Valorização da educação infantil pode ter impulsionado taxa de matrícula
O aumento da taxa de matrícula da educação infantil pode ter sido impulsionado pela valorização no setor a partir do reconhecimento dos pais. Na semana passada, o portal de notícias do Escolas Exponenciais noticiou que a matrícula na educação infantil no Brasil registrou um aumento de sete pontos percentuais para crianças de 3 a 5 anos. Os dados, analisados entre 2015 e 2019, foram divulgados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que fez o lançamento internacional da publicação Education at a Glance (EaG) 2021.
“Acreditamos que este aumento se deve ao reconhecimento de pais e mães em relação à importância da formação completa da criança, principalmente, nos primeiros anos de vida. Há, ainda, a valorização da importância do desenvolvimento de habilidades e competências socioemocionais, as quais são fundamentais para a vida escolar da criança”, afirma Mariana Erlanger, diretora-geral da creche Escola Bom Tempo e da creche Escola Sunny Days, integrantes do Grupo Raiz Educação.
Sendo assim, Mariana defende que atualmente a sociedade compreende a diferença que existe entre a criança permanecer em casa, com um cuidador, e estar inserida no ambiente escolar, onde os pilares da educação infantil são a socialização e o brincar. “A aprendizagem se dá por meio de diferentes atividades interpessoais e pedagógicas. De forma lúdica, diariamente, as crianças aprendem e descobrem mais sobre o mundo em que vivem”, acrescenta.
Como os anos iniciais escolares foram os mais prejudicados pela pandemia, com aumento da evasão escolar, Mariana acredita que a pesquisa pode ter uma variação nos próximos anos. Entretanto, ela ressalta que a expectativa é que o setor já se recupere neste segundo semestre. “No entanto, para o segundo semestre de 2021, acreditamos que as informações serão mais alinhadas ao da pesquisa atual, visto a retomada dos alunos para a escola e o crescimento do número de matrículas”, pontua.
Apesar de considerar que o atual cenário pandêmico pede cautela, Frederico Venturinni, vice-presidente da Associação Brasileira de Ensino Infantil (Asbrei), também se mostra otimista. “Por conta do aumento da vacinação e familiares voltando a trabalhar presencialmente, acreditamos que o número de novas crianças matriculadas na educação infantil seja ainda maior do que nos anos anteriores, conforme colocou a pesquisa”, enfatiza.
De acordo com Venturinni, a pandemia contribui ainda mais para as famílias valorizarem a educação escolar. “A pandemia fez com que os pais e as mães percebessem ainda mais a importância da socialização da criança e do desenvolvimento cognitivo e psicológico dela”, destaca.