O Conecta Escolas Exponenciais, maior evento on-line de educação do Brasil, realizou mais um encontro na tarde desta quinta-feira (16), cujo tema debatido foi “Como tornar o aluno protagonista do processo educacional?”. Dois gestores escolares participaram do bate-papo, sendo eles o diretor Fernando Borim, que é mantenedor e diretor do Colégio Escola Villa Lobos, com sede em Amparo e Monte Sião, e Aurea Bartoli, que é diretora da Escola Bilíngue Pueri Candanguinho, localizada em Brasília. O evento está disponível no canal do Conecta no YouTube.
Borim, que leciona a disciplina de empreendedorismo criativo, frisou que aluno protagonista é aquele que tem um papel ativo no seu próprio processo de aprendizado e o professor tem a função apenas de ser o tutor desse caminho, auxiliando com dicas e insights.
“O processo do aluno se tornar protagonista é um processo em construção, dependendo das séries é mais intenso, outras é menos. Mas os maiores desafios são os professores, porque o professor tem que se reconstruir. Ainda existe professor de antigamente, que gosta daquelas aulas magnas”, pontua.
Com mais de 30 anos de experiência no magistério, Borim conta a educação tradicional, com aulas expositivas, também faz parte de toda sua vivência e, sendo assim, precisou se adaptar aos novos formatos de ensino. “Eu fazia lousas lindas de física, ficava encantado comigo mesmo. Hoje aprendo muito mais com meu aluno do que ele aprende comigo. Essa é a chave que você vai saber que essa criança ou adolescente vai ser protagonista da sua história”, destaca.
Entretanto, o diretor destaca que essa mudança não ocorre naturalmente e que os gestores precisam investir na capacitação de professores. “O professor virar a ‘chavinha’ não é um processo natural. Aqui temos entre 60 e 70 professores, sendo que 20 foram nossos alunos, o que é muito bom, porque são professores mais jovens e antenados”, elogia Borim.
Porém, a diretora Aurea lembra que, apesar de o protagonismo do aluno colocá-lo no centro do processo educativo, as aulas expositivas também são importantes e devem ocorrer em alguns momentos. “Metodologia moderna não exclui alguns valores. Você passa a adotar abordagens diversas para que o aluno aprenda de diversas formas”, ressalta.
Para Aurea, a educação deixou de ser segmentada, como era há alguns anos. “Esses dias, um professor de português estava com a turma no espaço maker. Quando vi, já imaginei que teríamos alguma novidade. Era aula de preposição e os alunos queriam criar um sistema com imã para entender onde se encaixava a preposição em cada frase”, exemplifica.
Aluno como protagonista ainda é novidade para a família
Assim como incentivar o protagonismo dos alunos é algo novo para muitos professores, o diretor Fernando Borim destaca que a situação também é desafiadora para muitos pais, que também frequentaram escolas tradicionais. “Os pais dos nossos alunos estudaram como nós estudamos, onde se a gente errava era ruim e se acertava era bom, o que é diferente hoje em dia. Então, os pais também precisam entender o que estamos fazendo”, destaca.
Com o intuito de auxiliar os pais nesse processo, a diretora Aurea Bartoli conta que a instituição possui um comitê família-escola, em que mensalmente é realizado em encontro com um grupo de pais. “Pai não tem obrigação de entender de educação. Então, aproveitamos esse momento para discutir as mudanças na educação no mundo e na escola. Explicamos o que a gente faz aqui e alinhamos as expectativas para que a família entenda a real necessidade das mudanças”, completa.