Alfabetização de Futuros: habilidade que uma escola do RJ ensina aos alunos
Ensinar os alunos a imaginarem sobre o futuro é uma das propostas do projeto “Alfabetização de Futuros”, que tem o intuito de tornar os estudantes mais habilidosos em ‘usar o futuro’. A iniciativa é realizada pelo Colégio Marly Cury, localizado em Niterói, no Rio de Janeiro.
“A Alfabetização de Futuros traz a questão da alfabetização, que é uma habilidade que você pode adquirir, ninguém nasce sabendo fazer, é uma habilidade que vai desenvolvendo ao longo do tempo com a prática, com o estímulo necessário”, explica a diretora Tatiana Paraizo.
Nesse sentido, o trabalho desenvolvido na escola, que tem os ensinos infantil e fundamental, busca estimular nas crianças a capacidade de serem alfabetizadas para o futuro, imaginando possibilidades diferentes, com mais resiliência, protagonismo e iniciativa.
“Para isso, precisamos estimular muito a criatividade, essa geração de cenário, de hipóteses, essa criação de alternativas, que isso tudo são habilidades que eles vão precisar usar ao longo da vida, em qualquer área que eles estejam trabalhando”, pontua.
A Unesco lançou um relatório completo sobre o assunto e o arquivo está disponível gratuitamente neste link.
Como desenvolver a “Alfabetização de Futuros” na educação infantil?
Pode parecer difícil trazer esse tema para as crianças da educação infantil, certo? A dica da diretora Tatiana Paraizo é para fazer abordagens de forma lúdica e com uma linguagem adaptada para a faixa etária.
Como exemplo, ela citou o conto “João e o Pé de Feijão”. Ela sugere iniciar a leitura, contextualizando a história, e, então, questionar às crianças o que o João fez com as sementes.
“Qual o futuro provável dessa história? Uma criança pode responder que ele plantou as sementes e esse é um futuro provável, que pode acontecer”, explica.
Na sequência, instigue os pequenos sobre quais outras ações ele poderia fazer com as sementes além de plantar. “Ele pode ir no mercado vender as sementes, porque com o dinheiro ele vai alimentar a família. Esse é um futuro alternativo, que também pode acontecer”, ´pontua.
De acordo com Tatiana, a ideia é gerar alternativas para que, já nos anos iniciais da vivência escolar, a criança possa compreender que não existe apena uma única possibilidade para o futuro.
“Então, você começa a trabalhar com o conceito de futuro desejado: o que você gostaria que acontecesse? Você aborda três conceitos importantes em uma contação de histórias, que não precisa de grandes recursos”, afirma.
E no ensino fundamental?
Para exemplificar, Tatiana Paraizo faz usa a experiência de plantar um feijão e perguntar aos alunos o que vai acontecer. “Vai brotar no algodão molhado. Mas o que mais pode acontecer se tiver sol demais ou muita chuva? Você começa imaginar futuros alternativos”, ressalta,
Então, ela orienta retornar ao futuro desejado: o que os alunos gostariam que acontecesse e como eles vão fazer para que isso se realize?
“O que a gente imagina para o futuro vai fazer com que as nossas ações se construam para isso acontecer. Assim como o contrário: minhas ações de hoje é que vão fazer o futuro de amanhã”, reflete.
10 habilidades desenvolvidas com os alunos ao trabalhar “Alfabetização de Futuros”
- Inovação
- Descoberta
- Escolhas
- Liderança
- Estratégia
- Agilidade
- Autoconfiança
- Capacidade
- Conhecimento
- Resiliência
Programa “Conversa com Escolas”
Foi durante um bate papo com parte do time do Escolas Exponenciais que a diretora Tatiana Paraizo contou sobre a iniciativa de implementar na escola o projeto “Alfabetização de Futuros”.
Com um horário agendado, a equipe esteve no Colégio Marly Cury para realizar o programa “Conversa com Escolas”, uma iniciativa do Escolas Exponenciais que dá a oportunidade para diretores e mantenedores compartilharem as boas práticas e os principais desafios da instituição de ensino.