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Segundo o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, a violência nas escolas aumentou 50% em 2023, em relação ao ano anterior. São situações envolvendo alunos, professores e até ex-alunos e que, na maioria das vezes, estão ligadas a um contexto desafiador pós-pandemia e se apresentam como um desafio para a paz nas escolas.

O aumento de transtornos mentais, por exemplo, como depressão e ansiedade entre crianças e adolescentes, bullying, cyberbullying, entre outros fatores ligados a aspectos sociais e emocionais, reforçam ainda mais o papel da escola como um espaço essencial para o desenvolvimento de competências e habilidades necessárias para a formação de crianças e jovens preparados para lidar consigo mesmo e com os desafios em sociedade.

Diante deste cenário, que impacta não só a comunidade escolar, como toda a sociedade, sete dos principais programas de educação socioemocional do país se uniram em uma ação inédita com o objetivo de fomentar a cultura de paz nas escolas e ampliar o diálogo para a construção de uma nova realidade nas escolas públicas e privadas em 2024.

Os participantes do movimento pela paz nas escolas

O Movimento Socioemocional pela Vida – #Escolas pela Paz conta com o apoio de programas como Líder em Mim (Somos Educação), Semente Educação, LIV, OPEE/FTD Educação, Escola da Inteligência, Pleno e Educa. Trata-se de uma iniciativa nacional para resgatar o papel da escola como ambiente de aprendizado, transformação e escuta, além de disseminar a cultura de paz dentro e fora dos muros das instituições de ensino. Juntas, essas organizações atingem cerca de 4.600 escolas e 1,6 milhão de alunos em diferentes estados brasileiros. 

“Nossa proposta é a formação de um movimento nacional utilizando a força e o impacto das diversas metodologias e ferramentas que trabalham as competências socioemocionais para que todas, juntas, em comunhão e de braços dados, possam reforçar o apoio incondicional à paz e aos valores humanos mais preciosos. Queremos incentivar manifestações de estudantes para a valorização da paz, dando um ‘sim’ à vida. Nós, como educadores, reforçamos a nossa missão como guardiões da certeza de que a vida vale a pena”, destaca o psicoterapeuta e especialista em psicologia educacional Leo Fraiman, autor da Metodologia OPEE.

Para marcar o início do movimento, será lançado um manifesto, chamando a atenção da comunidade escolar e de toda a sociedade sobre a importância de debater a paz no ambiente escolar e trabalhar a educação socioemocional na sala de aula e em diversos âmbitos.  Além disso, uma campanha foi desenvolvida para as redes sociais com a hashtag #EscolasPelaPaz, um selo oficial da iniciativa, que será disponibilizado para as escolas que aderirem à ação.

Ações ao longo de 2024

A iniciativa contará com diversas ações ao longo de 2024, promovidas pelas organizações envolvidas. Vale ressaltar que o movimento é aberto a qualquer empresa do segmento de educação socioemocional que queira apoiá-lo. Uma landing page já está no ar, com informações e materiais gratuitos sobre o Movimento Socioemocional Pela Paz. Posteriormente ela contará com diversos materiais, entre artigos, e-books, podcasts, vídeos e blogs, que abordam a temática, oferecem caminhos e reflexões, capacitam e dão suporte para o aprendizado socioemocional.  

“Desenvolver competências socioemocionais como empatia, respeito e confiança é a base para a construção de uma sociedade harmônica e colaborativa, por isso a concepção de ações como essas são fundamentais para incentivar o fomento dessas habilidades”, ressalta Celso Lopes de Souza, fundador da Semente Educação.

Caio Lo Bianco, idealizador e CEO do LIV, destaca que a crise vivida pelas escolas mostrou o quanto é importante o debate em torno da violência e da saúde mental e quanto ainda precisamos refletir e buscar novas maneiras de lidar com o sofrimento das crianças e adolescentes. “Não podemos nos contentar com propostas reducionistas. É fundamental lembrarmos sempre que a escola é reflexo da sociedade, e que, portanto, as soluções para esses problemas não se darão apenas a nível local, na sala de aula. Essa é uma responsabilidade de todos”, conclui.

Foto: Imagem de Freepik.

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