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Seja em palestras ou nas redes sociais, a expressão “escola fora da caixa” tem sido utilizada cada vez com mais frequência entre os educadores.

Mas, afinal, o que isso significa? Para entender melhor sobre o assunto, o Escolas Exponenciais entrevistou a diretora pedagógica Tais Romero, que administra o perfil no Instagram @pedagogia_subjetividade.

De acordo com a profissional, “uma escola fora da caixa rompeu com os padrões estereotipados e fabris instituídos na Revolução Industrial”. Agora, confira a entrevista na íntegra e inspire-se!

 

Escolas Exponenciais: Primeiramente, o que podemos considerar uma “escola fora da caixa”?

Tais Romero: Uma escola fora da caixa rompeu com os padrões estereotipados e fabris instituídos na Revolução Industrial.

Nascemos curiosos, com uma capacidade extraordinária para fazer perguntas. Entretanto, a escola, que é o espaço de maior impacto público e coletivo na vida das crianças, se conserva como uma grande caixa, cheia de caixinhas. O sistema programado para nos fazer caber nelas, condiciona o “sucesso” da vida adulta à capacidade de saber dar respostas completas e prescritas.

A escola fora da caixa abandona o formato “caixa com caixinhas” e se posiciona como uma ponte que convoca a travessia com o outro, com os outros e consigo mesmo.

 

EX: Quais os principais princípios de uma escola fora da caixa?

Tais Romero: O tempo, a escuta, o respeito à subjetividade, a delicadeza, o reconhecimento da presença de cada pessoa que habita a escola são princípios inegociáveis.

 

EX: Na sua opinião, quais os benefícios no processo de ensino e aprendizagem dos alunos em uma escola fora da caixa?

Tais Romero: Aprender a fazer perguntas, resolver problemas, respeitar opiniões divergentes, defender as próprias ideias, ampliação do repertório criativo, autoconhecimento, reconhecimento do outro como legítimo outro na relação, percepção da subjetividade e da pluralidade na convivência e a humanização como condição essencial para a formação integral da pessoa como sujeito social.

 

EX: Por outro lado, quais os principais desafios dessas instituições? 

Tais Romero: Tem uma máxima de Henry Wallon que é: “O hábito precede a escolha” e para mim aí está a causa e o efeito das repetições que não tiram a escola do lugar, quando elas ancoram em premissas como: as famílias gostam assim ou sempre foi assim e deu certo.

Mudar a concepção de educação exige um esforço absoluto para a libertação desses formatos que conformam e deformam o sentido e o significado da escola na vida das pessoas.


EX: Por fim, quais devem ser os passos para uma escola que quer renovar e ser uma instituição assim, fora da caixa?

Tais Romero: Se abrir e estar disponível para um diálogo profundo e formativo com as famílias, com os professores e com toda a comunidade escolar.

 

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