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Por ser um espaço de socialização, de experiências, de conhecimento e de descobertas, a escola impacta a formação de crianças e jovens. Afinal, é ali, muito mais que dentro da sua família, que eles aprendem sobre diversidade, culturas, costumes e crenças.

Por isso, se queremos garantir uma sociedade melhor e mais equânime no futuro, é preciso discutir temas que a impactam em sua raiz. E é aí que vemos a importância de tratar assuntos como a educação antirracista.

“A escola tem um papel muito importante na nossa sociedade. É um espaço de consagração de práticas, de valorização ou desvalorização de perspectivas, experiências e culturas. A escola possibilita para os sujeitos uma formação profunda de hábitos, costumes, práticas, percepções, análises e conhecimentos. É na escola que acontece a descoberta do outro, da diversidade, do mundo econômico, do mundo comunitário”, pontua a pedagoga e psicanalista Jaqueline Conceição da Silva, pedagoga, que também é mestre em educação, história política e sociedade, doutoranda em antropologia social e idealizadora do Coletivo Di jejê, a primeira plataforma de ensino à distância com foco em Educação Antirracista e Empoderamento Feminino do Brasil. 

Entretanto, antes mesmo de avançar as discussões sobre o tema, toda a comunidade escolar precisa saber exatamente o que significa uma educação antirracista. E quem traz a explicação é a educadora e escritora Luana Tolentino. “É uma educação comprometida com o combate ao racismo e demais práticas discriminatórias motivadas pela pertença racial”, afirma. E isso vai muito mais além de apenas promover celebrações no dia 20 de novembro.

 

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Como iniciar a prática da educação antirracista na escola?

De acordo com a educadora e escritora Luana Tolentino, as ações iniciais que devem ser tomadas por uma instituição de ensino para a prática de uma educação antirracista é reconhecer que a escola, como parte da sociedade, também é um espaço em que o racismo está presente.

“Sem isso, é impossível combatê-lo. Outro ponto importante é destituir dos preconceitos e das visões equivocadas a respeito da comunidade negra. É de suma importância também reconhecer e valorizar a História e a Cultura Africana e Afro-Brasileira, de modo que elas façam parte do currículo escolar, conforme determina a Lei n. 10.639/03”, ressalta. Luana ainda acredita que a formação continuada de professores para a educação das relações étnico-raciais é fundamental no processo de revisão de práticas e atitudes. 

Já a pedagoga Jaqueline Conceição da Silva, que também é mestre em educação, história política e sociedade, doutoranda em antropologia social e idealizadora do Coletivo Di jejê, reforça que a prática de educação antirracista está para além da inclusão no currículo de conteúdo africanos e afro-brasileiros.

Segundo ela, um dos principais marcos para uma construção efetiva de uma prática antirracista, é rever a própria forma como ocorre a construção do conhecimento. 

“Uma prática educativa, por exemplo de terreiro, tem o conhecimento passado do mais velho para o mais novo. Mas nunca há uma relação hierárquica violenta. A hierarquia se constitui pelo próprio processo natural da experiência, mas não pela violência que a prática educativa escolar tem, onde professor tudo sabe e o aluno que nada sabe. Está muito próximo da ideia de uma educação dialógica de Paulo Freire”, ressalta.

Nesse sentido, Jaqueline pontua a necessidade de pensar a educação em um espaço de formação a partir do diálogo. “Do conflito como ponto de partida, mas não do confronto, no sentido de embate e disputa. Então, essas são as ações iniciais. Repensar o próprio modo de organização do currículo escolar”, explica.

 

O papel da comunidade docente no combate ao racismo

Atualmente, a pedagoga Jaqueline Conceição da Silva lembra que os profissionais negros que atuam nas escolas, geralmente, ocupam os trabalhos de base, como cozinheiras, faxineiras e zeladores, além dos cargos de professor no ensino fundamental 1 e educação infantil.  “Quanto mais elevado o nível de formação, mas branco e masculino fica o ambiente de educação escolar”, ressalta.

Para Jaqueline, ter profissionais negros atuando nas salas de aula e na gestão escolar, é importante devido à representatividade. “Quando temos esses sujeitos ocupando cargos hierárquicos importantes dentro do ambiente escolar, aponta para a prática dessa construção antirracista, porque está dialogando com a ideia da representatividade. Em alguma medida, essa representatividade é importante porque possibilita a materialização da presença do corpo negro não num marcador de opressão e subalternidade, mas num marcador de autonomia e emancipação”, explana.

De acordo com a educadora e escritora Luana Tolentino, geralmente as práticas pedagógicas antirracista são promovidas justamente pelos professores afro-brasileiros. Porém, ela enfatiza que o combate ao racismo nas instituições de ensino deve ser um compromisso assumido por toda comunidade escolar. 

“É urgente e necessário haver o entendimento de que a promoção de educação, que tenha como objetivo a equidade racial, não deve se limitar aos professores e gestores negros”, pontua.  

 

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5 brincadeiras africanas para fazer com os alunos e alunas

A Nova Escola, negócio social que entrega conteúdos para os educadores brasileiros, disponibilizou cinco brincadeiras africanas, destinadas para as turmas de 3º e 4º anos. As atividades têm como objetivo oferecer informações sobre as brincadeiras africanas, para que professores e professoras possam explorar com os estudantes.

As brincadeiras são: garrafinha, matacuzana, mete-mete e mancala. Para aprender a fazer com as crianças, basta acessar o link.