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Educação financeira é uma competência indispensável no mundo contemporâneo. Isso porque, em um cenário marcado pela globalização, crescente digitalização e pelo acesso fácil a produtos financeiros, compreender os princípios básicos de gestão de gastos é essencial para tomar decisões conscientes e responsáveis.

Segundo levantamento realizado em 2023 pela Ipsos, ao menos 61% dos brasileiros não conseguem poupar ou investir seu dinheiro. Para Kennedy Diogenes, CEO de uma plataforma de soluções financeiras, este dado reflete a ”absoluta falta de educação financeira na nossa cultura”.

As escolas desempenham um papel ativo na formação de jovens financeiramente conscientes. Integrar a educação financeira ao currículo escolar não apenas prepara os estudantes para enfrentar desafios econômicos na vida adulta, mas também promove uma cultura de planejamento e responsabilidade financeira essenciais.

Para além disso, a educação financeira ainda ajuda a evitar que muitos jovens percam dinheiro em jogos de aposta online – prática cada vez mais comum entre menores de idade, que muitas vezes desconhecem os riscos envolvidos.

De acordo com o psiquiatra do Hospital Albert Einstein, Elton Kanomata, a melhor forma de combater a ludomania é por meio da supervisão de adultos. Limitar o acesso a aplicativos e plataformas, além de promover o diálogo aberto, incluindo educação financeira também são meios eficientes.

“É importante fazer simulações a partir da mesada, por exemplo, para que a criança entenda os prejuízos. O sentimento de perda do dinheiro pode impactar negativamente não só do ponto de vista financeiro, mas também o socioemocional”, explica.

Neste contexto, exploraremos a importância do ensino financeiro nas escolas, destacando seus benefícios e as melhores práticas para abordá-lo em sala de aula.

Por que a educação financeira desde a infância é valiosa? 

“É na infância a melhor fase para o aprendizado, nesta etapa somos fortemente influenciados pelo meio em que convivemos e interagimos”, afirma Nayra Sombra, especialista financeira e sócia da HCI Invest. “E é neste ambiente que as escolas e os pais podem estimular as crianças para o desenvolvimento com as finanças. Aprender como lidar com o dinheiro desde pequeno tende a trazer enormes benefícios para uma vida adulta”.

Em suma, ao compreender desde cedo conceitos como orçamento, poupança, crédito e investimentos, os estudantes desenvolvem habilidades práticas que os ajudam a evitar problemas financeiros. Isso, além de facilitar com que as crianças entendam a importância da autonomia e consciência econômica.

Conteúdos e atividades para desenvolver o tema na escola

Reconhecendo a importância da educação financeira desde a tenra infância, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) tornou obrigatória a inclusão do tema no currículo escolar. 

O documento propõe que o desenvolvimento da educação financeira seja integrado ao programa de matemática no Ensino Fundamental. No entanto, também ressalta a necessidade de uma abordagem multidisciplinar, envolvendo diversas áreas do conhecimento para proporcionar um aprendizado mais completo e contextualizado.

Destacamos os principais conteúdos que podem ser abordados para promover uma educação financeira eficaz e abrangente nas escolas:

Orçamento e gestão de despesas

Gerir um orçamento é uma das competências centrais quando falamos em educação financeira. É importante que os alunos aprendam a identificar fontes de renda, listar despesas e planejar seus gastos de maneira equilibrada. 

Nesse sentido, incluir atividades práticas, como simulações de administração de um orçamento familiar ou pessoal, ajudam as crianças a entender como alocar recursos, controlar despesas e planejar gastos de forma equilibrada e evitando desperdícios.

Sugestão de atividade: Mercadinho na sala de aula. 

Monte um mercadinho fictício na sala de aula onde os alunos podem “comprar” produtos com um orçamento limitado (usando dinheiro de brinquedo). Eles terão que listar suas despesas antes de comprar e aprender a priorizar itens com base em suas necessidades e desejos. Ao final da atividade, promova uma discussão sobre as escolhas financeiras feitas e como se sentiram ao tomar decisões com recursos limitados, estimulando a reflexão sobre planejamento e consumo consciente.

Poupança e investimentos

Para estimular a estabilidade financeira  a longo prazo, as atividades devem incluir simulações que mostram como poupar e investir, bem como as consequências positivas disso. 

Os alunos devem aprender sobre o valor do dinheiro ao longo do tempo, incluindo os benefícios de se planejar para grandes despesas futuras, como a compra de uma casa ou a educação superior.

Sugestão de atividade: Jogo do investimento. 

Crie um jogo de tabuleiro onde os alunos possam “investir” em diferentes “empresas” representadas por cartas, cada uma oferecendo diferentes taxas de retorno. Usando dados para avançar, os alunos enfrentarão eventos inesperados que impactam suas finanças, como uma promoção no trabalho ou uma despesa imprevista. Essa atividade ensina sobre os riscos e benefícios dos investimentos e reforça a importância do planejamento financeiro a longo prazo, de maneira envolvente e prática.

Crédito e endividamento 

É importante que os alunos sejam expostos a cenários que ilustram como funciona o crédito, como calcular juros e as implicações de não pagar as dívidas em dia. 

Atividades práticas podem incluir a simulação de empréstimos e cartões de crédito. Isso ajuda os alunos a entenderem as consequências de decisões financeiras erradas e a importância de gerenciar o crédito de forma responsável.

Sugestão de Atividade: Simulação de cartão de crédito. 

Distribua cartões de crédito fictícios para cada aluno, com um limite de crédito definido, e simule uma experiência de compras. Eles devem registrar suas transações e calcular a dívida total após cada compra, levando em conta a taxa de juros aplicada. No final da atividade, conduza uma discussão sobre as consequências de não pagar a fatura em dia, o impacto dos juros acumulados e como isso pode afetar a saúde financeira e o crédito ao longo do tempo.

Como fazer a implementação da educação financeira na sua escola?

Para que o ensino financeiro seja realmente eficaz no ambiente escolar, é importante compreender sua natureza interdisciplinar. Embora comumente associado à matemática, é possível aplicá-lo em diversas disciplinas como história e geografia, abordando inúmeros contextos e ampliando o contato dos alunos com o mundo real. 

Nesse contexto, é essencial que os professores estejam adequadamente capacitados para ensinar o tema, além de contarem com ferramentas didáticas apropriadas, como livros específicos, materiais interativos e recursos tecnológicos que ajudem a tornar o aprendizado mais dinâmico e acessível. 

Conte com uma plataforma especializada!

Desenvolvido para instituições de ensino, o programa de educação financeira e comportamental Gênio das Finanças é uma solução completa que entende a importância de preparar os alunos para os desafios financeiros do futuro.

“A Educação Financeira desempenha um papel fundamental na vida das pessoas, […] Nesse contexto, a Arco Educação oferece o programa Gênio das Finanças, que não apenas apresenta ferramentas e técnicas financeiras aos nossos estudantes, mas também trabalha com essas ferramentas sob a ótica da Educação Financeira Comportamental, estimulando os alunos a refletirem sobre os fatores emocionais que influenciam a tomada de decisão.”, explica Larissa Gehrinh Borges, especialista de conteúdo do Gênio das Finanças.

O programa traz uma série de benefícios ao integrar quatro eixos temáticos fundamentais: Autonomia, Planejamento Financeiro, Sustentabilidade e Empreendedorismo. Utilizando metodologias ativas, que promovem o protagonismo dos estudantes e a resolução prática de problemas, os alunos são capacitados a tomar decisões financeiras de forma responsável e consciente.

Saiba mais sobre os benefícios de ter um programa especializado em educação financeira na sua instituição! 

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