Há tempos, as mudanças climáticas deixaram de ser uma preocupação apenas de ambientalistas e de governantes. O aquecimento global já é uma realidade no dia a dia de todos nós. Prova disso são os recordes de temperatura vivenciados por diversas cidades nos últimos tempos.
Por esse motivo, diferentes setores da sociedade já se mobilizam na tentativa de amenizar os efeitos das mudanças climáticas. Na educação, o tema já está nas salas de aula de alunos cada vez menores e os professores têm se capacitado para abordar o assunto. A inteligência artificial, por exemplo, também já está servindo como ferramenta para a elaboração de estratégias de mitigação dos danos. Confira o que dizem especialistas dessas áreas:
Mudanças climáticas na sala de aula desde cedo!
O futuro do planeta depende das ações cotidianas e, dentro desse contexto, conscientizar as crianças sobre o tema é essencial. Para Fabiana Pegoraro,coordenadora de Geografia do Colégio Rio Branco, “qualquer assunto ligado à questão ambiental, inclusive aquecimento global e mudanças climáticas, pode (e deve) ser trabalhado desde cedo, tanto na escola, quanto na família.
Claro que é importante adequar a abordagem e o vocabulário à faixa etária, mas desde muito pequenas as crianças podem entender que cuidar do ambiente ao seu redor, sobretudo com relação ao consumo excessivo e ao cuidado com o lixo que produzimos, é uma forma de ajudar”.
Estudos do IPCC – Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas – revelam que a situação das mudanças climáticas é urgente, sendo algo que precisa ser incorporado ao modelo de vida da população. “Já não basta apenas refletir acerca das ações necessárias para conter as mudanças climáticas. É tempo de agir. Quanto antes isso começar, melhor. Nossas crianças precisam ter uma formação nesse sentido desde cedo”, conclui a coordenadora.
Sustentabilidade e preparação dos professores
Ao tratar da importância da conscientização em relação à preservação do meio ambiente, é notável que a educação exerce um papel importante neste processo. Para que esse olhar seja desenvolvido desde a infância, Leilany Arruda, integrante da equipe pedagógica da FourC Learning, explica como é possível preparar os professores para desenvolverem esses temas dentro da sala de aula.
“Quando pensamos em sustentabilidade a partir do letramento ambiental, precisamos analisar o tema de maneira ampla. O professor precisa estar preparado para desenvolver com os alunos habilidades de ensino do século XXI, como resolução de problemas e pensamento crítico, tratando os assuntos de maneira integrada e trabalhando uma relação de conexão entre os aspectos econômicos, sociais e ambientais. Quando ensinamos mudanças climáticas, por exemplo, os docentes podem destacar não apenas o impacto ambiental, mas também as implicações sociais e econômicas das mudanças. Isso ajuda os alunos a entenderem a complexidade do tema quando forem pensar em soluções ligadas aos problemas ambientais”, afirma.
Poluição na pauta
Durante a 2ª Revolução Industrial, foram utilizados com maior intensidade recursos retirados do petróleo, dentre eles os combustíveis fósseis (como é o caso do diesel e da gasolina). Até hoje, utilizamos esses recursos para os meios de transporte e em alguns países até como geração de energia.
De acordo com Regina Nascimento Acacio, professora de Ciências das unidades SBC e Santo André da Escola Vereda, esses poluentes emitidos pela combustão ficam presos na atmosfera terrestre intensificando o efeito estufa, que tem como função aquecer o planeta, porém esses gases poluentes têm intensificado esse fenômeno natural ocasionando a ebulição global.
“O planeta tem dado sinais recorrentes de que precisamos frear a emissão dos gases poluentes para diminuir a ebulição global. Inclusive a COP28 (Conferência de Mudanças Climáticas), que ocorrerá em Dubai, reunirá representantes de todo o planeta para tomarem decisões concretas e colocá-las em prática para que, assim, as ações previstas possam limitar a elevação da temperatura do planeta a 1,5º C até 2050”, explica ela.
Inteligência Artificial em prol da sustentabilidade
Em um mundo onde a mudança climática ameaça a estabilidade de nossos ecossistemas, a inteligência artificial emerge como uma ferramenta vital na luta por um futuro mais sustentável. Felipe Menezes, diretor de tecnologia, inovação e inteligência artificial da Max.ia, EdTech que desenvolve IA focada no mercado de educação, afirma que essa pode ser uma ferramenta, uma esperança para a proteção ambiental.
“A capacidade da IA de processar enormes volumes de dados e aprimorar modelos preditivos é crucial para entender as mudanças climáticas. A Organização Meteorológica Mundial utiliza a Inteligência Artificial para melhorar a modelagem climática, auxiliando na elaboração de estratégias eficazes de adaptação e mitigação.
Além disso, a IA é essencial no planejamento e resposta a desastres climáticos extremos. Mapeamentos e alertas antecipados, como os desenvolvidos pela Organização de Meteorologia Mundial, permitem que comunidades e autoridades locais implementem medidas de desenvolvimento sustentável e garantam a segurança em áreas de alto risco”, explica.
Foto: Imagem de Freepik.
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