O Insper, instituição de ensino conhecida principalmente pelos cursos de Administração e Economia, migrou para novas áreas na última década, como Engenharia. Agora, a aposta é na tecnologia. Para a estreia de seu curso de Ciência da Computação, fechou uma parceria com a Universidade de Illinois Urbana-Champaign (UIUC). O acordo, de US$ 10 milhões (R$ 55 milhões), representa cerca da metade do investimento do Insper na nova graduação.
O Insper pode ser considerado uma exceção no mercado privado brasileiro de ensino superior por não pertencer a um grande grupo educacional nem estar ligado a uma religião. Fundada há quase 20 anos, a instituição tem uma série de investidores do setor privado – Jorge Paulo Lemann, um dos fundadores da Ambev, é o mais famoso deles. No entanto, ao longo do tempo, diversas empresas contribuíram para seus projetos, entre elas Bradesco, BTG, Grupo Ultra e Itaú, entre outras.
De acordo com Irineu Gianesi, diretor de assuntos acadêmicos da instituição, a parceria com a UIUC é de troca de conhecimentos, o que envolverá treinamento do corpo docente do Insper, desenvolvimento de projetos de pesquisa conjuntos e oportunidades de intercâmbio tanto para professores quanto para estudantes.
O curso de Ciência da Computação foi anunciado em 2021. As aulas da primeira turma devem começar em março. As inscrições para o vestibular para o novo curso terminam nesta sexta-feira.
Gianesi admite que, por seu porte relativamente pequeno, o Insper não tem envergadura para contribuir sozinho com a redução do déficit de profissionais de tecnologia. Segundo a Brasscom, associação do setor, o País precisaria de 70 mil novos profissionais por ano, mas forma apenas 46 mil pessoas na área.
Por isso, diz o executivo, a instituição busca compartilhar conhecimentos adquiridos internacionalmente com universidades públicas – e, assim, ter o efeito de seus investimentos multiplicado pelo País.
Hoje, entre instituições privadas, há uma espécie de corrida rumo aos cursos voltados à tecnologia e à Engenharia. Neste mês, o Ibmec, que pertence ao grupo Yduqs, anunciou um novo câmpus para essas áreas.
Embora o Insper tenha uma das mensalidades mais caras entre as instituições privadas do País, Gianesi ressalta que o fator renda não deve impedir ninguém de tentar ingressar na instituição. Um fundo de R$ 10 milhões por ano, obtido por meio de parceiros, garante bolsas integrais ou parciais a estudantes, conforme a faixa de renda de cada um.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fernando Scheller