Fuvest 2024: conheça os livros exigidos e a conexão entre eles
O vestibular da Fuvest 2024 exige dos candidatos leitura, compreensão, interpretação e análise crítica de nove obras literárias de diferentes estilos e épocas. Além, claro, de reconhecer os gêneros literários e fazer a correlação dos temas das obras com os tempos atuais.
“São recortes importantes da trajetória do homem ao longo dos séculos XVIII, XIX e XX e abrangem diversas concepções de mundo”, explica Rosane Cesari, coordenadora de Língua Portuguesa do Colégio Rio Branco.
Abaixo, confira uma lista com as nove obras exigidas pela Fuvest, em ordem cronológica, de acordo com a época de publicação:
- Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga, obra de destaque do Arcadismo brasileiro, publicada em 1792
- Quincas Borba, obra publicada primeiramente em folhetins entre 1886 e 1891, de autoria de Machado de Assis, autor maior da literatura realista no Brasil, em que a crítica assumiu o papel de investigação da nossa sociedade
A seguir, as obras do Modernismo brasileiro e português:
- Alguma Poesia, de Drummond (1930)
- Mensagem, de Fernando Pessoa (1934)
- Angústia, de Graciliano Ramos (1936);
- Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles (1953)
- Campo Geral, de Guimarães Rosa (1956)
E ainda, as obras de autores contemporâneos:
- Nós Matamos o Cão-Tinhoso, livro de sete contos de autoria do escritor africano Luís Bernardo Honwana, publicado em 1964 e considerado uma obra fundacional da literatura moçambicana moderna
- Dois Irmãos, de Milton Hatoum, lançado em 2000, que traz os dramas e as histórias de uma família de origem libanesa que vive em Manaus e une questões políticas e sociais às tramas familiares
“Apesar das diferenças, algumas dessas obras, mesmo tendo sido escritas em épocas distintas, podem ser aproximadas pela temática, pelo gênero ou por outro aspecto composicional”, explica Rosane. “É o caso, por exemplo, das obras poéticas Marília de Dirceu e Romanceiro da Inconfidência. Gonzaga, além de poeta, era um inconfidente, o que o levou à prisão e ao exílio, onde escreveu boa parte de Marília de Dirceu. Já a obra de Cecília retoma aspectos sociais, culturais e políticos da Inconfidência Mineira (1789) e foi publicada em 1953. No Romanceiro, por meio de formas poéticas antigas e de linguagem apurada, há uma excelente reconstituição histórica da Inconfidência, fruto de estudos profundos e de muita pesquisa por parte da autora”.
A educadora faz ainda outras relações entre as obras, como entre o romance realista Quincas Borba e o romance modernista e neorrealista Angústia. “Se no livro de Machado se desnudam a ambição, a vaidade e a superficialidade que caracterizavam as relações sociais da vida na Corte e que levaram à ruína o ingênuo Rubião, protagonista da obra, em Angústia, a desigualdade social é pano de fundo para os conflitos psicológicos do narrador personagem, Luís da Silva. Percebe-se nas duas obras certa denúncia de problemas da sociedade brasileira, sejam do Rio de Janeiro, no Segundo Reinado, ou da Maceió, da década de 30”.
Dicas para se sair bem na prova
Para responder às questões sobre as obras literárias na prova da Fuvest, Rosane Cesari dá algumas dicas importantes:
- 1º passo: leitura integral das obras;
- 2º passo: elaboração de uma “ficha de leitura” para cada livro lido, consultando boas análises de cada um deles;
- 3º passo: estabelecimento de relações – entre as obras e o momento atual; entre as obras e o contexto histórico-social de publicação; entre as obras da lista;
- 4º passo: análise de questões sobre as obras em provas anteriores.
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