4 min de leitura

Nos últimos anos, as habilidades socioemocionais ganharam força no âmbito educacional. Além de ser uma exigência da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), elas são fundamentais para impulsionar as relações entre os alunos, com os professores e com toda a comunidade escolar. Clique aqui e saiba como trabalhar a temática também com as famílias.

No guia Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica, elaborado pelo MEC (Ministério da Educação), é declarado que o respeito aos estudantes e a seus tempos socioemocionais devem ser um princípio orientador de toda a ação educativa na Educação Básica. O texto também expõe a importância do fator socioemocional dos estudantes em relação a sua formação e à capacidade de exercer a cidadania em sua plenitude.

 

Importância das habilidades socioemocionais na escola

As habilidades socioemocionais são um conjunto de competências para o controle das emoções, seja em contextos que exijam uma maior resiliência ou mesmo no dia a dia. Para Rafael Antunes, diretor da Unidade Mooca da Escola Vereda, quando se fala da formação de estudantes, é preciso vislumbrar um cenário no longo prazo, tendo sempre em perspectiva que as experiências e os saberes desenvolvidos hoje terão impacto ao longo de toda a vida do indivíduo.

Por isso, é necessário investir em um processo formativo socioemocional garante que o aluno será proativo e independente, tanto na sua trajetória nos estudos quanto em sua vida adulta.

“Desenvolver habilidades socioemocionais é garantir que o estudante atue como protagonista em sua jornada escolar, assumindo maior responsabilidade por sua própria aprendizagem e suas relações no ambiente da escola, potencializando habilidades como empatia, independência e proatividade”, explica.

Além disso, o gestor ressalta que o desenvolvimento dos estudantes está relacionado aos pilares de formação cidadã, baseados na autonomia e no protagonismo.

“Nosso foco é em uma formação cidadã que permita a cada estudante alcançar seus objetivos pessoais ao mesmo tempo em que contribua para uma sociedade cada vez melhor. Por isso, a importância de ser um adulto consciente, crítico, autônomo e empático”, explica.

O diretor compreende o papel das competências emocionais como base para a construção da nossa sociedade. “Quanto mais cedo estas e outras habilidades forem desenvolvidas, melhores serão os resultados no futuro, quando este estudante passará a ser um membro efetivo da nossa sociedade, com uma inteligência emocional que contribua tanto para sua autorrealização quanto para o bem coletivo”.

De acordo com a pesquisa feita pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), encomendada pelo Programa Semente, estudantes do Ensino Fundamental II que tiveram educação socioemocional melhoraram o seu comportamento em 6,7%. O levantamento, feito com 9,6 mil alunos de todo o Brasil, mostrou que uma quantidade expressiva deles se identificou com as competências e que 13,9% que se identificaram com o autocontrole.

Os associados do Escolas Exponenciais têm acesso a uma trilha de conteúdos sobre educação socioemocional, o que pode ajudar a impulsionar sua instituição de ensino.

 

Como a escola pode abordar as competências socioemocionais

Segundo Antunes, é importante se ater ao tempo de aprendizagem dos estudantes. Ele explica como a Escola Vereda costuma trabalhar essas competências. “Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, são abordadas as habilidades socioemocionais (foco no autoconhecimento) e, nos anos finais, trabalhamos as habilidades para a vida (foco nas interações do indivíduo com a sociedade). Já no ensino médio, é estruturado o projeto de vida de cada estudante (foco na escolha da carreira)”, exemplifica.

Na opinião do profissional, para aproveitar os ganhos, os conceitos da educação socioemocional devem ser aplicados transversalmente em todas as disciplinas escolares. “Os exemplos vão desde os conceitos de empatia e respeito até diversidade, aplicados nos estudos das diferentes civilizações em História, passando pela associação do conceito de desenvolvimento sustentável e consumo consciente aos conteúdos de ecologia em Ciências e até a compreensão das próprias emoções e desenvolvimento da inteligência emocional aplicadas às aulas de Teatro e Artes”.

Inclusive, a performance dos alunos em provas como o ENEM pode ser potencializada aplicando as habilidades em questão. “Estamos falando de uma preparação física, mental e emocional que vai além de apenas deter conhecimento específico das disciplinas, mas de saber se portar diante as emoções que surgem ao longo de todo esse processo.

O gestor também reforça que os professores, assim como os estudantes, passam por formações voltadas para as habilidades socioemocionais e para a vida: “Realizamos esse movimento pensando na transversalidade dos temas com disciplinas específicas (Ciências, História e Programação, por exemplo) e, também, no dia a dia da escola, onde tais habilidades podem ser verificadas, exercidas e medidas em diferentes interações e situações”, finaliza.

 

Você também pode gostar disso:             

Saúde emocional: 3 cuidados que as escolas devem ter