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Após as recentes polêmicas no âmbito político envolvendo a educação inclusiva, a Federação das Aapaes do Estado de São Paulo (FEAPAES-SP) afirmou que defende que inclusão nas escolas regulares deve respeitar o direito de escolha das pessoas com deficiências e suas famílias. “Seja em escola de educação especial ou em uma escola regular de ensino, uma vez que o entendimento é que há um cenário complexo, com níveis diferentes no que diz respeito à locomoção, cuidados e atividades que nem todas as unidades de educação da rede estão aptas a exercer”, traz a nota da entidade.

Para Flávia Catanante, mãe de pessoa com deficiência, a inclusão na rede regular não deveria ser imposta, pois ela acredita que a família deve decidir onde o filho será inserido. “Como mãe de pessoa com deficiência, quero ter o direito assegurado de decidir onde quero que meu filho estude, baseado nas necessidades que tem. Além do professor especialista, preciso da equipe que cuidará para que ele seja posturado adequadamente durante as atividades acadêmicas, que o troque de posição quando ele se sentir incomodado, que saiba dosar e administrar a alimentação oral ou gastroenteral, que oriente a família quando novas abordagens forem necessárias”, afirma Flávia, que também é coordenadora de Educação e Ação Pedagógica da FEAPAES-SP.

De acordo com a entidade, a falta de infraestrutura de muitas escolas e a indisponibilidade de profissionais especializados, são dificuldades ainda vivenciadas por muitas famílias.

“A FEAPAES-SP apoia a inclusão escolar na rede regular de ensino, e também entende que toda escola regular deve ser efetivamente inclusiva, juntamente com a disponibilização e manutenção das escolas especializadas e centros de atendimento educacional especializado, que atendam o público com deficiências de média e alta complexidade, em que a frequência na escola necessite de múltiplos apoios”, afirma a presidente da instituição, Vera Lucia Ferreira.

A FEAPAES-SP atua há 25 anos no assessoramento às Apaes do Estado e em defesa das pessoas com deficiência intelectual e múltipla. A entidade desenvolve projetos que beneficiam atualmente as 305 Apaes do Estado, organizações que juntas atendem mais de 70 mil pessoas.