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Comemorado anualmente no Brasil no dia 15 de outubro, o Dia do Professor coloca luz ao papel que os docentes exercem na formação cidadã e no desenvolvimento social como um todo. Como dizia Paulo Freire, a “Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo”.

E os educadores são os agentes das tão desejadas mudanças. Aproveitando o mês dedicado aos profissionais, especialistas em educação refletem sobre o tema sob prismas variados, passando por formação continuada, desenvolvimento de habilidades socioemocionais, relação entre professor/gestor, entre outros aspectos.

Mudança do papel do professor

A escola, tradicionalmente voltada a um ensino conteudístico, com métodos que enfatizavam memorização, respeito e disciplina, hoje já possibilita que os estudantes assumam o protagonismo de sua formação crítica. No século XXI, o verdadeiro desafio da educação é formar sujeitos capazes de fazer escolhas e agir com autonomia, interpretando e se posicionando diante das diversas informações que recebem diariamente, inclusive as recebidas pelos meios digitais.

Nesse cenário, os docentes também assumem uma nova função: “A principal evolução no papel do professor está na sua transformação de enunciador de um saber especializado para a de um esclarecedor ou facilitador: por meio do diálogo, da orientação para o estudo, da organização de ações e do conhecimento multidisciplinar – sem descuidar do trato com conteúdo –, espera-se que o professor desperte o interesse e mobilize os estudantes na busca pelos saberes”, explica Gianpaolo Dorigo, professor do Curso Anglo.

Necessidade de assessoria pedagógica

A assessoria pedagógica é fundamental na implementação do bilinguismo em escolas, por exemplo. Essa assistência deve ser atenta à composição de currículo em conjunto com as escolas em um ensino personalizado e com qualificação contínua de educadores, atendendo às necessidades específicas de cada instituição.

Para Evelyn De Marchi, gerente pedagógica da Eduall, solução exclusiva de ensino de inglês com abordagem bilíngue da SOMOS Educação, “treinar o corpo docente, acompanhar a evolução das aulas por meio de observações de aulas e de planos de ação, revisar os planejamentos por meio de reuniões pedagógicas, além de dispor de uma plataforma completa, são pontos essenciais que fazem com que tenhamos tanto sucesso nas implantações. O papel da assessoria pedagógica é alinhar a expectativa do sistema à expectativa da escola, fazendo possíveis adaptações e sempre trabalhando para a evolução de todos os envolvidos”.

Educação midiática

Vivemos numa sociedade hiperconectada, em que as crianças têm muita fluência tecnológica. Mas isso não significa, necessariamente, que tenham consciência da dimensão do impacto das suas ações no espaço digital. É nesse contexto que o papel dos educadores ganha ainda mais importância. “O professor continua sendo, e será sempre, uma referência importante para as crianças e jovens pela sua escolha, pelas suas atitudes, pela forma como constrói junto com os alunos a aprendizagem”, afirma Esther Carvalho, diretora geral do Colégio Rio Branco.

“O que precisamos, como educadores, é pensar estes recursos de uma forma assertiva, competente, adequada para as diferentes idades dos alunos e, ao mesmo tempo, trazer para o espaço escolar os desafios, o contexto desta sociedade conectada. A educação midiática se faz necessária e isso é algo que devemos juntos desenvolver com nossas crianças e jovens para que sejam cidadãos plenos comprometidos com um mundo mais justo, ético e solidário”.

Parceria entre gestores e professores

Para um funcionamento harmônico da equipe escolar, é necessário que exista uma sinergia entre os gestores e a frente pedagógica. Para isso, é essencial que a gestão esteja disposta a auxiliar os educadores na atuação em sala de aula. De acordo com Mariana Bello, especialista de Recursos Humanos da FourC Learning, é essencial que o gestor exerça um papel crítico, orientando os professores com feedbacks contínuos para aprimorar o ensino.

Além disso, é importante que exista uma boa comunicação entre as equipes, com abertura para diálogos e críticas construtivas. “Reconhecer os próprios erros é uma oportunidade de aprendizado porque, a partir disso, o líder mostra a sua vulnerabilidade e um pouco da sua humildade para aprender”, afirma.

Mariana também ressalta a importância da criação de vínculos entre as equipes. “É fundamental que os gestores reconheçam os perfis de cada pessoa da equipe e as estratégias de comunicação que funcionam melhor tanto para a escola, como para cada funcionário” conclui.

Emoções em voga

O desenvolvimento da inteligência emocional por parte dos professores desempenha um papel fundamental na criação de um ambiente de aprendizado acolhedor e eficaz. “Quando os educadores estão bem-preparados para lidar com suas próprias emoções e compreender as dos alunos, isso resulta em relacionamentos mais saudáveis e produtivos na sala de aula”, diz Heleomar Gonçalves, assessor pedagógico do Programa Líder em Mim.

“O reconhecimento e a gestão das emoções dos alunos desempenham um papel crucial na promoção da saúde mental e bem-estar dentro da sala de aula. Ao ensinar os alunos a identificarem e lidar com suas próprias emoções, os professores capacitam-nos a desenvolver habilidades essenciais para toda a vida, como a resiliência e a autorregulação emocional. Isso cria um ambiente escolar mais saudável, onde os alunos se sentem mais confiantes e capazes de enfrentar os desafios acadêmicos e pessoais”, finaliza.

Professor como guia

Os professores desempenham um papel fundamental na orientação dos alunos não apenas no conteúdo acadêmico, mas também na formação de habilidades essenciais para o sucesso acadêmico e emocional. Isso implica em serem guias não apenas do conhecimento, mas também da apresentação de estratégias eficazes de estudo, de gerenciamento de tempo e da organização.

“Ao promover oportunidades de protagonismo e de autonomia, os professores capacitam os alunos a se tornarem aprendizes autônomos e a lidar com desafios de maneira mais eficaz, construindo, assim, uma base sólida para o aprendizado contínuo”, explica Maria Carolina, diretora de ensino regional de São Paulo, do Grupo Salta Educação.

Como as escolas podem preparar os professores para o futuro?

Durante o mês dos professores, enfatizamos as reflexões sobre as possibilidades de se transformar a Educação e, dentro desse contexto, está a necessidade de preparar os professores para o futuro. De acordo com Cristina Diaz, Diretora da UpMat Educacional, empresa que atua na educação básica a partir de conteúdos em matemática e pensamento computacional, o primeiro passo a ser dado rumo a essa mudança é reafirmar a importância do professor no processo de ensino e aprendizagem.

“As escolas precisam amparar e dar ferramentas para que os professores possam se tornar profissionais melhor preparados, como desejam. Isso significa investir em formação continuada e em ferramentas de trabalho que auxiliem o educador, dentro e fora da Escola. Assim, teremos educadores mais bem preparados, alunos com processos de ensino consolidados e escolas de muito sucesso”, afirma.

Cristina destaca ainda que, atualmente, já existem diversas ferramentas disponíveis para que as instituições contemplem a comunidade escolar com plataformas inovadoras, como o Bebras Experience, iniciativa da UpMat Educacional que trabalha o Pensamento Computacional. Essa plataforma leva aos professores conteúdos essenciais, que podem ser trabalhados de maneira desplugada, ou seja, sem a necessidade que os alunos estejam conectados à internet ou na frente de computadores.

“A plataforma foi criada pensando na rotina do professor e em suas necessidades, tanto na sala de aula, quanto fora dela. Nela, são disponibilizados recursos didáticos e trilhas de formação continuada, além de toda estrutura necessária para que o docente possa fazer uso desse recurso, de acordo com a sua disponibilidade, tempo e ritmo de trabalho”, finaliza.

Foto: Imagem de Freepik.

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