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Uma pesquisa que acaba de ser divulgada em parceria entre o Grupo Rabbit e a Explora Pesquisas Educacionais traz dados reveladores sobre o cenário atual de professores brasileiros. O estudo foi realizado com cerca de 5 mil profissionais da educação e concluiu que eles têm maior qualidade de vida no trabalho do que na vida pessoal.

Contendo questões relacionadas a temas como alimentação, qualidade do sono, exposição de telas e propósito, os questionários foram preenchidos por profissionais de escolas particulares de todo o país. A amostragem considerou professores do Berçário e Educação Infantil (54% dos consultados), Ensinos Fundamental I e II (com 41% e 31% dos entrevistados, respectivamente) e Ensino Médio (21%), sendo 84% das pessoas do sexo feminino e 12% do sexo masculino. Além dos professores (71% dos respondentes), também participaram da pesquisa coordenadores, auxiliares, berçaristas e diretores.

“Enquanto no ambiente escolar existe maior acolhimento, motivação e desenvolvimento, na vida pessoal os educadores nem sempre encontram equilíbrio”, afirma Christian Coelho, consultor educacional e CEO do Grupo Rabbit. “É importante lembrar que não dá para separar a vida profissional da pessoal, na medida em que as questões particulares impactam diretamente na qualidade do trabalho pedagógico e, assim, na experiência de aprendizagem dos alunos”, complementa.

Problemas com a gestão de tempo dos professores

Dentre os motivos da baixa qualidade de vida pessoal dos professores brasileiros estão problemas com a gestão de tempo. Imersos na quantidade de tarefas que precisam desempenhar no dia a dia – cuidar dos filhos, estudar, trabalhar e dar atenção ao parceiro -, esses profissionais apresentam dificuldades em equacionar tais demandas com uma quantidade limitada de espaço na agenda pessoal. Ao todo, 68% dos respondentes alegaram não terem tempo para se dedicarem a hobbies e 55% afirmaram o mesmo sobre o relacionamento com a família e amigos.

Tal desequilíbrio acaba gerando esgotamento mental, além de enfraquecer os relacionamentos pessoais e até mesmo a produtividade no trabalho. “Um equilíbrio saudável proporciona a oportunidade de recarregar as energias, o que, por sua vez, melhora o humor, a criatividade e a eficiência profissional”, afirma Christian Coelho. “O que é realmente importante são as ações que trazem resultados efetivos para a nossa vida, seja no trabalho, na vida pessoal ou na vida das pessoas que convivem conosco”, acrescenta.

Para o CEO do Grupo Rabbit, existem algumas atitudes que podem melhorar a gestão de tempo e reduzir as atividades urgentes e circunstanciais. Uma delas é registrar as tarefas com data e hora marcada, uma ação simples capaz de aliviar o estresse no decorrer da semana. Outra dica é criar uma rotina fixa de atividades essenciais e mais relevantes para visualizar com mais facilidade o que de fato não pode ser cancelado.

Exposição às telas e falta de atividade física

Em um contexto de dificuldade na gestão de tempo, as redes sociais podem ser uma armadilha. A dispersão causada pelo excesso de exposição às telas impede que momentos com a família e os amigos sejam vividos com qualidade. Muitas vezes, sem perceber, são consumidos longos minutos entre uma conferida nas mensagens no WhatsApp e uma atualização no feed do Instagram.

O levantamento também mostrou um índice preocupante no que diz respeito à quantidade de atividade física realizada pelos professores brasileiros. E, mais uma vez, a gestão de tempo impacta nesses resultados. Afinal, embora todos saibamos dos benefícios associados à atividade física, nem sempre é fácil encontrar tempo para praticá-la. Do total de respondentes, 60% alegaram falta de tempo para praticar e somente 6% consideraram que realizam algum exercício físico com muita frequência.

Sendo assim, o CEO do Grupo Rabbit reforça que o passo inicial para começar a se exercitar é dedicar um tempo para isso. “A integração da atividade física à rotina diária pode ser realizada por meio de escolhas simples que nem sempre requerem tanto tempo”, afirma Coelho. “Preferir caminhar ou andar de bicicleta em vez de usar o carro, optar por subir escadas em vez de usar o elevador são atitudes iniciais que considero passos importantes para incorporar a atividade física em nossa vida”, recomenda Coelho.

Lembrando que a falta de atividade física está muito relacionada à baixa qualidade de vida pessoal, uma vez que os exercícios físicos apresentam um papel significativo na redução do estresse e dos sintomas de ansiedade. Além disso, eles melhoram a qualidade do sono, potencializam o aprendizado, mitigam os sintomas de depressão e previnem doenças crônicas, como hipertensão e diabetes.

Foto: Imagem de Freepik.

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