6 de agosto: Dia Nacional dos Profissionais da Educação!
O dia 6 de agosto é dedicado aos profissionais da educação. A data celebra e valoriza todos aqueles que não medem esforços para proporcionar aos alunos um ensino de qualidade.
Criado em 2014 por meio da lei 13.054/14, o Dia Nacional dos Profissionais da Educação, homenageia todas as pessoas que atuam no âmbito escolar. O dia escolhido refere-se à sanção da lei 12.014/09, que define os trabalhadores considerados como profissionais da educação.
Portanto, na data, as homenagens não são só voltadas aos professores. Elas contemplam também diretores, coordenadores, secretários, supervisores, monitores, auxiliares, todos que de alguma maneira contribuem para uma jornada de aprendizagem produtiva.
Em homenagem a esses profissionais, o Escolas Exponenciais conversou com três educadores para saber o que os motivam e em que se inspiram quando o assunto é educação. Confira!
Doutora em Educação se tornou professora por influência da mãe
A professora Rosaura Soligo, formadora, doutora em educação e diretora da Rede Latino-Americana de Alfabetização nunca almejou trabalhar na área. Pretendia seguir a carreira de psicóloga. Até se formou!
Antes, porém, de ingressar na universidade, ainda no ensino médio, por influência da mãe, que era professora, Rosaura fez o curso de magistério. “Fiz o magistério em um período, em outro o colegial [hoje ensino médio], prestei o vestibular e fui estudar psicologia. Mas também me formei professora”, recorda.
Já formada, foi convidada a cobrir a licença-maternidade na escola em que a mãe trabalhava. “Estudava psicologia e em outro período fazia a substituição. E foi muito desafiador esse início, mas as minhas colegas diziam que era ótima professora, algo que nunca imaginei que pudesse ser. Fui achando que era razoável trabalhar na educação e também era sedutor o fato de poder ganhar meu próprio dinheiro”, conta.
Desde então, Rosaura nunca mais saiu da educação. E nunca atuou como psicóloga. “Costumo brincar que sou uma psicóloga no armário porque na primeira oportunidade saio dando conselho, fazendo uma observação mais psicológica de um acontecimento”, brinca.
De 1978 para cá, a educadora já atuou como professora, coordenadora pedagógica, coordenadora de projetos no Ministério da Educação (MEC) e, atualmente, administra o Abaporu Assessoria em Educação.
Além da própria mãe, Rosaura diz que tem muitos profissionais da educação e pensadores como referência, entre eles o educador e filósofo brasileiro Paulo Freire. “Ele traz para a educação uma coisa que poucos pensadores trazem que é a importância do afeto nas relações que se estabelecem entre os profissionais e dos profissionais com os alunos”, afirma.
Na área de alfabetização, a professora destaca a psicóloga e pedagoga argentina Emília Ferreiro. “Ela provocou uma revolução conceitual, uma mudança de paradigmas com as formas de compreender como as crianças apreendem. É também uma grande referência para mim”, conclui.
Pesquisador entrou para o time de profissionais da educação para se manter em São Paulo
“Comecei na docência para poder viver numa cidade como São Paulo, enquanto fazia mestrado e doutorado na USP [Universidade de São Paulo]. Com o tempo fui evoluindo, dedicando-me, aprendendo, inovando com metodologias ativas, tecnologias digitais e valores humanizadores”, recorda o professor José Moran, também escritor e pesquisador de projetos educacionais inovadores.
Atualmente, ele apoia docentes e gestores para que “sejam criativos, empreendedores e pessoas boas, equilibradas e inspiradoras”. Segundo o escritor, estamos em um período de intensas transformações e a educação de qualidade e inclusiva é o grande caminho para transformar as pessoas e o país.
Também autor do blog Educação Transformadora, o professor destaca entre suas inspirações o psicólogo humanista Carl Rogers. “Ele defendia que só educamos em clima de confiança e autonomia. Demorei para conseguir realizar isso como docente. Alguns fracassos e insatisfações com turmas mais difíceis no ensino superior me levaram a tentar mudar a aproximação dos alunos, a perguntar mais, a dialogar, a estimular a participação”.
Moran afirma que demorou para sentir-se seguro em confiar mais nos alunos. “Esse foi, para mim, a maior aprendizagem que tive: sair da zona de conforto e do previsível para a experimentação, do monólogo para o diálogo, do planejamento fechado para o aberto”, conta.
O escritor também diz que o psicólogo o ensinou a importância da aprendizagem com propósito, ao longo da vida. “Quando ele estava com mais de 80 anos e próximo da sua morte, escreveu: ‘estou envelhecendo, aprendendo, revendo meus conceitos, mudando algumas das minhas práticas’. Ali percebi a importância de aprender de verdade ao longo da vida, um projeto que continua atual na etapa de envelhecimento em que me encontro. Daí veio o interesse pelos estudos sobre o Projeto de Vida, hoje tão em voga”.
Outras fontes de inspiração. Moran acrescenta à lista de referências em profissionais da educação o filósofo e pedagogo norte-americano John Dewey, o filósofo Paulo Freire, o psicólogo da educação estadunidense David Paul Ausubel e a médica e pedagoga italiana Maria Montessori, entre tantos outros. “Todos me serviram como alicerces e guias neste processo tão desafiador como é a arte de aprender a ensinar crianças e jovens tão diferentes num mundo em profunda transformação”.
Impactar a vidas crianças motivou especialista em educação financeira
Doutora em educação e especialista em educação financeira, Maria Belintane começou a trabalhar em escola mesmo sem ainda estar formada. “Foi o entusiasmo e o comprometimento da equipe de professores com o aprendizado das crianças que me motivaram mudar de carreira [ela estava fazendo Faculdade de Ciências Econômicas]”, lembra.
Maria diz que tinha um objetivo: impactar a vida das crianças e para isso, seria preciso estudar muito buscando informações em várias áreas. “Com isso em mente, foquei para ser professora de futuras professoras – no curso de magistério e pedagogia”.
A especialista afirma que todos os profissionais da educação que passaram por sua vida deixaram uma marca e que seria injusto citar um nome. O mesmo diz sobre os alunos, todos a ensinaram muito. “Ainda hoje, a minha motivação e inspiração é a criança. É nela que eu acredito. Somos privilegiados por termos muitas pesquisas voltadas à Educação as quais nos dão embasamento científico e possibilitam um fazer pedagógico diferenciado para e pela criança”.
Foto: Imagem de Freepik.
Você também pode gostar disso
Futuro da educação: desafios e tendências na educação básica. Clique aqui e leia a matéria completa.