Gestão de equipe: como ter um time preparado para solucionar desafios?
“O líder só se torna um líder de fato quando considera como sucesso o sucesso da sua equipe.” Quem diz isso é o especialista em gestão Tallis Gomes, considerado um dos jovens empreendedores mais inovadores do Brasil pelo MIT (Massachussets Institute of Tehnology), e apontado como uma das maiores autoridades em inovação do país.
Quando o assunto é gestão de equipe, o nome de Tallis vem logo à cabeça. Administrar o capital humano de sua empresa e acertar a construção do time é um grande desafio. E CEOs de startups são ótimos exemplos de formadores de grupos alinhados, afiados em solucionar problemas com rapidez e em buscar sempre melhores resultados com grande taxa de sucesso.
Tallis foi o fundador do aplicativo Easytaxi, que, sob sua gestão, teve o serviço expandido para 35 países em apenas 4 anos. Tallis também é CEO da Singu, o maior marketplace de beleza e bem estar do Brasil. E, para completar esse currículo maravilhoso, ele é o fundador do Gestão 4.0 Educação, uma startup de educação de negócios, cujo objetivo é apoiar gestores em suas jornadas.
Então nada como aproveitar a expertise do Tallis para ganhar bons insights sobre gestão de equipe escolar. No ambiente educacional o desafio de gerir equipes é enorme, por se tratar de um grupo heterogêneo, com grande variedade de perfis profissionais.
“Escola é um negócio, com um propósito lindo, mas é um negócio no fim do dia, e é um negócio muito desafiador. 100% das técnicas de gestão contemporâneas usadas pelas empresas de hyper growth, ou seja, aquelas que têm hipercrescimento, podem ser aplicadas a qualquer negócio, inclusive no ramo da educação”, diz Tallis.
Ele conta que já existem escolas no Brasil que se enxergam como empresas de hyper growth e que estão colhendo bons resultados.
O papel do líder na gestão de equipe
No livro “Nada Easy”, Tallis Gomes conta o passo a passo de como combinou gestão, inovação e criatividade, para se tornar um empreendedor bem sucedido. Entre muitas outras coisas, ele ensina como construir um time de sucesso.
“Um líder precisa servir de inspiração. O líder não é quem tem as respostas, o líder é quem formula as perguntas certas e isso exige muita habilidade, conhecimento, experiência, foco. O líder contrata pessoas que podem dar as boas respostas, ele precisa saber ouvir e montar times complementares. Uma vez, o empresário Jorge Paulo Lemann, o segundo homem mais rico do Brasil, me disse durante uma mentoria que a única vantagem competitiva a longo prazo se chama “gente boa”. Para mim, essa é uma das funções mais complexas, delicadas e gratificantes do fundador de uma empresa.”
Um líder escuta
A engenheira Juliana Shams trabalha para o desenvolvimento da cultura organizacional da Classapp. Especializada em visão estratégica, ela ressalta a importância de manter a participação ativa de cada pessoa do time. Juliana sugere que um gestor organize, periodicamente, reuniões de alinhamento sobre determinados pontos a serem melhorados dentro da instituição de ensino:
“O engajamento acontece quando criamos espaços onde as pessoas compartilham suas ideias sem medo de serem julgadas e sem aquela postura de um mero ouvinte em reuniões informativas. Uma escuta ativa garante uma construção coletiva, com conexão de ideias e harmonia.”
Para Juliana, é fundamental trabalhar por uma gestão transparente e dar autonomia às pessoas, reconhecendo as conquistas de cada um e mostrando isso ao resto do time.
“Cada pequeno passo que você comemora, todos se sentem reconhecidos”, completa.
Um bom líder é um bom professor
Graduado em Administração de Empresas, Daniel Castanho é presidente do conselho de administração e um dos fundadores da Anima Educação, a quarta maior rede de ensino do país em número de alunos. São 100 mil estudantes. Para Daniel, é fundamental que um líder seja inspiração para a sua equipe.
“O mal professor é aquele que acha que sabe tudo, que está fazendo um favor para os alunos. O bom professor é aquele que inspira o aluno a superar a si mesmo e surpreender o outro. É aquele que inspira e que provoca. Aquele que mostra de maneira muito sincera o que você precisa desenvolver e enaltece onde você já é bom, que aumenta sua auto-estima. Agora esquece a palavra bom e mau professor e muda para chefe e líder. É exatamente isso, um bom líder é um bom professor, as características são exatamente as mesmas.”
Daniel conta que dentro da Anima, “cargo não entra em reunião, quem define em uma reunião é quem mais entende do assunto.”
Ele lembra a primeira vez em que o grupo recebeu o prêmio das melhores empresas onde se trabalhar e quem foi receber a premiação foi o funcionário mais antigo, no caso um porteiro. Para Daniel, quem promove as pessoas são os liderados, o time, e não o líder, e elas precisam ser incentivadas, ouvidas e ter liberdade, sem pensar nas amarras da hierarquia e no medo de se expressar.
“As 18.000 pessoas que trabalham na Anima têm o meu Whatsapp. Todo mundo pode falar comigo a hora que quiser sobre o que quiser. Eu não tenho nenhum funcionário, eu tenho sócios. Quando a empresa era menor, eu ligava para todo mundo para dar parabéns. Imagina que se uma empresa tem cerca de 300 funcionários, é uma ligação por dia que você tem que dar e isso tem um resultado incrível.”
Daniel cita 3 perguntas que um líder deve fazer para todos os seus “sócios”:
- O que você faz que deveria continuar fazendo?
- O que você não faz que deveria fazer e o que você faz e que deveria deixar de fazer?
- Como a gente pode te ajudar no seu projeto de vida?
“Eu não acredito em reter talento. O que segura o gado é o pasto e não a cerca. O lugar onde se trabalha tem que ser maravilhoso, tem que ser um lugar onde você pode realizar seu sonho, onde você aprende todo dia, onde se pode falar o que quiser, com quem quiser, onde se aprende, onde se compartilha propósito. Eu digo sempre: Não vista a camisa da empresa, traga a sua, para formar um mosaico com as camisas de todo mundo e isso tem que ser harmonioso. Nenhuma pedra pode ser maior do que a outra. Esse é o lugar que a gente procura construir todos os dias. Não é fácil, mas é possível.”
10 missões possíveis para a gestão de equipe:
- Encontrar bons talentos para trabalhar na sua equipe, sempre pensando na qualificação de cada um e como eles se encaixam na cultura da empresa. Importante lembrar que compartilhar valores é essencial para reter talentos e reduzir o turnover, ou seja, a rotatividade de funcionários.
- Lembrar de estar atento não somente aos conhecimentos técnicos de seus funcionários, mas prestar muita atenção nas capacidades sociais e soft skills deles.
- Uma vez contratado o profissional buscado, lembre-se de cuidar muito bem dele. Um dos pontos fundamentais é estar atento às suas necessidades profissionais, mantendo uma escuta ativa com espaço aberto a novas ideias.
- Mantenha cada membro de sua equipe motivado e engajado com os valores da instituição de ensino. É muito importante manter a equipe em constante desenvolvimento, colocando ferramentas de desenvolvimento pessoal à disposição de cada membro de seu time.
- Trabalhe as aptidões de cada um, aproveitando ao máximo suas qualidades individuais e criando um time que se completa e de alta performance.
- Busque promover uma boa convivência de seu pessoal, criando um grupo colaborativo.
- Objetivos e metas devem ser comuns em uma equipe. Isso preserva a cultura organizacional, que é o conjunto de valores que regem a instituição e formam sua identidade.
- Faça avaliações regulares, para acompanhar periodicamente o desempenho da equipe, detectando problemas e corrigindo a rota durante o ano.
- Dê atenção extra à sua equipe em momentos de crise, quando as pessoas se sentem mais pressionadas, angustiadas e muitas vezes desmotivadas.
- Inspire-se nos grandes exemplos de líderes e lidere de forma segura, sem deixar que a democracia torne seu negócio um espaço sem liderança e punho firme. Aprenda com esses líderes e divida conhecimento. Quando um ganha, todos ganham.
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Gestão de pessoas: formando uma equipe escolar de alta performance