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Após analisar alguns estudos feitos pela Semesp (Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação do Ministério da Educação) e Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), que apontam para uma evasão de até 3 milhões de estudantes durante o primeiro ano do ensino superior, os gestores do Colégio Objetivo Penha, localizado em São Paulo, resolveram criar um projeto que auxiliasse os estudantes do ensino médio na escolha da carreira.

Foi, então, que surgiu a iniciativa “Eu como Protagonista”, que tem o objetivo de colocar em prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula e ajudar a definir a profissão. “Essa é uma função da escola, preparar essa geração para um novo mercado de trabalho que requer além do desenvolvimento acadêmico, o vocacional”, explica Noemi Angare Alcaraz, diretora pedagógica da escola.

A proposta permite que os alunos do ensino médio façam estágios em áreas que pretendem atuar, por meio de parcerias com instituições de ensino superior e empresas renomadas. “Essa vivência tem sido revolucionária, porque mesmo em tempo de pandemia, sem qualquer resistência, foi possível, em formato on-line, dar continuidade ao projeto. Dizem que toda mudança gera desconforto, aqui no Objetivo Penha foi diferente o desconforto causou transformação”, afirma. 

Benefícios aos alunos

Para a diretora pedagógica, o projeto possibilita a vivência em diferentes áreas, além de oportunidade de conversar com diversos profissionais. “Pode ser a solução perfeita tanto aos estudantes quanto aos gestores, que devem ficar atentos às oportunidades que impulsionam o desenvolvimento das competências de empregabilidade sustentável”, pontua.

“Precisamos ter consciência de que passar por uma experiência e saber que aquilo não é para você, é tão importante quanto saber o que se quer fazer e certamente, isso pode definir os rumos das carreiras”, completa.

Conhecendo a carreira na prática

Noemi Angare Alcaraz, diretora pedagógica do Colégio Objetivo Penha, conta que o projeto, que permite que os estudantes do ensino médio façam estágios em áreas que pretendem atuar, contribuiu para que alguns alunos repensassem sobre escolha da carreira.

“Já houve aluno que, desde a infância, sob influência da família, tinha como sonho cursar medicina. Assim, no 1º ano estagiou na área e presenciou uma cirurgia plástica. No 2º ano optou por participar de audiências, inclusive criminal, e no 3º ano estagiou em psicologia. Por fim, se identificou em direito, já com a certeza em especialização com análise de perfil psicológico”, cita.

Outro caso curioso é de um estudante que sonhava com medicina, mas após o estágio, mudou para engenharia mecatrônica. “Ao estagiar, ele presenciou muito além de uma cirurgia na área de ortopedia. Ele conheceu toda a infraestrutura que dá suporte ao funcionamento dos equipamentos no hospital e ficou encantado, não com a cirurgia, mas como a engenharia e com as práticas gerenciais às tecnologias em saúde que podem proporcionar uma maior eficiência na gestão dos equipamentos médico hospitalares. Então, ele mudou de medicina para engenharia mecatrônica”, lembra.