6 min de leitura

O mês de junho é sinônimo das famosas festas juninas. Época de se fartar com tantas guloseimas típicas desse período como paçoca, doce de leite, milho, pipoca, além do delicioso chocolate quente. Também é uma das datas mais aguardadas por conta das brincadeiras, músicas e danças que a festividade proporciona. Aproveite e saiba como aproveitar o evento para engajar as famílias da sua escola

Mas sabia que além das conhecidas quadrilhas, existem outras maneiras de se comemorar o mês junino? Em Santa Bárbara d’Oeste, interior de São Paulo, por exemplo, o Arraiá do NEI (Núcleo de Educação Integrada) da Fundação Romi faz parte de um projeto pedagógico cultural, que neste ano tem como tema “Ler para libertar: a imaginação, a realidade e a criticidade”. 

Segundo a diretora do NEI, Ericka Vitta, o Arraiá no NEI acontece anualmente no final do mês de junho. E em 2023, excepcionalmente, será realizado no dia 1º de julho.

“Como todos os eventos da nossa escola, trabalhamos com uma metodologia muito peculiar que é de colocar o aluno no centro do processo. Eles participam, elaboram, pesquisam, atuam, constroem”, afirma.

Ericka explica que durante o primeiro semestre foi trabalhado como a leitura pode realmente transformar o mundo. Dentro do contexto ler para transformar, os alunos foram envolvidos com a leitura do livro “A Menina e o Pássaro Encantado”, de Rubem Alves. “É um livro que desperta não só nas crianças, mas também nos adultos, como a leitura realmente liberta no sentido de sair de fora da rotina e do cotidiano e descobrir outras questões”.

Dentro dessa perspectiva, afirma Ericka, surgiu a ideia de trabalhar a questão dos pássaros, uma vez que trazem a ideia de libertação. “O evento [Arraiá] neste ano, conta a história de uma andorinha que dentro do percurso dela vai motivando o público a refletir sobre essa busca pela liberdade”.

Todo percurso será narrado pela encenação dos alunos. É uma peça teatral criada para nortear as danças dos estudantes, desde o ensino infantil ao médio. “É claro que não deixamos de incentivar e reconhecer a cultura junina para a festa folclórica do Brasil. As crianças também trabalham com essas questões e na festa terão a oportunidade de vivenciar as peculiaridades desse mês como as comidas, músicas e brincadeiras, mas o evento em si é temático, entra dentro do projeto pedagógico do ano”.  

 

No Pará, colégio abordará festa junina com foco na cultura popular

No Colégio Physics, no Pará, a festa junina é abordada por meio da cultura popular. “Este ano iremos tratar sobre Norte e Nordeste, destacar a importância da cultura destas regiões. E em cada uma delas, a festa assume uma particularidade, seja no passo da música ou na preparação das comidas. Valorizamos a multiplicidade”, comenta Joana D’Arc Ribeiro, coordenadora pedagógica da instituição. 

Segundo ela, a história do povo da região homenageada é mostrada através da interdisciplinaridade. É falado sobre as vestimentas e suas características, a tecelagem e artesãs que constroem as peças, a origem do termo quadrilha de salão, entre outras. E a culinária experimental é explorada durante todo o período festivo. 

Para a coordenadora pedagógica, é importante desmistificar a festividade. “Apostamos na contextualização e motivação do festejo, falando sobre a diversidade cultural do nosso país”. 

Joana acredita que o segredo em fazer da festa junina um projeto pedagógico está justamente em desenvolver um projeto de festa para vivenciar momentos de solidariedade e construção coletiva, com itens a serem trabalhados, tais como: a sustentabilidade e reutilização de materiais para serem usados na decoração da escola.

“Dentro desse espírito, é possível resgatar vários símbolos que já foram esquecidos, acolher as ideias das famílias e reconhecer, a partir da própria história da comunidade escolar, as heranças culturais presentes e que podem ser resgatadas e valorizadas — o que, também estabelece aproximações e vínculos entre novas práticas culturais”.

 

Está buscando inspiração em projetos educacionais para impulsionar sua instituição de ensino? Você encontra isso e muito mais sendo um associado do Escolas Exponenciais.  

 

Escola do Rio Grande do Norte destaca protagonismo do aluno

O Colégio Contemporâneo, no Rio Grande do Norte, foca no protagonismo dos alunos, introduzindo-os no processo construtivo da festa mais cultural do Nordeste: o São João. A escola tem como base o eixo temático que é trabalhado ao longo do ano. Em 2023, o tema é “Se você pode sonhar, pode realizar”. 

“Com a temática, exploramos sonhos e imaginação de culturas, danças, inovação e criatividade na produção dos elementos para o São João”, explica Thainá Carvalho, diretora pedagógica do Contemporâneo.

Nas aulas realizadas na Sala Maker – espaço apropriado para desenvolver novas habilidades e a criatividade – não são exploradas apenas produção de projetos tecnológicos, afirma Thainá. “Mas, também, caracterizações de bandeirinhas como elemento cultural que concretiza os sonhos evidentes dos alunos para a festividade”.

Segundo a coordenadora, dançar, cantar, comer e brincar são essenciais e fazem parte do São João que, neste ano, carrega o enredo: “Arraiá Contemps: é no São João que os sonhos acontecem”.

 “Essa festa cultural tem o objetivo pedagógico de provocar nos alunos a imaginação. Já pensou no Mickey e na Minnie com roupas juninas? É com essa alegria e inovação que faremos uma festa mágica em 2023”. 

 

Especialista sugere festa junina com propósito de confraternizar

Pedagoga com experiência em educação infantil, fundamental e EJA (Educação de Jovens e Adultos), Ana Cristina Gazotto acredita que o desafio em fazer da festa junina um projeto pedagógico cultural está no como abordar o trabalho.

“Penso que a escola poderia ter um projeto pedagógico cultural que ao longo do ano estudasse as características das diferentes festas populares como a festa junina e o carnaval. Ou, simplesmente, elaborar uma sequência didática para o mês de junho que abordasse aspectos da festa como por exemplo, músicas, danças, trajes, comida”.

Para a pedagoga, é possível envolver as diferentes disciplinas e as famílias. “Considero válida entrevistas para que apontem as mudanças em relação a maneira como era comemorada no passado e como acontece atualmente. E promover na escola uma festa com o propósito de confraternizar, incluindo apresentações, danças, comidas”. 

 

Você também pode gostar disso:

Calendário com datas comemorativas para programar na escola