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A implantação do novo ensino médio que deve começar no próximo ano, traz possibilidades para os estudantes escolherem áreas específicas de profissionalização. Em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição, Carmem Silva Vidigal, professora da Faculdade de Educação (FE) da USP, contou dos problemas por trás dessa reforma, alegando que não representa a base social a qual se destina. “Nós temos aí a ascensão do setor empresarial, que cada vez tem mais influência e tem interferido no plano nacional”, afirma Carmem.

Segundo Carmem, na agenda imposta pelo MEC há articulações da reforma do ensino médio em um conjunto muito mais amplo que reformulações curriculares. A professora também enfatiza que essas mudanças contrariam a Constituição de 1988 por buscarem uma vertente mais utilitarista do ensino, diminuindo a carga horária de disciplinas como filosofia e sociologia. 

“Há uma ênfase em conteúdos de uma perspectiva instrumental e deixando de dar disciplinas que sempre fizeram parte da organização do ensino médio, que propiciam à juventude um olhar para o mundo, um olhar mais amplo”, explica a professora.

Outro ponto destacado é a questão da formação dos professores. Na visão de Carmem, nesse novo modelo, eles ficarão como aplicadores de técnicas prontas e não terão trabalho intelectual autônomo, além de isso ser contrário ao que os pensadores do projeto educacional e a comunidade científica pensam.