2 min de leitura

A comunidade do Arraiol, no Arquipélago do Bailique (AP), a 180 quilômetros de Macapá, recebeu nesta semana o Laboratório-Escola Flutuante da Agrobiodiversidade do Bailique. A unidade integra o Centro Vocacional Tecnológico (CVT) da Agrobiodiversidade Bailique-Rio Grande, financiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.

Com quase 200 metros quadrados, o laboratório-escola dispõe de estrutura de sala de aula, laboratório equipado e cozinha para atividades práticas do curso de técnico em alimentos da agrobiodiversidade, almoxarifado e dormitório. O flutuante também está equipado com uma planta para liofilização do açaí, ou seja, transformação da polpa em pó por meio de alta tecnologia.

Segundo o ministério, a opção pelo flutuante considera a estrutura das ilhas do arquipélago, formada por sedimentos e que ao longo do tempo pode sofrer deterioração. O flutuante pode ser removido de local e é abastecido por painéis de energia fotovoltaica. O laboratório-escola tem uma estrutura adequada para a realização do curso. Até agora, as aulas eram ministradas de modo adaptado no centro de eventos da comunidade.

Com valor global de R$ 6,2 milhões, o projeto do CVT Bailique é totalmente financiado com recursos da pasta ministerial. O laboratório flutuante foi planejado com base no Protocolo Comunitário de 2013, elaborado pela comunidade local.

Coordenado pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG), o projeto é realizado em parceria com a Oficina Escola de Lutheria da Amazônia (OELA), a Associação das Comunidades Tradicionais do Bailique (ACTB) e o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDEM), entre outras entidades públicas e privadas.

O ministério assinou um termo de execução descentralizada com a FURG em 2015 e a primeira turma do curso técnico em alimentos da agrobiodiversidade foi formada em 2017. O curso oferece 1,2 mil horas de aula que inclui disciplinas como direito ambiental, microbiologia, bioquímica de alimentos, biotecnologia, cooperativismo, segurança alimentar e nutricional.

O curso formou 53 jovens de 16 comunidades em três turmas. No momento, a quarta turma está em andamento. As aulas são ministradas pelo sistema de alternância, em que os jovens passam 15 dias na escola e 15 dias nas comunidades.

 

Foto: Ministério da Ciência; Tecnologia e Inovações (MCTI)