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Quem investiu na poupança em 2020 perdeu dinheiro. Isso mesmo. Aquela certeza que você tinha de que a poupança era um ótimo investimento, não é mais válida e isso não é culpa sua.

No Brasil, oito a cada dez pessoas investem na poupança, mesmo existindo opções de investimento muito melhores.

Quer outro dado chocante? No Brasil, nem 5% da população investe na bolsa de valores, enquanto em países como os Estados Unidos, por exemplo, mais de 50% da população é investidora. Assustador, não?

Além disso, dados do Sebrae indicam que 60% das pequenas e médias empresas do Brasil fecham com menos de 5 anos de vida. O motivo? Falta de educação financeira. 

Em mais de 35% desses casos de falência o motivo foi a má gestão financeira. Vale lembrar que escolas também estão inclusas nesses dados, já que a maioria é empresa pequena/média. 

E repito. Não é culpa sua e sim de um sistema nacional que nunca incentivou a educação financeira entre os jovens, criando, assim, uma bola de neve. 

Mas esse cenário está prestes a mudar e os alunos vão se beneficiar muito disso!

Desde dezembro do ano passado, o Ministério da Educação (MEC) está em conversas com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para levar educação financeira para mais de 25 milhões de jovens de todo o Brasil.

É um plano extremamente ambicioso e necessário para o futuro do país e, pessoalmente, acredito que seja algo revolucionário. 

E agora, você deve estar se perguntando: como meus alunos se beneficiarão disso? Precisamos investir em algo? É um curso separado?

Respondendo: 

  • Educação financeira é um caminho para a independência. Se você não souber botar o dinheiro para trabalhar para você, você terá que trabalhar por ele. 

Em outras palavras, não basta apenas ganhar dinheiro. É necessário saber usá-lo e poupá-lo da melhor forma possível. Já tinha pensado nisso? Saber gerir o próprio dinheiro é tão importante quanto ganhá- lo. 

  • Nessa parceria entre CVM e MEC, a ideia do projeto é atingir 25% de todos os professores do Brasil com cursos de formação que terão 40 horas aula e serão via EAD. Caso os 500 mil professores sejam capacitados com êxito, a educação financeira será incorporada em suas respectivas turmas e mais de 25 milhões de alunos da rede pública e privada serão beneficiados.

Os conhecimentos sobre educação financeira não farão parte de uma nova disciplina. Será um conhecimento complementar incorporado à grade já existente.  

  • Os cursos serão gratuitos para os professores. Basta o interesse por parte deles. Com o curso finalizado, o professor será certificado e estará apto para levar esse novo conhecimento para a escola.
  • O acordo entre o MEC e a CVC durará três anos e a expectativa é que ele tenha suas operações iniciadas já no segundo semestre de 2021. Gestores escolares, fiquem de olho! Esse não só será um diferencial importante para a escola, como, é um ensinamento precioso para o sucesso futuro dos alunos.

Conclusão:

Como mencionei anteriormente, mais importante do que ganhar dinheiro é saber lidar com ele. E a resposta para isso é simples: educação financeira.

Parabéns à CVM e ao MEC por essa iniciativa. Que juntos, gestores, professores e empresas do setor, possamos reescrever o futuro da educação no Brasil! 

 


 

Colunista Ricardo Sales
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Ricardo Sales

Formado em Engenharia pelo ITA e fez MBA em Stanford. Trabalhou no Goldman Sachs por 3 anos e foi vice-presidente da General Atlantic por 7 anos. Ricardo também é co-fundador da ONG Primeira Chance e recentemente fundou o isaac, parceiro da comunidade escolar em gestão financeira incrivelmente simples.