Conhecer as principais tendências de tecnologia na educação pode ser um dos diferenciais dos diretores que já estão começando a preparar a instituição de ensino para 2023.
Afinal, entender quais são as inovações que estarão em alta no próximo ano contribuem para manter a inovação na escola, contribuindo para impulsionar cada vez mais o processo de ensino e aprendizagem.
Para se aprofundar sobre esse assunto, o Escolas Exponenciais conversou com Guilherme Camargo, CEO e fundador da Sejunta, consultoria especializada em tecnologia educacional. De acordo com o profissional, são quatro as principais tendências de tecnologia na educação. Confira na entrevista:
Escolas Exponenciais: Quais as principais tendências de tecnologia na educação para 2023?
Guilherme Camargo: Temos acompanhado a movimentação na educação na última década e sentimos que muitas coisas mudaram nos últimos dois anos. Percebemos que as instituições de ensino, de maneira geral, entenderam que os processos de ensino e aprendizagem precisam ser repensados para que os estudantes possam aprender mais e melhor.
Neste processo de reflexão, as discussões passam por tópicos como Metodologias Ativas, Personalização dos Processos, Inclusão e Gestão do Aprendizado, todos tópicos que são amplificados quando utilizamos tecnologias na educação.
Apesar de esta ser uma discussão mais viva dentro da instituição de ensino, percebemos também um interesse da comunidade e também de pais e responsáveis, que passaram a fazer parte de fóruns de discussão sobre o tema e a contribuir dentro das escolas.
Tentando ser mais objetivo, vejo as principais tendências para 2023 sendo:
1) Adoção de tecnologias na educação
2) Desenvolvimento profissional continuado de educadores
3) Diferentes métodos de avaliação de aprendizagem
4) Atividades e currículos que promovem diferentes habilidades nos estudantes por meio da Criatividade e do Pensamento Computacional que vão trabalhar a Autonomia nos estudantes.
EX: Quais devem ser os principais desafios dos gestores para o próximo ano em relação às tecnologias educacionais?
Guilherme Camargo: Adotar tecnologias na educação é uma decisão estratégica e que requer planejamento e, muitas vezes, apoio. Os gestores que ainda não adotaram tecnologias na escola (e nem tanto aprimoraram os processos de ensino e aprendizagem neste meio tempo) serão pressionados por esta comunidade mais participativa a mudar e inovar.
Percebemos que o principal desafio é o tempo em que as mudanças precisam acontecer, principalmente considerando a enorme quantidade de ofertas de produtos e serviços aos quais esses gestores são expostos todos os dias para escolher como solução para a sua instituição.
Pensando nisso, planejar e manter este planejamento vivo será, sem dúvida, o maior desafio, especialmente por conta deste movimento natural de termos cada vez mais tecnologias na educação e isso ser uma expectativa cada vez mais latente na comunidade escolar.
EX: Na sua opinião, quais serão as principais apostas em sala de aula para as escolas que desejam inovar?
Guilherme Camargo: A personalização dos processos de ensino e aprendizagem e a adoção de diferentes estratégias para ensinar e aprender. Isto é, conhecemos muito pouco a jornada individual de cada estudante e suas aptidões e precisamos ser mais assertivos na maneira como desenhamos as propostas em sala de aula.
Ao identificar os diferentes conhecimentos nestes estudantes, a instituição vai perceber que haverá lacunas em comum dentre grupos de estudantes e será necessário desenhar propostas diferentes para expor os estudantes àquele conteúdo específico de um jeito diferente, potencialmente mais ativo e estimulando a criatividade e a autonomia do estudante.
Vemos que hoje a discussão já é muito intensa sobre estes tópicos e deverão ganhar ainda mais força para o ano que vem.
EX: Atualmente, quais são as práticas de tecnologia na educação que mais despertam sua atenção e por quê?
Guilherme Camargo: Quando as tecnologias são adotadas sem planejamento, sem treinamento para os educadores e sem uma integração profunda com o time pedagógico, é certo que este projeto vai sofrer muito e provavelmente falhar.
A decisão de adotar tecnologias em educação tem que ser motivada pelo desejo de promover melhores práticas de ensino e aprendizagem e, a partir disso, fazer com que os estudantes sejam expostos a diferentes conhecimentos de diferentes formas e aprendam mais.
Quando esta lógica não é respeitada, a tecnologia em educação perde o seu propósito principal e passa a ser um peso, comumente percebido como “mais trabalho” por professores. Por mais crítico que este problema seja para a estrutura do projeto, acaba sendo um problema fácil de resolver e há muitas vantagens em dar uns passos para trás, aprender com as experiências e replanejar o projeto.
EX: Por fim, como uma escola pode se preparar para as tendências de 2023 e introjetar a tecnologia nos hábitos de uma escola?
Guilherme Camargo: A cultura de inovação é estratégica para alcançar este objetivo. Se a instituição não tem o desejo verdadeiro de inovar, de aprimorar os fluxos de ensino e aprendizagem e se esta visão não estiver viva dentro dos educadores, coordenadores e famílias, será muito difícil vencer as batalhas que são travadas todos os dias dentro do projeto.
Por conta disso, vejo como o principal passo para que a escola se prepare para estas tendências, um trabalho de desenvolvimento das lideranças da própria instituição e um planejamento de longo prazo que considera o uso destas tecnologias também pela liderança.
Para isso, há treinamentos, conteúdos, atividades e diferentes outras práticas que tornam este trabalho mais fácil e mais produtivo.
O que me motiva a continuar trabalhando com tecnologia em educação é justamente este movimento crescente de gestores educacionais querendo mudar os processos de ensino de aprendizagem como ele é hoje e também o fato de que estas mudanças trazem diferentes retornos para a instituição, inclusive financeiros.
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