Gestão Financeira no Ensino Superior: dicas para melhorar a saúde financeira da sua instituição
Manter a gestão financeira em equilíbrio é um dos principais desafios de qualquer instituição de ensino, superior, ou não. Fatores como inadimplência, concorrência acirrada, aumento dos custos operacionais e incertezas econômicas impactam diretamente a sustentabilidade dessas organizações.
Sem um planejamento financeiro estratégico, muitas instituições enfrentam dificuldades para manter suas operações e oferecer uma educação de qualidade.
Os dados mais recentes do Ensino Superior reforçam essa preocupação. Segundo a 16ª edição da Pesquisa de Inadimplência no Ensino Superior Privado, a taxa de inadimplência ultrapassou 9% no primeiro semestre de 2024, um aumento de 3,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Esse crescimento reflete substancialmente os desafios enfrentados tanto por alunos quanto pelas universidades na manutenção das obrigações financeiras.
Diante desse cenário, é fundamental adotar estratégias eficientes para garantir um equilíbrio financeiro saudável. Neste artigo, discutiremos os principais desafios da gestão financeira nas IES, bem como dicas práticas para fortalecer a economia da sua instituição.
O impacto da pandemia no Ensino Superior e o crescimento de jogos de aposta
A pandemia da COVID-19 trouxe um impacto inédito para o ensino superior, especialmente no setor privado. Em 2020, a crise econômica e a necessidade de adaptação ao ensino remoto fizeram com que a inadimplência disparasse, aumentando 72,4% em relação ao ano anterior.
O desemprego, a redução da renda familiar e as dificuldades no acesso ao crédito estudantil tornaram o pagamento das mensalidades um obstáculo para muitos alunos. Como consequência, diversas instituições precisaram adotar medidas emergenciais para mitigar os impactos financeiros e manter a sustentabilidade de suas operações.
No entanto, além das dificuldades econômicas ainda sentidas pelo setor, um novo fenômeno tem preocupado as IES: a tendência de apostas online entre estudantes.
Embora os dados ainda sejam preliminares, observa-se um aumento expressivo no número de jovens que destinam parte de sua renda a plataformas de apostas esportivas e jogos online. Esse comportamento compromete o orçamento pessoal dos alunos, elevando os índices de endividamento e impactando diretamente a capacidade de pagamento das mensalidades.
Esse fenômeno representa um novo desafio para o setor educacional, tornando fundamental a adoção de estratégias proativas para enfrentar esse cenário e minimizar seus impactos, tanto na prevenção quanto na gestão de inadimplências.
Pensando nisso, reunimos algumas práticas essenciais para ajudar sua instituição a se preparar e agir de forma eficaz durante percalços. Confira:
Planeje o controle de receitas e despesas
Um orçamento bem estruturado é a base para a saúde financeira de qualquer instituição de ensino. Para garantir uma gestão equilibrada, é imprescindível mapear todas as fontes de receita, como mensalidades, matrículas, subsídios e parcerias, além de monitorar sua evolução ao longo do tempo.
Simultaneamente, a análise cuidadosa das despesas é fundamental, discriminando os custos fixos dos variáveis. Isso porque, enquanto os custos variáveis podem ser ajustados conforme a demanda, os fixos oferecem oportunidades para negociações mais vantajosas com fornecedores estratégicos.
Manter registros financeiros atualizados e monitorar o fluxo de caixa de forma constante também são práticas essenciais para otimizar os gastos sem comprometer a qualidade. A alocação eficiente de recursos pode ser alcançada por meio de auditorias internas e externas, além da análise comparativa de despesas e investimentos.
A transparência fortalece a confiança da comunidade acadêmica e proporciona uma base sólida para o planejamento a longo prazo. Envolver todos os departamentos no processo de gestão financeira e estabelecer políticas claras de alocação de recursos são medidas-chave para garantir a excelência institucional.
Defina objetivos e limites de gastos de forma clara e realista
Estabelecer metas financeiras claras e mensuráveis é essencial para guiar as decisões estratégicas e avaliar o sucesso da gestão. Essas metas devem ser específicas, alcançáveis e alinhadas com a realidade da instituição, sempre levando em conta o orçamento atual e as projeções futuras.
É fundamental que, ao projetar o futuro financeiro, se avaliem áreas de potencial aumento de despesas, como materiais de escritório ou manutenções de infraestrutura, ajustando os limites de gastos de forma preventiva. Essa abordagem proativa permite que os recursos sejam alocados de maneira eficiente, assegurando o cumprimento das metas e possibilitando reajustes rápidos conforme necessário.
Esteja em conformidade com a legislação e direitos dos estudantes
A conformidade com a legislação vigente é essencial para que a instituição de ensino superior possa garantir os direitos dos estudantes, bem como seus responsáveis financeiros.
Nesse contexto, a Lei nº 9.870/99 assegura que a inadimplência não prejudique a aprendizagem dos alunos, como a suspensão de provas ou o impedimento de acesso às dependências da instituição. A proteção dos direitos deve ser uma prioridade, mesmo diante de desafios financeiros.
Contudo, a legislação também prevê medidas que as instituições podem adotar em casos de inadimplência prolongada. Por exemplo, é permitido recusar a renovação da matrícula no final de um semestre ou ano letivo, realizar acordos extrajudiciais para pagamentos atrasados por menos de 90 dias ou, em casos mais complexos, recorrer ao processo judicial.
É essencial que as universidades sigam as diretrizes legais de forma rigorosa, mantendo o diálogo e a conciliação com os alunos, ao mesmo tempo em que protejam sua saúde financeira.
Ofereça descontos e considere as particularidades de cada caso
Descontos estratégicos são uma alternativa eficaz para reduzir a inadimplência e incentivar o pagamento pontual. Benefícios como redução progressiva na mensalidade ou vantagens para pagamentos antecipados podem melhorar o fluxo de caixa sem comprometer a sustentabilidade financeira.
No entanto, é essencial que a equipe gestora calcule os impactos e mantenha o equilíbrio entre incentivo e viabilidade operacional.
Além disso, cada aluno enfrenta desafios financeiros únicos. Em momentos de crise, priorizar o diálogo e a negociação personalizada ajuda a evitar a evasão. Estratégias como enquetes ou reuniões individuais permitem entender melhor as dificuldades e criar soluções viáveis.
Importância de uma gestão financeira assertiva para o Ensino Superior
Uma gestão financeira eficiente é a base para a sustentabilidade e o crescimento das instituições de ensino superior. Com um planejamento estratégico bem estruturado, é possível otimizar recursos, investir em infraestrutura e inovação, além de atrair e reter talentos qualificados.
O equilíbrio entre receitas e despesas não apenas assegura a continuidade das operações, mas também fortalece a previsibilidade financeira e reduz os riscos de inadimplência.
Ao adotar práticas assertivas, como a adoção de um sistema financeiro, por exemplo, as instituições garantem uma experiência educacional de excelência, promovendo um ambiente acadêmico sólido e preparado para os desafios do futuro.
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