A Vitru, holding que inclui a Uniasselvi e que acabou de comprar a UniCesumar, vai brigar, palmo a palmo, pela primeira posição do setor de ensino no País. Focada em ensino a distância, a Vitru vê chances de crescer seu portfólio com aquisições de edtechs e de mais negócios de educação online, conta Pedro Graça, presidente da companhia. Segundo ele, a busca pela liderança de mercado “será uma consequência” desses movimentos.
Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista:
Qual mudança o setor de educação teve com a pandemia?
Essa mudança importante do setor vem acontecendo há algum tempo e acabou se acelerando na pandemia. Desmistificou muito, até para o próprio setor de educação, que também tinha muitas críticas (ao ensino a distância). Isso ocorre por total falta de conhecimento de como funciona o ensino a distância e de que ferramentas ele tem (a oferecer). A gente viu muita coisa sendo implementada na pandemia e com velocidade – não foi o melhor, mas mesmo assim funcionou. Mas é diferente de se fazer algo planejado e nós vamos construindo isso.
E qual o racional da aquisição com a UniCesumar?
Essa foi uma transação que não foi construída em três ou quatro meses, mas veio de uma aproximação de quatro anos. Uma conhecendo o outro lado, criando confiança. Com a UniCesumar também traremos uma plataforma que vai nos ajudar com nossos cursos de saúde, que foram os que mais cresceram na pandemia.
De que forma o ensino a distância pode alcançar mais pessoas?
O ensino a distância nos permite chegar a todo o Brasil. O aluno não precisa estar em uma capital para conseguir um ensino de qualidade. Esse tipo de ensino também permite respeitar o tempo de cada aluno e a forma que ele aprende. No ensino presencial, isso é feito pela média. (O ensino online) permite adaptação à realidade de cada um, para se atingir a educação plena.
Qual é a fórmula para o ensino a distância?
Para o ensino a distância é necessário um investimento muito alto, e é preciso ter escala para fazer sentido. Muita instituição que migrou para o ensino a distância na pandemia voltou atrás agora. Estamos recebendo a transferência de alunos de algumas delas.
Quando devemos ter uma ‘virada’ para o ensino a distância?
Hoje o ensino a distância já representa a maioria dos ingressos de novos estudantes. Em relação ao estoque de alunos ainda não, mas isso é uma questão de tempo. A virada virá quando o curso de Direito obtiver aval para ser a distância. Há uma demanda reprimida de alunos que gostariam de estudar, mas não estudam.
E buscar a liderança do setor?
A gente sempre buscou ser a melhor entrega e ter um produto diferenciado. A busca pela liderança será uma consequência.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fernanda Guimarães