Formas práticas de engajar os alunos por meio da arte e gamificação é tema de palestra
O arte-educador escolhido como um dos 50 melhores professores do mundo pelo Global Teacher Prize, Jayse Ferreira participou da última edição do Conecta Escolas Exponenciais e, durante 25 minutos, falou sobre formas práticas de engajar os alunos por meio da arte e gamificação. A palestra, que fez parte do maior de educação do país, está disponível no YouTube.
“O nosso aluno, que está virtual ou híbrido, tem algumas especificidades que o tornam bem distinto do presencial. Aquela mesma aula que a gente dava durante 50 minutos, todo mundo sentado numa sala, não vai funcionar. Precisamos atrair a atenção, chamar os alunos para repensar e engajá-los. Afinal, você está lutando contra um mundo virtual, onde tem jogos, filmes e séries, tudo muito mais atrativo do que seu conteúdo”, pontua.
Durante seu discurso, Ferreira ressaltou que engajar os alunos nas atividades escolares tem sido um dos grandes desafios da atualidade. Para conseguir maior participação durante as aulas, o primeiro passo adotado pelo professor, que atua em escolas municipal e estadual, foi ouvir os estudantes. “A primeira coisa que fiz foi ouvir meus alunos, precisava escutar as sugestões dos alunos. Para acertar o que eles precisam aprender, eu preciso primeiro ouvi-los. E o que me chamou atenção foi um aluno perguntando porque não poderia ser divertido”, explica.
A partir desse questionamento, Ferreira criou o projeto “Gameficalive’, cujo objetivo inicial era trazer os elementos da gamificação para dentro da aula. Dois jogos foram incorporados nas aulas: Imagem & Ação e Perfil. “O primeiro estimula muito a criatividade e o mercado de trabalho quer pessoas criativas e proativas. Já o Perfil, que é um jogo que tem que adivinhar a pessoa, o lugar ou objeto a partir de dicas, estimula meus alunos a correrem atrás do conhecimento”, justifica.
Após a explicação do conteúdo, o educador conta que separava os 20 minutos finais da aula para o momento da ‘brincadeira pedagógica’. “Eu dava aula para cincos primeiros anos do Ensino Médio. O assunto era a arte egípcia. Então, eu começava a desenhar personagens que a gente tinha estudado e aquele aluno que adivinhasse qual era o desenho, pontuava para a turma. Com essa ideia de pontuar, eles estavam muito participativos. Comecei a notar que havia um número maior de alunos participando. Quando eu trouxe a brincadeira, eu percebi eles muito mais atentos”, afirma.
Para conseguir aproximar a família da escola, Ferreira propôs que o responsável que participasse do jogo, aumentava a pontuação da turma. “Na hora do jogo, quem trouxesse o pai ou a mãe para responder junto, pontuava em dobro”, conta.. O professor ainda acrescenta que essa intencionalidade pedagógica também deve estar presente no ensino presencial.
Formas de avaliação
De acordo com o arte-educador Jayse Ferreira, a avaliação por meio de provas tradicionais tira dos alunos a possibilidade de demonstrar outras habilidades. Sendo assim, pensando nas múltiplas competências dos estudantes, o professor planejou criar um jogo de tabuleiro com base em um conto escrito pelos alunos para poder avaliá-los. “Eles criaram um mundo onde se passaria a história, colocando elementos da nossa cidade. Então, a avaliação é processual, a cada passo você vê como estão evoluindo, trabalhando em grupo com habilidades diversas”, explica.
Outra maneira encontrada por Ferreira foi através do TikTok. “O TikTok é uma febre mundial, não vejo problema em pegar toda essa potência e trazer para o pedagógico. O 2º ano estava estudando a idade média. Então, uma forma de dizer como eles entenderam era procurar obras, personagens, histórias e transformar em vídeo, da maneira como eles quisessem, utilizando os elementos que tinham em casa”, lembra. O trabalho final pode ser conferido durante a apresentação do arte-educador no Conecta Escolas Exponenciais.