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O mundo mudou. Mudaram as relações entre as pessoas, entre escolas e alunos, empresas e funcionários. Nada mais lógico, então, que mudar também a forma de resolver conflitos para obter melhores resultados nas instituições de ensino, que também precisam entender a importância de melhorar a educação emocional na escola

“É uma revolução de pensamento. A escola não pode pensar que nos dias de hoje, nesse novo formato de sociedade, com o avanço da tecnologia e novos tipos de relações, que vai resolver os conflitos, mediar dificuldades emocionais e estruturais das crianças e das famílias da forma que fazia antes. Buscar novos recursos, novas abordagens com metodologias da psicologia, da mediação de conflitos é fundamental.”

O depoimento é de Viviane Truda, mestre em gestão educacional, psicopedagoga e vice-diretora do Colégio Leonardo da Vinci Gama, no Rio Grande do Sul. Viviane conta que a escola confia em profissionais especializados nessa nova metodologia e que isso vem se mostrando fundamental para os bons resultados obtidos.

“A pedagogia não pode ficar fechada nela mesma, tem que buscar outras ciências, como a psicologia contemporânea. Os gestores precisam estar abertos e buscar novas metodologias e ferramentas para esses desafios do mundo atual. É preciso olhar para a comunicação não violenta, para a disciplina positiva (que parte de uma perspectiva não-punitiva, não violenta e não permissiva). É importante também olhar para a mediação de conflitos com soluções que atendam a todos os envolvidos … Esses são recursos baseados no pensamento de grandes autores. Isso só favorece o crescimento da escola”, afirma a gestora.

A educação emocional na escola e os benefícios aos alunos

A escola tem papeis básicos para a sociedade, como levar às crianças e adolescentes conteúdo intelectual e também cuidar da educação emocional, para que eles saibam aplicar os conhecimentos adquiridos respeitando seus sentimentos, tendo empatia com os outros e construindo relacionamentos saudáveis (saber fazer, ser e conviver). 

Não é por outro motivo que as habilidades socioemocionais estão presentes hoje nas dez competências gerais que devem estar incluídas em todos os currículos de acordo com a nova BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Sendo elas:

  1. Conhecimento

  2. Pensamento científico, crítico e criativo

  3. Repertório cultural

  4. Comunicação

  5. Cultura digital

  6. Trabalho e projeto de vida

  7. Argumentação 

  8. Autoconhecimento e autocuidado

  9. Empatia e cooperação 

  10. Responsabilidade e cidadania

“Para desenvolver um trabalho de qualidade, é necessário que a equipe pedagógica saiba exatamente o seu papel e o percurso a seguir, de forma coerente com os valores institucionais e com objetivos bem definidos”, diz Viviane Truda.

A importância de tratar cada aluno de forma individual

A psicopedagoga explica que é importante conhecer bem o perfil dos estudantes – e suas vivências anteriores – para que a equipe escolar possa elaborar um bom planejamento de trabalho para implantação da educação emocional na escola.

“Acredito que dependendo da vivência familiar durante o afastamento social provocado pela pandemia, as crianças reagem de uma forma no presencial. Vivemos em tempos pós confinamento, com a retomada da convivência diária no ambiente escolar. Quantas dúvidas, medos, rotinas modificadas e linguagens voltadas para a perda, para a doença e para incertezas a pandemia trouxe.”

Para Viviane, é fundamental que a equipe pedagógica trace junto com toda a comunidade escolar seus objetivos e estratégias para criar um ambiente saudável para a construção de relações saudáveis.

 

Escola é um lugar de aprender e ser feliz.”

E que tal algumas dicas para isso?

10 dicas para melhorar a educação emocional na escola

  1. Trabalhe em equipe. Todos os profissionais da escola – do porteiro ao diretor – precisam estar conscientes da missão e dos valores da instituição. E para isso, a gestão precisa criar oportunidades de formação a todos os seus funcionários 

  2. Invista na atualização de seus profissionais, como formação em disciplina positiva, mediação de conflitos e comunicação não violenta.

  3. Mantenha aberto um canal de diálogo na comunidade escolar. Espaços de escuta ativa e afetiva amenizam ansiedades, incertezas, medos, principalmente de crianças e adolescentes, oportunizam a expressão de sentimentos e auxiliam na construção e elaboração do pensamento, no desenvolvimento da autonomia e no saber lidar com sentimentos e conflitos.

  4. Invista sempre que possível no diálogo presencial e convivência física, mas utilize ferramentas tecnológicas que contribuem para a comunicação e aproximação das pessoas quando bem utilizadas. Por exemplo, aplicativos de comunicação escolar, como as agendas escolares online que tornam a comunicação mais ágil e eficiente entre as famílias e cada setor da escola.

  5. Acolha as famílias, que também precisam ser ouvidas e gostam de falar sobre suas ansiedades.

  6. Fomente uma boa comunicação entre os profissionais da escola. Um time unido e com objetivos comuns realizam um trabalho mais efetivo.

  7. Avalie o andamento dos processos e mensure resultados.

  8. Defina metas futuras com conselhos de classe objetivos e qualificados.

  9. Estude casos, veja o que acontece dentro da escola e fora dela. Busque bons exemplos e aprenda a não cometer erros cometidos pelos outros.

  10. Busque uma boa consultoria externa para atualizar seu trabalho. Estar atualizado é a chave para uma gestão de sucesso. 
Dica do Escolas Exponenciais

Se você gostou das soluções para melhorar a educação emocional na escola e deseja se aprofundar sobre o assunto, acesse esse conteúdo: Quais as contribuições da BNCC para a educação socioemocional?