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Um novo levantamento do CDC (Centro de Controle de Prevenção e Doenças), do governo dos Estados Unidos, aponta que 1 em cada 36 crianças americanas, de 8 anos, são autistas. Os dados da pesquisa, realizada com mais de 226 mil crianças, é 22% maior que último anúncio, divulgado em dezembro de 2021. Apesar de o Brasil não ter pesquisas sobre esses números no país, seu crescimento é vertiginoso e falar sobre a inclusão de alunos autistas é cada vez mais necessário.

Para celebrar a Dia Mundial de Conscientização Sobre o Autismo, comemorada em 02 de abril com o intuito de difundir informações e reduzir a discriminação e o preconceito, o Escolas Exponenciais entrevistou a Renata Trefiglio Mendes Gomes, neuropsicopedagoga e mestre em Educação e Saúde na Infância e Adolescência e coordenadora de Whole Child Development na Camino School. Confira agora a entrevista:

 

Escolas Exponenciais: Como as escolas devem fazer a inclusão de alunos autistas no ambiente escolar? Para você, como deve ser uma inclusão adequada e humanizada?

Renata: As escolas devem fazer a inclusão de alunos autistas de forma individualizada e com um planejamento cuidadoso. É importante que as escolas disponibilizem recursos e suporte necessários para atender às necessidades específicas desses alunos, como a presença de um profissional de apoio ou terapia especializada.

Uma inclusão adequada e humanizada deve garantir que o aluno seja aceito e respeitado, possibilitando o seu desenvolvimento social e cognitivo. É importante também que a escola promova a sensibilização e conscientização dos demais alunos, professores e funcionários para a inclusão de pessoas autistas.

 

EX: Para que a inclusão ocorra de maneira efetiva, o que não pode faltar?

Renata: Para que a inclusão ocorra de maneira efetiva, não pode faltar o planejamento individualizado e a disponibilidade de recursos e suporte adequados. É importante também que haja uma comunicação clara e frequente entre a escola, os pais e os profissionais de saúde envolvidos no tratamento do aluno autista. 

A escola deve estar preparada para lidar com situações específicas, como crises comportamentais, e garantir que a inclusão seja uma experiência positiva para todos os envolvidos.

 

EX: E como deve ser a preparação dos docentes para que essa inclusão dos alunos autistas realmente ocorra?

Renata: A preparação dos docentes deve incluir uma formação específica sobre autismo e estratégias pedagógicas adequadas para atender às necessidades dos alunos autistas.

Os professores devem estar aptos a reconhecer as diferenças individuais do aluno e adaptar o ensino de acordo com suas habilidades e limitações. Além disso, é importante que os professores trabalhem em conjunto com os profissionais de saúde e os pais para garantir que o aluno tenha o suporte necessário em sala de aula.

 

Os associados do Escolas Exponenciais têm acesso a uma trilha de conteúdos sobre educação socioemocional, o que pode ajudar a impulsionar sua instituição de ensino.

 

EX: E em relação aos demais alunos? Como abordar a importância da inclusão?

Renata: É necessário abordar a importância da inclusão de forma positiva e respeitosa com os demais alunos. A escola pode realizar atividades educativas para sensibilizar os alunos sobre as características do autismo e incentivar a compreensão e empatia em relação ao colega autista. É importante também que a escola promova a convivência entre os alunos, incentivando a colaboração e a amizade.

 

EX: De maneira geral, o que ainda precisa ser feito pelas instituições de ensino para avançar na inclusão de alunos autistas?

Renata: Ainda há muito que precisa ser feito pelas instituições de ensino para avançar na inclusão de alunos autistas. É necessário investir em recursos e suporte adequados, como a presença de profissionais de apoio ou terapia especializada, e garantir a formação contínua dos docentes.

Além disso, é importante promover a conscientização sobre autismo em toda a comunidade escolar e desenvolver estratégias pedagógicas inovadoras para atender às necessidades dos alunos autistas. A inclusão é um processo contínuo e deve ser sempre aprimorada para garantir que todos os alunos tenham acesso a uma educação de qualidade.

 

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