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A inadimplência escolar é um dos maiores problemas enfrentados por gestores de escolas particulares, tendo em vista seu potencial “efeito cascata”: com a redução na receita, dado às mensalidades atrasadas, a escola perde a capacidade de investir em inovações e melhorias, limitando seu poder de atração e retenção de alunos.


Sobretudo em período de crises e instabilidades, mais pais costumam entrar em dificuldades financeiras- o que pode tornar a inadimplência na escola particular um problema generalizado em instituições de ensino.

”Diferentemente de outros serviços, a legislação brasileira trata o mau pagador de forma diferente quando o assunto é educação ou saúde. Desta forma, eles privilegiam as despesas da qual o serviço é cortado se houver falta de pagamento.”, salienta o Diretor de Planejamento do colégio Educandário Anglo, de Santo André (SP), Alessandro Bernardo.

A gravidade desta situação é confirmada pelos dados do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) que mostra que o índice de inadimplência nas escolas aumentou mais que o dobro nos últimos dois anos, saindo de 8% em 2017 para 19% em 2018.

Mas, como diminuir a inadimplência escolar e manter sua saúde financeira, mesmo em períodos de crise econômica?


Confira nossas dicas.

 

Entenda os direitos dos pais inadimplentes

A advogada Alynne Nayara Ferreira Nunes especializada em Direito Educacional e Mestre em Direito e Desenvolvimento reforça que, em casos de inadimplência, as escolas somente podem proibir a realização de matrículas no final do ano, pois a legislação proíbe que o estudante sofra qualquer tipo de prejuízo durante o ano letivo. 

Nesse cenário, uma das dúvidas que surge é se a escola pode reter a transferência de aluno inadimplente. Segundo Alyne, as escolas não podem reter documentos ou impedir transferência do aluno, tão pouco impedi-los de assistir às aulas. As opções da escola nestes casos são: realizar um acordo ou ingressar com ação de cobrança, para receber a dívida por meio do Poder Judiciário.

 

Como minimizar o impacto da inadimplência?

Especialistas em gestão financeira afirmam que existem, porém, duas métricas que as escolas precisam se atentar para minimizar o impacto negativo da inadimplência. São elas:

Índice de inadimplência: Métrica que mostra efetivamente quanto a escola está perdendo devido aos atrasos de pagamento. Esse índice não se refere ao número de inadimplentes, mas ao percentual de perda de receita. Para calculá-lo é necessário mensurar o percentual perdido do que era previsto receber com as mensalidades. 

Custo de serviço por aluno: Indicador que mostra o quanto cada aluno custa para escola. Para calculá-lo é necessário saber o custo total de operação da sua instituição, que é obtido quando você soma todos os gastos envolvidos para manter o bom funcionamento da escola e o divide pela quantidade de alunos matriculados.

Com esses dados, os gestores podem estabelecer um valor de mensalidade que permita cobrir as perdas causadas pela inadimplência e também saber o quanto de desconto podem oferecer em negociações com os inadimplentes.

 

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Facilite o pagamento

Nem sempre a causa da inadimplência é a falta de recursos financeiros. Esquecimento e falta de tempo são justificativas comuns entre os pais que atrasam os pagamentos das mensalidades escolares e, uma forma das escolas evitarem este problema, é oferecendo diferentes formas de pagamento. 

Alessandro Bernardo, do Educandário Anglo, conta que uma medida que ajudou a reduzir os índices de inadimplência na sua escola foi automatizar as cobranças. Por lá, a saída foi oferecer a possibilidade dos pais dividirem a anuidade no cartão de crédito.

Outro caminho para automatizar a cobrança e que pode ser utilizado mesmo quando os pais não tem um limite alto no cartão de crédito (o suficiente para o valor anual da escola) é o uso de softwares de gestão que ofereçam soluções para o pagamento de recorrência, como o ClassPay, por exemplo. Neste caso, a mensalidade é cobrada automaticamente na fatura do cartão de crédito dos responsáveis, mês a mês.

Dentre as vantagens desse tipo de automatização mais especializada está a possibilidade de fazer o controle dos pagamentos através do monitoramento de relatórios, com dados e informações dos alunos e da saúde geral do seu caixa. 

 

Envie lembretes

O envio de lembretes também ajuda na redução da inadimplência escolar, pois diminui a chance dos pais esqueçam de suas responsabilidades com a escola. Esses lembretes podem ser enviados tanto antes como após o vencimento da mensalidade, adaptando a mensagem de acordo com o tempo de atraso.

Uma dica é utilizar o principal canal de comunicação do colégio para fazer esses envios. Os aplicativos especializados em comunicação escolar, como ClassApp, permitem envio de mensagem de cobrança de mensalidade escolar automática, além da possibilidade de acompanhar quais pais viram ou não a mensagem.

 

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Ofereça um Seguro Escolar

Outra saída de como reduzir a inadimplência escolar é oferecer um seguro escolar. Juliano Rubio, consultor de seguros na corretora Santa Cruz de Rio Claro (SP), explica que os seguros escolares têm a finalidade de respaldar as despesas com educação, caso ocorra o desemprego, morte ou invalidez do responsável financeiro pelo aluno.

Essa modalidade de seguro pode ser feita de forma individual ou coletiva e  ofertada no ato da efetivação da matrícula. O Educandário Anglo usa esse tipo de serviço que garante que a escola continue a receber até seis mensalidades quando há comprovação de perda de renda durante o exercício do contrato. Uma segurança para as famílias e as escolas.

 

O diálogo é a melhor opção

A advogada Alynne Nayara Ferreira Nunes orienta que, antes de qualquer passo em direção às vias judiciais, as escolas devem ter uma conversa direta e amistosa com os pais. Isso porque, na base do diálogo, o caminho é sempre mais simples, tem menos custos e costuma ser célere. Em um papo franco porém empático, alguns pais acabam por compreender a situação também pelo ângulo da escola e oferecem meios para quitar a dívida. 

Já por parte da escola, na hora de propor o acordo, o ideal é considerar o perfil e o histórico do aluno e dos pais devedores que, muitas vezes, estão interessados em manter seu filho naquela instituição de ensino e apenas estão passando por um período de dificuldades. Avaliar e sopesar os interesses envolvidos é fundamental para racionalizar a tomada de decisão. 

Já na hora de redigir esse acordo, a orientação é que seja feito por uma assessoria jurídica ou pela própria equipe jurídica do colégio, tendo em vista que, caso haja real necessidade, ele pode servir como objeto de execução, que é um tipo de ação com trâmite mais rápido no Judiciário.

 

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[Bônus] Inadimplência escolar: como combater e controlar as finanças da escola

Com o intuito de debater e abordar estratégias para diminuir a inadimplência, convidamos Augusto Polewacz – cofundador do Superlógica Educacional -, para abordar este assunto delicado, que ainda gera muitas dúvidas de como agir e traçar estratégias para diminuir o problema sem que isso gere um desgaste no relacionamento com pais e responsáveis dos alunos.

Além disso, serão abordadas as métricas que devem ser acompanhadas, a automatização de processos que beneficiam uma melhor gestão financeira na escola, além de cuidados que devem ser tomados para não entrar no vermelho.

Descubra os segredos das escolas que diminuíram seu índice de inadimplência escolar!

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