3 min de leitura

O segredo para alcançar a alta produtividade educacional mora nas práticas de boa gestão pedagógica. Nesse contexto, precisamos refletir sobre quatro fatores, sendo eles: organização de tempo, delegação de funções, elencar prioridades das tarefas e o considerar e levar a sério o chamado “debriefing”, uma espécie de feedback rápido sobre a aula dos professores.

Partindo do item mais básico e essencial, os professores e coordenadores pedagógicos precisam ter tempo de sobra para exercer suas atividades principais. O corpo docente, por sua vez, deve conseguir preparar uma boa sala de aula para a turma, enquanto os coordenadores são encarregados de dar feedback para esses profissionais.

Para organizarem a rotina e não ficarem sobrecarregados, os educadores precisam gerir adequadamente o seu tempo. O princípio básico da organização é ter um calendário de horários fixos e tentar cumpri-lo. Na montagem, é recomendado começar pelas atividades prioritárias e permanentes, que devem representar 60% do cronograma, deixando os outros 40% para demandas emergenciais ou circunstanciais – aquilo que não se tem controle se vai acontecer ou não.

A partir do momento em que você cria essa cultura organizacional, as pessoas já começam a te chamar nos horários corretos. É claro que nem sempre será possível fazer tudo, mas as prioridades estarão sempre em ordem e haverá um espaço específico para cuidar de imprevistos.

Pensando nisso, também fica nítida a importância de saber delegar tarefas. Em vez de descrever as funções de cada profissional da instituição, a gestão pedagógica pode listar as não-funções (por exemplo, o que um coordenador não faz?) e, a partir disso, dividir as atividades entre a equipe.

Para o gestor não ficar inseguro com essa organização, vale a pena realizar reuniões periódicas de check-list, com uma ata, uma pauta e o estabelecimento de um ritmo de trabalho para todos. Dessa forma, os envolvidos conversam e os supervisores realizam um acompanhamento do que está acontecendo internamente.

Outro ponto que merece cuidado por parte das escolas está relacionado à questão de querer encaixar todas as novidades do mundo moderno dentro da sala de aula.

Esse quadro pode facilmente sobrecarregar o professor ou fazer com que a turma tenha que resolver a apostila inteira em uma velocidade muito intensa, colocando o ensino acima da aprendizagem (o que nunca deve ser o objetivo).

Para garantir que os estudantes estão, de fato, aprendendo, a gestão pedagógica e os professores devem se concentrar naquilo que é prioridade para a instituição de ensino. Nesse campo, entra o debriefing – mencionado acima -, técnica na qual o coordenador verifica como está a aula. Essa análise deve consistir em um diagnóstico mensal, realizado nas aulas de todos os professores, com parâmetros iguais de observação.

Então, o coordenador precisa listar os aspectos que verifica na sala, para, então, efetuar um feedback eficiente aos profissionais. Principalmente no início desse ciclo, é essencial priorizar a menção dos aspectos positivos para construir as críticas de forma gradual e construtiva.

O interessante, ainda, é parametrizar essas avaliações de feedback, transformando-as em números e gráficos. O debriefing, por sua vez, acontecerá de forma rápida e imediata, com o supervisor passando as suas considerações sobre a aula em cerca de 5 minutos. Ao longo do ano, o coordenador pedagógico poderá mostrar a evolução do professor, contribuindo para o engajamento e motivação da equipe. Todo esse projeto da gestão pedagógica deve deixar claro qual o objetivo da sua escola, e mobilizar o time para que, juntos, vocês alcancem.

Colunista Christian Coelho
Coluna por

Christian Rocha Coelho

Especialista em gestão, comunicação, marketing e andragogia com 25 anos de experiência no mercado educacional – CEO do Grupo Rabbit e Presidente da Rabbit Partnership, a maior consultoria educacional da América Latina. Autor do livro “Como fazer a sua Escola Crescer” e co-autor do livro “O Efeito COVID-19 e a transformação da Comunidade Escolar”.