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Agressões físicas e verbais são alguns dos muitos problemas que as instituições de ensino enfrentam. Em 2022, os registros de bullying nas escolas foram ainda mais numerosos: o problema é crônico e, infelizmente, vem crescendo. 

Para tentar mudar essa realidade e ajudar a reduzir a violência entre os alunos, é importante se aprofundar no assunto. Preparamos este artigo com alguns pontos relevantes sobre o tema e elaboramos uma lista de 21 dicas práticas que podem ajudar sua escola a lutar contra esse comportamento violento. É necessário falar sobre o bullying, que humilha, intimida e traumatiza tantos alunos, chegando a causar danos seríssimos e até o suicídio.

 

O que é bullying?

Bully em inglês quer dizer algo como “valentão” e “ing sugere uma ação contínua, que se repete. Sendo assim, bullying é a palavra que passou a ser usada para definir um conjunto de agressões contínuas contra uma criança ou adolescente, que podem ser verbais e/ou físicas e realizadas por uma só pessoa ou por um grupo. 

Por muito tempo, esse tipo de comportamento dentro da escola foi “aceito” pela sociedade e encarado como “coisa de criança”, “zoeira”, “briguinha de colegas”, “piada de mau gosto”. 

Mas bullying é muito mais do que isso porque tem a real intenção de ferir o alvo, sempre envolvendo um desequilíbrio de poder. As vítimas, geralmente, são alunos que, de alguma forma, se destacam do resto do grupo: crianças e adolescentes com excesso de peso, magros demais, de baixa estatura, de classe socioeconômica inferior. 

Acontece também por causa da cor da pele, sexualidade, por um aluno não se adequar a padrões de beleza convencionais, ser portador de alguma deficiência, ser estudioso demais ou ter alguma dificuldade de aprendizagem, ser extremamente tímido, apresentar gagueira, língua presa, e por aí vai.

Para completar a complexidade da situação, muitas vezes esse drama acontece de forma silenciosa, pois a vítima fica com medo de que algo ainda pior aconteça a ela ou simplesmente se cala por vergonha. O problema é sério e pode ter consequências até à vida adulta, como traumas que se perpetuam ao longo do tempo.

 

Os tipos mais frequentes de bullying nas escolas:

  1. Físico (chutes, socos, empurrões, beliscões)
  2. Verbal (ofensas, insultos, xingamentos, apelidos vexatórios)
  3. Psicológico (chantagens, discriminação, exclusão, ameaças, ridicularização)
  4. Sexual (abuso, assédio, violência sexual)
  5. Material (furto, roubo, destruição de bens materiais, vandalismo)
  6. Cyberbullying (quando existe intimidação sistemática por meio da internet, com objetivo de depreciar a vítima, incitar violência contra ela, criar constrangimento moral por meio da divulgação de vídeos e fotos)

 

Bullying: um ato ilícito e regulado por Lei

A Lei Federal número 13.185/2015 institui o “Programa de Combate à Intimidação Sistemática” e foi sancionada em 2016. A Lei define o que é intimidação sistemática e determina os objetivos do programa de combate e prevenção ao bullying, que inclui a capacitação de docentes, a criação de campanhas educativas, além de assistência psicológica a vítimas e agressores.

O bullying escolar é um ato ilícito e pode ser considerado crime, se o agressor for maior de 18 anos, ou ato infracional, se tiver menos de 18 anos. No caso de bullying moral, o agressor pode ser processado e, se for confirmado o dano moral, pode ter que indenizar a vítima. Já quando o assunto é o bullying físico, menores podem ter que cumprir medidas socioeducativas.

 

O combate ao bullying nas escolas

Combater o bullying nas escolas não é nada fácil e requer o envolvimento de toda a comunidade escolar (diretores, professores, funcionários, pais, alunos) e também do poder público, que precisa promover constantes campanhas de conscientização da população e desenvolver políticas públicas de capacitação de equipes pedagógicas, entre outras medidas.

 

Conheça sinais que podem indicar que um aluno está sendo vítima de bullying (e consequências dessa violência na escola)

  1. Isolamento social
  2. Baixa da autoestima
  3. Transtornos alimentares 
  4. Tristeza
  5. Stress
  6. Perda de motivação para estudar
  7. Atraso no desenvolvimento na escola/ queda no rendimento escolar 
  8. Aparecimento de machucados sem explicação convincente e/ou roupas rasgadas
  9. Perdas frequentes de objetos ou materiais danificados
  10. Tentativa constante de não ir para a escola
  11. Choro na volta da escola
  12. Dor de cabeça, febre antes de sair de casa 
  13. Insônia
  14. Aumento de agressividade
  15. Aparecimento de transtornos de ansiedade
  16. Depressão 
  17. Tentativa de suicídio

 

Diante de toda a complexidade do assunto, criamos uma lista de dicas práticas que podem ajudar sua escola a reduzir o bullying em 2023. Vamos dar uma olhada? 

 

21 dicas para reduzir o bullying nas escolas em 2023

  1. Trabalhe de forma constante dentro da escola a importância do respeito às diferenças entre as pessoas, incentivando sempre uma cultura de empatia.

  2. Mantenha canais de comunicação abertos entre a comunidade escolar, deixando todos confortáveis para falar sobre assuntos variados (desde os mais corriqueiros até temas delicados).
  3. Incentive que os pais mantenham também um canal de diálogo aberto com seus filhos em casa e que eles imponham limites aos seus filhos, não sendo permissivos e não acobertando suas más ações.

  4. Incentive que as famílias participem de perto da vida escolar de seus filhos e tenham contato com professores e diretores.

  5. Crie atividades que abordem o tema bullying de forma preventiva, como debates, palestras, exibição de vídeos, campanhas de conscientização.

  6. Organize simulações para que os alunos desenvolvam maneiras de lidar com conflitos dentro da escola.

  7. Ofereça capacitação para o corpo docente e funcionários, para que saibam lidar com o problema.

  8. Reconheça que o bullying acontece em 100% das escolas (em maior ou menor grau) e não negue isso, dizendo ser uma exceção à regra.

  9. Divulgue informações sobre o problema, conscientizando toda a comunidade escolar das graves consequências da prática de violência de qualquer tipo dentro da escola.

  10. Deixe claro que o bullying não se trata de uma brincadeira sem consequência e fale sobre seus possíveis desdobramentos.

  11. Defina uma política de ação em casos de bullying, estando preparado para lidar com as situações de risco à integridade física e emocional dos alunos. Você pode criar um comitê de segurança, formado por todos interessados em combater o problema, desde funcionários até alunos e seus responsáveis.

  12. Não minimize ações e investigue logo que houver uma suspeita, antes de que a situação saia de controle. E, confirmada a violência, não demore a tomar providências.

  13. Identifique os alunos que são mais propensos a ser alvos de bullying e esteja atento a eles e às mudanças bruscas em seu comportamento.

  14. Oriente todos os funcionários de como agir para identificar e intervir em situações de bullying ou mesmo suspeitas.

  15. Estimule que estudantes informem os professores ou pais sobre casos de bullying.

  16. Oriente que alunos apoiem quem sofre bullying dentro da escola, lembrando que o apoio moral dos colegas é essencial nessas horas.

  17. Ao descobrir um caso de bullying, a escola e a família precisam se unir para entender o que está acontecendo e tomar providências para solucionar o tema.

  18. Dê apoio à vítima, trabalhando para fortalecê-la, demonstrando solidariedade e estando sempre aberto a escutá-la, com acompanhamento individualizado. Ofereça ou indique psicoterapeutas que podem ajudar a reparar as consequências do bullying
  19. Tome medidas educativas em relação ao agressor, com a clareza de que violência não é a melhor forma de combater a violência, pensando bem sobre as punições e analisando o motivo que levou o aluno a realizar uma agressão (ele também pode estar sendo vítima em casa, por exemplo).

  20. Tenha em conta que não existem somente os agressores e os agredidos; existem ainda os espectadores, que também são parte do problema.

  21. Mostre que a atitude do agressor não é “legal”, “cool”, ou uma característica de uma pessoa forte; pelo contrário, dissemine o conhecimento e a percepção de que comportamentos agressivos contra as vítimas são crimes ou infrações passíveis de punição, de acordo com a Lei.

 

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