantes planejam, pesquisam, tomam decisões fundamentadas e apresentam os resultados a uma audiência, interna ou externa à escola.

Nesse sentido, essa metodologia favorece o trabalho em equipe, a autonomia e a corresponsabilidade entre os alunos, além de promover a integração entre diferentes áreas do conhecimento. A ABP estimula o pensamento crítico, a criatividade e a habilidade de comunicar ideias com clareza.

Além disso, ao lidar com situações do mundo real, os estudantes atribuem mais sentido ao aprendizado, o que aumenta o engajamento e fortalece o protagonismo.

Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL)

Muito utilizada em variados níveis de ensino, a PBL (Problem-Based Learning) parte de um problema real ou simulado para mobilizar os estudantes a buscarem soluções fundamentadas. O foco, portanto, está no processo investigativo, na colaboração e na construção de conhecimento por meio da pesquisa e da análise crítica.

Ao serem confrontados com uma situação-problema, os alunos precisam ativar seus conhecimentos prévios, levantar hipóteses, identificar o que precisam aprender e buscar informações relevantes para propor respostas coerentes e bem embasadas. 

Essa metodologia, assim como a ABP, aproxima o conteúdo teórico da prática profissional, tornando o aprendizado mais significativo e aplicável à realidade do aluno.

Gamificação na Educação

A gamificação utiliza elementos típicos dos jogos — como missões, pontuações, desafios, níveis e recompensas — para tornar o processo de aprendizagem mais dinâmico, envolvente e atrativo para os estudantes. 

Em suma, essa metodologia estimula a motivação intrínseca, o foco, a perseverança e a capacidade de solucionar problemas em contextos diversos, promovendo o engajamento contínuo e o aprendizado significativo.

Além disso, a gamificação favorece o desenvolvimento de competências socioemocionais, como cooperação, resiliência, empatia e tomada de decisão. Dessa forma, quando bem aplicada, ela permite que os alunos aprendam de forma lúdica, assumindo responsabilidades e acompanhando seu próprio progresso. 

É importante lembrar, no entanto, que seu uso pode ser integrado a diferentes disciplinas e faixas etárias, seja em plataformas digitais ou em atividades presenciais, tornando o ambiente escolar mais criativo e conectado com o perfil das novas gerações.

Você também pode gostar disso:

GEduc 2025: Reflexões e inovações para o futuro da Educação. Clique aqui para ler o conteúdo completo.