2 min de leitura

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) abriu um inquérito para investigar conteúdos de cunho racista supostamente compartilhados em um aplicativo de mensagens por estudantes de um colégio particular de Salvador. O procedimento foi instaurado na semana passada, após trechos das conversas virem a público. Os registros com ofensas raciais teriam sido trocados em um grupo formado por alunos do ensino médio do Colégio Sartre, no bairro do Itaigara, e de outras instituições particulares.

Nas conversas, alguns trechos se destacam pelas manifestações ofensivas, como “não fale assim dos pretos que tenho um escravo dessa cor!” e “cala a boca macaco”. Em uma imagem na qual aparece o desenho de um homem armado com faca, aparece a frase “se há pretos por perto… fique esperto”.

Em nota divulgada em seu perfil no Instagram, o Colégio Sartre afirmou repudiar veementemente qualquer ação ou comportamento que desrespeite a dignidade das pessoas, “incluindo atitudes discriminatórias e preconceituosas”. A instituição de ensino instaurou uma comissão para apuração do caso e afastou os alunos envolvidos, enquanto ocorrem os trabalhos de apuração. O Comitê de Ética da escola também está avaliando o episódio.

“Embora tudo tenha ocorrido fora do ambiente escolar, sem qualquer vínculo pedagógico, a escola não poderia se furtar de cumprir sua função educativa, verificando a participação de seus alunos no fato”, ressalta a escola.

O Ministério Público informou, em nota, que, caso a indicação da autoria seja atribuída aos adolescentes investigados, os fatos devem ser registrados na Delegacia do Adolescente Infrator (DAI), na capital baiana, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O procedimento é necessário para que seja iniciada a apuração da responsabilidade de ato infracional.

COM A PALAVRA, O COLÉGIO SARTE

“O Sartre – Escola SEB repudia veementemente qualquer ação ou comportamento que desrespeite a dignidade das pessoas, incluindo atitudes discriminatórias e preconceituosas.

A instituição tomou conhecimento de que circularam nas redes sociais registros de uma conversa reprovável, de cunho racista, entre jovens de diversas escolas, envolvidos na organização de uma festa particular e independente. Embora tudo tenha ocorrido fora do ambiente escolar, sem qualquer vínculo pedagógico, a escola não poderia se furtar de cumprir sua função educativa, verificando a participação de seus alunos no fato. Uma comissão para apuração foi instaurada e os alunos envolvidos foram afastados enquanto ocorrem as apurações. O Comitê de Ética está avaliando a situação a fim de encaminhar as devidas providências.

Reforçamos nosso compromisso com uma educação humanística, inclusiva, pautada na diversidade e reconhecida há mais de 50 anos como referência em nossa cidade.”

hagaly Ferreira, especial para o Estadão