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A alimentação saudável é um pilar essencial para o crescimento, desenvolvimento cognitivo e o bem-estar das crianças. Além de fornecer os nutrientes necessários para uma infância saudável, uma dieta equilibrada é fundamental para a prevenção da obesidade, de doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, e para a promoção de hábitos que podem se estender por toda a vida.

Diante dessa importância, um estudo divulgado em setembro de 2024 pelo Observatório da Alimentação Escolar – formado por 23 organizações e movimentos sociais – reforçou a necessidade de incluir a Educação Alimentar e Nutricional (EAN) no currículo escolar.

A recomendação, encaminhada ao Ministério da Educação (MEC), sugere que conteúdos sobre alimentação e nutrição sejam incorporados nos livros didáticos fornecidos às escolas públicas. Dessa forma, garantindo que o tema seja abordado de forma holística, em disciplinas como biologia, matemática, geografia e história.

Embora a recomendação se baseie na educação pública, a integração da EAN no ambiente escolar é uma necessidade universal. Instituições de ensino particular também devem incluir esse tema em sua proposta pedagógica, reconhecendo o seu papel formador.

Isso porque, mais do que a transmissão de conteúdos acadêmicos, a escola tem o papel fundamental na formação dos estudantes. É nela que as crianças e adolescentes passam a maior parte do dia, e é nesse período que ocorre o maior desenvolvimento cognitivo e comportamental. 

O que é Educação Alimentar?

Em termos gerais, a Educação Alimentar busca promover a adoção de hábitos alimentares saudáveis de forma autônoma e consciente. 

A partir de abordagens interdisciplinares e do envolvimento de diversos profissionais, a EAN incentiva a construção de uma relação equilibrada com os alimentos. Para isso, considerando aspectos nutricionais, sociais, culturais e ambientais.

Mais do que apenas ensinar o que comer, ela também reforça a importância de nutrir o corpo adequadamente, garantindo não apenas a saciedade, mas também o fornecimento de vitaminas e minerais essenciais para a regulação do organismo. 

A importância da Educação Alimentar no ambiente escolar 

A inserção da Educação Alimentar e Nutricional (EAN) no ambiente escolar vai além da transmissão de conhecimento sobre nutrição. Ela desempenha um papel essencial na construção de hábitos saudáveis, na conscientização sobre a relação entre alimentação e bem-estar e no fortalecimento da autonomia dos estudantes em suas escolhas alimentares.

Mais do que apenas ensinar o que é uma alimentação equilibrada, a escola tem o potencial de proporcionar experiências sensoriais e práticas que tornam o aprendizado significativo. Experiências sensoriais e atividades interativas ajudam os alunos a desenvolver uma relação mais consciente com a comida. Algumas estratégias eficazes incluem: 

  • Hortas escolares: conectam os alunos com o cultivo dos alimentos e promovem a valorização dos ingredientes naturais;
  • Oficinas culinárias: incentivam a experimentação e mostram a importância de preparar refeições equilibradas;
  • Visitas a feiras e supermercados: para ampliar o conhecimento sobre a procedência dos alimentos e estimular escolhas mais saudáveis;
  • Análise de rótulos dos alimentos: auxiliando os estudantes a compreenderem melhor os ingredientes e valores nutricionais dos produtos industrializados;
  • Debates sobre desperdício de comida: promovendo a conscientização sobre o impacto social e ambiental do consumo de alimentos.

Além do aspecto nutricional, a alimentação também tem um forte papel social.  Atividades coletivas, como piqueniques ou momentos de refeição em grupo, promovem não apenas a Educação Alimentar, mas também a convivência e o respeito por diferentes hábitos culturais e alimentares. 

Hábitos saudáveis para a vida

A escola, como espaço de aprendizado e socialização, pode contribuir para que os alunos desenvolvam um relacionamento saudável com a comida, compreendendo que alimentar-se vai além de matar a fome – trata-se de nutrir o corpo e respeitar os processos que envolvem a produção dos alimentos.

Ao compreender a diferença entre alimentar e nutrir, os estudantes passam a refletir sobre suas escolhas e os impactos que elas têm não apenas em sua própria saúde, mas também no meio ambiente e na sociedade. 

Quanto mais cedo essa conscientização for estimulada, maiores serão as chances de que crianças e adolescentes desenvolvam hábitos saudáveis para toda a vida. Isso contribui para a prevenção de doenças crônicas, melhora a qualidade de vida e fortalece a autonomia nas decisões alimentares.