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Na sua escola, o uso de celulares em sala de aula é proibido ou serve até mesmo para atrair a atenção dos estudantes e melhor o processo de ensino e aprendizagem? Para alguns especialistas, a incorporação da ferramenta on-line em horário escolar é mais que uma tendência, a qual professores e equipes pedagógicas precisam parar de fugir.

Com o avanço do desenvolvimento das tecnologias, processos como a chamada gamificação do aprendizado têm se tornado cada vez mais comum. Para a editora de conteúdo digital do Sistema de Ensino Aprende Brasil, Giselle Corso, esses recursos são fundamentais para atrair a atenção dos estudantes e garantir uma melhoria na qualidade do ensino.

“É anacrônico exigir que os estudantes fiquem afastados de seus celulares durante todo o período de aula. Devemos, em vez disso, estabelecer uma relação de uso moderado e respeitoso desses aparelhos, de modo a beneficiar o processo de ensino e aprendizagem”, defende.

 

Uso de celulares em sala de aula: qual a melhor estratégia?

Desde que esses equipamentos se tornaram mais acessíveis, inclusive para as crianças, as instituições de ensino enfrentam o questionamento sobre o que fazer quanto à sua utilização dentro do ambiente escolar.

De acordo com o professor Romero Tori, autor do livro “Educação sem Distância”, que fala sobre o uso de novas tecnologias na Educação, “não dá para pensar na sociedade sem tecnologia e, portanto, não dá para pensar em Educação sem tecnologia. Não há motivo para que a escola fique alheia à nova forma como a sociedade encara essa tecnologia”.

O autor lembra que o grande questionamento que precisa ser feito não é a respeito Uso de celulares em sala de aula, mas dos propósitos aos quais essa utilização serve.

“A internet é tão necessária quanto a energia elétrica. É inconcebível ignorar que existem aplicativos, nuvem, possibilidade de acesso remoto. Mas é claro que isso precisa ser usado de forma pedagogicamente adequada”, destaca.

Isso pode ser feito, por exemplo, escolhendo a mídia a ser usada em razão dos objetivos educacionais de cada atividade. “Hoje, a prioridade é usar metodologias ativas em que os alunos participam ativamente da construção do conhecimento. Todas as ferramentas tecnológicas disponíveis são importantes para isso”, avalia.

Para garantir um bom aproveitamento das ferramentas de tecnologia, o ideal, segundo o especialista, é inverter o foco. Entender primeiro qual é o objetivo pedagógico, quem são os estudantes, qual o tipo de ambiente em que a aula se dá – se é on-line, presencial ou híbrida – e outros detalhes, para depois definir quais recursos são adequados para esse contexto e quais mídias podem ser utilizadas.

 

Distração x tecnologia

Giselle e Tori reconhecem que o uso de celulares em sala de aula também podem ser uma fonte de distração para crianças e adolescentes, mas lembram que toda e qualquer mídia tem essa mesma característica.

“Quando eu era estudante e usávamos papel e caneta, também usávamos o papel para enviar bilhetes, atirar bolinhas nos colegas, fazer joguinhos, etc. Então o problema não é a mídia, mas o uso que se faz dela”, exemplifica o professor.

As redes sociais, por sua vez, também podem ser usadas para aprender, desde que haja uma orientação dos professores para tanto. “É possível estimular que os jovens usem as redes para apresentar conteúdos que estão sendo estudados em sala de aula. Hoje há, inclusive, vários influenciadores digitais que formaram seu público justamente falando sobre aquilo que estão estudando”, completa Giselle.

Para se aprofundar sobre este assunto, confira o artigo: Celular na escola: inimigo ou aliado?