Dia do Halloween: como as escolas internacionais comemoram a data?
Desde o início do mês de outubro, bruxinhas, fantasmas e abóboras passaram a fazer parte da decoração de muitos colégios. Mais do que uma festa temática, o Dia do Halloween, comemorado no próximo dia 31, tem função pedagógica e cultural importante em escolas internacionais e bilíngues.
A data, que muitas vezes é traduzida para o português como o Dia das Bruxas, é na verdade a abreviação da frase “all hallows’ evening”, que significa a “noite de todos os santos”. Esse dia era celebrado há mais de 2.000 anos pelos celtas, povo que habitava as regiões onde estão o Reino Unido e Irlanda – países com língua inglesa.
“Datas comemorativas são sempre uma oportunidade importante para levar às crianças conteúdos de forma significativa e atraente. Apesar de não ser uma data comemorada no Brasil, o Halloween tem um espaço importante no currículo da nossa escola”, conta Francisco Lavieri, diretor da unidade Otávio Nebias do colégio Itatiaia, em São Paulo.
O colégio, que tem currículo bilíngue, usa o Dia do Halloween para trabalhar uma série de projetos interdisciplinares com as crianças da educação infantil.
Dia do Halloween: como fazer conexões culturais
Segundo Lavieri, uma das primeiras atividades da escola no Dia do Halloween é explicar o significado da comemoração e fazer uma conexão com outra data comemorativa mais conhecida do brasileiros: o dia de todos os santos, comemorado um dia depois do Halloween, em 1º de novembro.
“Apesar de os cristãos não comemorarem o Halloween, há uma celebração parecida no dia seguinte, ainda que as tradições e crenças sejam diferentes. A gente apresenta as duas datas para as crianças, explicamos as diferenças. É uma forma de falar com elas sobre diversidade religiosa e respeito”, diz Lavieri.
Ainda segundo ele, ao trabalhar com o Halloween, a escola desenvolve atividades de diversas áreas, como história, geografia, português, inglês.
“Sem falar que estamos mostrando para as crianças mais sobre a cultura da segunda língua que estão aprendendo. Isso faz com que o aprendizado se torne muito mais significativo”, diz.
Dia do Halloween desenvolve competências culturais
Sara Luísa Souza, coordenadora bilíngue da Peak School, também diz que, ao propor atividades com o tema do Dia do Halloween, a escola está buscando desenvolver e encorajar competências culturais nos alunos.
“Assim como no Brasil, onde temos o nosso folclore e as nossas festas culturais, como o carnaval por exemplo, nos países em que o Inglês é a primeira língua, o Halloween é muito celebrado e festejado”, diz.
“Quando desenvolvemos atividades e experiências relacionadas a eventos culturais celebrados nesses países, estamos olhando não apenas para a língua inglesa e o vocabulário em si, estamos buscando formar cidadãos do mundo, que entendem e compreendem que existem histórias e culturas diferentes da nossa”, completa Sara.
Lavieri conta ainda que, em sua escola, uma das atividades propostas às crianças é que façam associação entre os personagens do Halloween e do folclore brasileiro.
“A mula sem cabeça e o cavaleiro sem cabeça são uma dessas associações, por exemplo. Também é uma oportunidade interessante para trabalharmos com as crianças as noções de medo e fantasia”, conta.
Atividade com a comunidade no Dia do Halloween
A Peak School trabalha com um método de ensino chamado de CLIL (Content and Language Integrated Learning – que na tradução livre significa, aprendizado integrado entre linguagem e conteúdo). Assim, as atividades além de promovem o ensino do inglês também englobam as matérias de “conhecimento do mundo” e “ciências sociais”.
Uma das tradições do Dia do Halloween, o “trick or treat” (doces ou travessuras), já se tornou uma das atividades preferidas das crianças da escola. A direção do colégio convidou estabelecimentos comerciais do entorno a participar da distribuição de doces.
“Colocamos uma placa de halloween com o logo da escola na porta para que as crianças possam identificar os locais onde podem fazer o ‘trick or treat’. E é o momento preferido delas”, explica Sara.
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