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A Educação Midiática é uma aliada importantíssima para a formação social e educacional dos estudantes. Isso porque, diante de transformações digitais cada vez mais voláteis e profundas, os jovens estão constantemente expostos a uma avalanche de informações — muitas vezes imprecisas, manipuladas ou até mesmo falsas.

Nesse contexto, a alfabetização digital assume o papel central ao oferecer aos estudantes ferramentas para compreender, analisar e atuar de forma crítica no universo digital. 

“As competências midiáticas correspondem à capacidade de compreender e usar as mídias de forma inteligente, ativa, participativa, em oposição completa ao consumo compulsivo, inconsciente, massivo que normalmente são as práticas de nossa dinâmica com as tecnologias de comunicação e informação”. Explica  Ignacio Aguaded-Gómez, especialista em Tecnologia Educacional na Universidade de Huelva, Espanha.

Muito mais do que aprender a utilizar as tecnologias, a Educação Midiática capacita os alunos a identificar fontes confiáveis. Isso, além de reconhecer fake news e desenvolver uma postura ética ao consumir e produzir informações.

Lecionar sobre Educação Midiática, no entanto, não é uma tarefa simples. Trata-se de um campo dinâmico, em constante evolução, onde novos fenômenos surgem a todo momento e apresentam desafios complexos, muitas vezes difíceis de serem controlados.

Neste artigo, vamos explorar o porquê a formação continuada dos professores é essencial como base para o sucesso da Educação Midiática nas escolas. Apresentaremos, também, caminho prático para fortalecer essa frente nas escolas.

O papel da escola como mediadora do pensamento crítico

A escola é, por excelência, um espaço de formação integral — ambiente em que o desenvolvimento acadêmico deve caminhar ao lado do pessoal, social e emocional dos estudantes.

Mais do que nunca, cabe à escola formar cidadãos capazes de interpretar o mundo ao seu redor, questionar discursos, reconhecer manipulações e refletir sobre o impacto das mídias em suas vidas e na sociedade. Isso inclui temas como privacidade, cultura do cancelamento, desinformação e polarização, que fazem parte do cotidiano dos estudantes.

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) também reforça essa missão ao incluir a cultura digital como uma das dez competências gerais da educação básica. Segundo o documento:

“Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.” (BNCC, 2018).

Formar professores: o primeiro passo para avançar

Para tornar a Educação Midiática realidade, é importante investir em quem está no centro do processo de ensino: o corpo docente.

Isso significa ir além do domínio técnico de recursos digitais. É preciso desenvolver uma compreensão crítica do ecossistema midiático, suas linguagens, seus impactos sociais e suas implicações éticas. O que exige formação continuada, apoio institucional e acesso a materiais atualizados.

Como resposta a essa necessidade, uma iniciativa recente e relevante foi lançada pelo Ministério da Educação (MEC), em parceria com a Secretaria de Comunicação Social (Secom): o curso gratuito “Educação Midiática e Direitos Humanos”.

O curso gratuito busca fortalecer a atuação dos professores diante das transformações tecnológicas e sociais, promovendo práticas pedagógicas alinhadas à BNCC e ao desenvolvimento da cidadania digital.

Além disso, a iniciativa também abordará os temas como:

  • O papel da mídia na democracia;
  • Os impactos das fake news na sociedade;
  • O combate à desinformação;
  • A promoção dos direitos humanos no ambiente digital;
  • Estratégias pedagógicas para aplicar a Educação Midiática em sala de aula.

Saiba mais sobre o curso no site do MEC: “Educação Midiática e Direitos Humanos”.

A iniciativa oferece uma oportunidade concreta para que educadores ampliem seu repertório e se tornem mediadores ainda mais preparados para lidar com as transformações tecnológicas e sociais que impactam o cotidiano escolar.

Mais do que uma nova área de conhecimento, a Educação Midiática é uma ferramenta poderosa para fortalecer a escola como espaço de formação crítica, ética e cidadã. E esse processo começa, essencialmente, com o fortalecimento da prática educacional.

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