Disciplinas inovadoras: o que são e como colocar em prática?
A escola é o espaço onde alunos são preparados para concretizar sonhos e aspirações. Nela, adquirem a habilidade de ler e escrever, decifram os enigmas dos números nas aulas de matemática e desvendam o funcionamento das células. Acima de tudo, a escola os orienta quanto ao futuro profissional.
No entanto, nos últimos anos, o cenário de empregos no mundo tem passado por profundas transformações e muito do que conhecemos hoje pode não existir mais em breve.
De acordo com o estudo “The Future of Jobs Report 2023”, do Fórum Econômico Mundial, estima-se que aproximadamente 23% dos empregos se alterem até 2027, com 69 milhões de novos empregos sendo criados e 83 milhões eliminados.
Escolas desconhecem o futuro do aluno
Essa incerteza em relação às opções profissionais pode gerar inseguranças tanto nos jovens quanto em suas famílias, especialmente para aqueles que estão atualmente cursando o ensino básico.
“A escola está preparando o aluno para um futuro desconhecido pela própria escola”, afirma Alexandre Vitoriano, gerente pedagógico da Mind Makers, solução educacional do grupo Somos Educação. Mais do que tentar prever o futuro, é necessário que se formem jovens capazes de se adaptar a diferentes cenários, diz.
E nesse sentido, a inclusão de disciplinas inovadoras no ambiente escolar é extremamente relevante, pois reflete a necessidade de preparar os estudantes para um futuro ainda desconhecido, onde as transformações tecnológicas e econômicas têm um impacto significativo no mercado de trabalho.
Essas mudanças requerem uma abordagem educacional mais adaptativa, que promova o desenvolvimento de habilidades essenciais para o sucesso pessoal e profissional.
Aluno é colocado como protagonista com disciplinas inovadoras
As disciplinas inovadoras, como o Pensamento Computacional e o Empreendedorismo Criativo, ambas oferecidas pela Mind Makers, desempenham um papel importante nesse contexto. As duas colocam o aluno no centro do aprendizado, estimulando a criatividade e o trabalho em equipe.
O Pensamento Computacional, por exemplo, vai além do ensino de programação, pois desenvolve habilidades de análise de problemas e identificação de padrões, que são valiosas em diversas áreas profissionais.
Já o Empreendedorismo Criativo não se trata apenas de incentivar os estudantes a abrir seu próprio negócio, mas sim de desenvolver a capacidade de inovação, liderança e persistência, habilidades essenciais em qualquer carreira.
Ao permitir que crianças e jovens coloquem a mão na massa e trabalhem em projetos criativos, essas disciplinas contribuem para a formação de pessoas mais conscientes de si e dos outros, preparando-os para os desafios do mundo atual.
“As disciplinas da Mind Makers visam a experimentação e o protagonismo, sendo esse o principal diferencial, que viabiliza a estruturação de um currículo espiral, que impulsiona os alunos para além do propósito acadêmico-escolar”, afirma Victor Haony Ribeiro de Oliveira, assessor pedagógico da Mind Makers, que tem como base metodológica o construcionismo.
Formação e atualização constante dos professores
Mas não basta apenas decidir e no dia seguinte implementar uma disciplina inovadora. Elas devem ser incorporadas ao currículo de forma adequada, com metodologias pedagógicas que favoreçam a participação ativa dos estudantes, a experimentação e o aprendizado prático.
Além disso, é fundamental que os professores estejam preparados para ministrar essas disciplinas, com formação e atualização permanente.
Segundo Oliveira, a escola precisa estar em constante mudança, uma vez que a cada geração que entra na instituição há novos desafios para ensiná-los. “A infraestrutura é fundamental para o desenvolvimento de práticas inovadoras, mas o essencial é a qualificação dos professores, que devem passar por um processo formativo constante que os impulsione a apresentar os conteúdos de modos diversificados”.
De acordo com o assessor pedagógico, vivemos um momento em que a tecnologia está presente desde o berço das crianças, então não cabe a nós distanciá-los dela, e sim, ensiná-los a utilizá-la até mesmo como fonte de estudo, para desenvolver habilidades e realizar práticas cotidianas que impulsionem o aprendizado.
“O cenário escolar precisa ser colaborativo e construtivo para todas as partes, alunos e professores, sendo o corpo docente o facilitador do processo de aprendizagem, mas estando em constante desenvolvimento para construir o espaço de ensino-aprendizagem cada vez mais plural e assertivo ao público”, enfatiza.
Tecnologia como aliada
Se engana quem pensa que as disciplinas inovadoras devem ocupar o lugar das disciplinas tradicionais. A ideia é que elas se juntem às já existentes, que cheguem para somar no currículo.
No Pensamento Computacional, por exemplo, a Mind Makers foca em tornar concreto processos abstratos que são apresentados nas disciplinas tradicionais. Os alunos aprendem a lidar com circuitos elétricos (conteúdo de Física), que apresenta de modo prático como funcionam os circuitos e conceitos simples como condutor e fonte de energia.
“Uma vez que vivenciaram essa aprendizagem de modo prático será mais fácil a compreensão do conteúdo, quando o tema for abordado de modo teórico”, explica Oliveira.
No Empreendedorismo Criativo, o processo é muito similar, porém, como as aulas são focadas em desenvolvimento humano, os destaques ficam por conta do processo de construção e repertório, argumentação, desbloqueio da confiança criativa e a tomada de decisão, que são fundamentais em todas as disciplinas comuns.
Outro exemplo que pode auxiliar a inovar, mas seguindo um conteúdo tradicional, é a Matific, uma plataforma que ensina matemática de modo totalmente gamificado, que pode ser uma aliada para facilitar a aprendizagem de matemática.
Para o gerente pedagógico da Mind Makers, Alexandre Vitoriano, inovar deixou de ser só um diferencial e se tornou uma exigência.
“Essas disciplinas inovadoras colocam o aluno como ponto focal do aprendizado, estimulando a criatividade, o trabalho em equipes. Elas dão oportunidade para que crianças e jovens coloquem a ‘mão na massa’, contribuindo para a formação de pessoas criativas, conscientes de si e dos outros”, conclui.
Foto: Imagem de pch.vector no Freepik.
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