3 min de leitura

A capacitação de primeiros socorros de todos os funcionários da Escola Nau, localizada no Rio de Janeiro, foi determinante para que a diretora Celinéia Paradela Ferreira sentisse maior segurança no ambiente escolar.

“Costumo dizer que trabalhar com crianças é um ato de fé e coragem, porque você não sabe o que vai acontecer, agora me sinto mais segura para trabalhar com crianças. Se alguma coisa acontecer com uma criança, sei que o pessoal está capacitado. Essa segurança que você sente com o pessoal capacitado não tem preço”, ressalta.

Em outubro de 2018, foi instituída a Lei Lucas, que torna obrigatória a capacitação em primeiros socorros de professores e demais funcionários de instituições de ensino públicas e privadas, além de estabelecimentos de recreação infantil.

Segundo Celinéia, a formação de primeiros socorros é fundamental para prestar os primeiros atendimentos à criança ou adolescente, até a chegada de uma equipe especializada. “Tem que estar todo mundo capacitado para total segurança da escola”, reforça.

 

Médico explica a importância dos primeiros socorros na escola

 

O médico Rafael Kader, um dos fundadores da Coala Saúde, que oferece soluções de saúde para escolas privadas, explica a importância de as escolas realizarem esse tipo de formação. 

“É preciso ter esse conhecimento sobre como manejar uma situação de urgência e emergência de forma para que não só as condutas em primeiro socorros sejam realizadas de forma adequada, mas também para que se evitem ações impulsivas que podem gerar até maior risco à vida”, afirma.

De acordo com Kader, tanto os colaboradores da instituição quanto a própria escola recebem a certificação após cumprirem alguns requisitos da capacitação em primeiros socorros, como a participação no curso e prova de avaliação de conhecimentos básicos sobre a temática.

“O treinamento de todos os colaboradores da instituição faz a diferença na prevenção de desfechos desfavoráveis e para cuidar da saúde dos alunos e dos colaboradores”, recomenda.

 

Como surgiu a Lei Lucas?

Aos 10 anos, Lucas participava de uma excursão escolar quando, na hora do lanche, ele se engasgou com um pedaço de salsicha do cachorro-quente. Sem receber os primeiros socorros de um adulto capacitado, o menino foi levado ao hospital, porém, ele já apresentava sinais de morte cerebral.

Na unidade de saúde, o garoto sofreu sete paradas cardíacas e após 50 minutos de tentativas de reanimação, Lucas faleceu.

Então, sua mãe, a advogada Alessandra Begalli se empenhou na luta para tornar obrigatório um projeto de lei para as escolas oferecerem cursos de primeiros socorros aos funcionários.

 

Fiscalização nas escolas

 

A Câmara dos Deputados está analisando um projeto de lei que determina que as secretarias municipais, estaduais e distritais de educação fiscalizem o cumprimento da legislação que torna obrigatória a capacitação de primeiros socorros nas escolas públicas e privadas.