Novo Ensino Médio pode preparar aluno para trabalhar com influência digital
Mais do que uma ferramenta de entretenimento, as redes sociais passaram a ser fonte de renda para muitos influenciadores digitais, que acumulam de milhões de seguidores e, com isso, assinam contratos milionários com marcas renomadas.
Com esse cenário, e levando em consideração as mudanças do Novo Ensino Médio, pode ser importante debater com os estudantes temas como a influência digital, a partir dos itinerários formativos.
Para a coordenadora editorial do Sistema Positivo de Ensino, Milena dos Passos Lima, há muitos benefícios em usar esse tipo de abordagem. “O influenciador digital tem que entender sobre mídia digital e linguagem, determinar o público-alvo, compreender gêneros textuais. Então, falando sobre isso, desenvolvemos habilidades como criatividade, argumentação, comunicação e senso crítico, uma série de aprendizados”, explica.
De acordo com a especialista, trazer esse tipo de assunto para dentro da sala de aula é uma forma de atualizar os conteúdos. “Esse é um tema que aparentemente estaria fora do currículo escolar, mas o currículo é vivo, está sempre se modificando e deve refletir o tempo em que está sendo aplicado”, reforça.
Segundo as diretrizes do Novo Ensino Médio, há cinco itinerários que podem ser combinados: Linguagens, Ciências Humanas e Sociais, Ciências da Natureza, Matemática e Técnico Profissionalizante.
Além disso, os itinerários precisam estar organizados em quatro eixos: processos criativos, mediação e intervenção sociocultural, investigação científica e empreendedorismo. No caso dos influenciadores digitais, o assunto pode se encaixar com o eixo dos processos criativos.
“Ter um itinerário que traga esse tema, não quer dizer que o aluno será influenciador, mas, com essas temáticas atualizadas e aprofundamentos interessantes, estimulamos os jovens a pensar em novas carreiras”, pontua.
Jovens protagonistas
Uma das premissas do Novo Ensino Médio é o protagonismo juvenil. Sendo assim, Milena destaca que é fundamental entender o que é relevante para os jovens. “Já ouvi algumas vezes, dos docentes, algo como ‘essa é a aula que eu sempre quis dar e não podia’. Os itinerários formativos trazem essa chance de que os estudantes absorvam um conhecimento que existe, mas que nem sempre pode ser compartilhado no currículo tradicional”, explica.