Escola antirracista: 5 atividades para trabalhar o mês da Consciência Negra nas salas de aula
O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, é mais do que uma data no calendário: é um convite à reflexão sobre a história, a cultura e a resistência do povo negro. Para além disso, é também um momento para valorizar a riqueza da diversidade étnica e cultural que molda a sociedade brasileira.
Nas escolas, essa data assume um papel essencial na formação cidadã dos estudantes, sendo um ponto de partida para práticas educativas que combatam o racismo e fortaleçam o compromisso com a igualdade e o respeito às diferenças.
Trabalhar temas como história e cultura afro-brasileira em sala de aula, portanto, contribui para desconstruir preconceitos, ampliar o repertório cultural e desenvolver um senso crítico mais apurado nos alunos.
Nesse sentido, reunimos cinco atividades práticas para abordar o Dia da Consciência Negra de maneira significativa nas salas de aula. Dessa forma, é possível engajar os estudantes, criar espaços de diálogo e promover reflexões que ajudem a construir uma escola mais inclusiva e transformadora.
Qual a importância de trabalhar o Dia da Consciência Negra na escola?
A escola é um dos principais espaços de formação de valores e atitudes, sendo fundamental no combate às desigualdades e no enfrentamento do racismo estrutural.
Trabalhar o Dia da Consciência Negra em sala de aula vai além de cumprir a Lei 10.639/03 e as orientações da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que tornam obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana. Trata-se, sobretudo, de criar um ambiente propício para o diálogo sobre temas cruciais, como racismo, preconceito, estereótipos e discriminação, transformando a escola em um espaço de conscientização e mudança.
Ao integrar o tema de forma prática e criativa, a escola contribui para que os estudantes reconheçam o racismo como um problema social e entendam seu papel ativo na construção de uma sociedade mais igualitária.
Atividades do Dia da Consciência Negra culturais
1. Oficinas de literatura afro-brasileira
Oficinas de literatura são uma excelente oportunidade para apresentar aos estudantes a riqueza das narrativas e a força das vozes negras na literatura.
Durante a atividade, obras de autores como Conceição Evaristo, Carolina Maria de Jesus, Machado de Assis e Solano Trindade, por exemplo, podem ser exploradas, proporcionando reflexões sobre temas como identidade, resistência, ancestralidade e desigualdades sociais.
Para tornar a experiência ainda mais significativa, é fundamental permitir também que os alunos sugiram autores negros que gostariam de conhecer ou ler. Essa abordagem promove maior engajamento, incentiva a autonomia e fortalece o vínculo dos estudantes com a atividade.
Além da leitura e discussão, a oficina pode incluir a criação de textos autorais, como poesias, contos ou crônicas, inspirados nas obras analisadas. Isso os permite valorizar as próprias expressões culturais e reconhecer a importância de autores negros na formação da identidade brasileira.
2. Culinária afro-brasileira
A gastronomia é uma das mais ricas expressões culturais e uma forma poderosa de preservar a história e a identidade de um povo. Por meio dela, é possível vivenciar tradições, resgatar memórias e compreender a resistência cultural de diversas comunidades.
Nesta atividade, os alunos participam de uma aula prática onde aprendem a preparar pratos emblemáticos da culinária afro-brasileira, como acarajé, feijoada, moqueca e cocada. Durante o preparo, são introduzidos ao contexto histórico e cultural que envolve cada alimento, compreendendo como essas receitas se tornaram símbolos de resistência e preservação da identidade afro-brasileira.
A experiência vai além do ato de cozinhar: é um mergulho na ancestralidade, uma oportunidade de explorar as influências africanas na formação da cultura brasileira e de valorizar suas contribuições.
Ao final, a degustação coletiva se torna um momento de celebração e troca de aprendizados, conectando os estudantes à riqueza e à diversidade da culinária afro-brasileira de maneira significativa e envolvente.
3. Apresentação de danças e músicas afro-brasileiras
As manifestações culturais como o samba, o maracatu, o jongo e a capoeira são expressões vibrantes da herança africana no Brasil. Durante as apresentações, os alunos podem participar como músicos, dançarinos ou espectadores, aprendendo sobre a história, os significados e os ritmos dessas tradições.
Além disso, oficinas práticas de dança ou percussão podem ser oferecidas para que os estudantes experimentem essas formas artísticas de maneira imersiva, promovendo a valorização da cultura afro-brasileira.
4. Feira da Consciência Negra
Uma feira cultural é uma atividade dinâmica e integradora que permite explorar diferentes aspectos da cultura afro-brasileira. Cada sala ou grupo de alunos pode ficar responsável por apresentar um tema, como literatura, culinária, moda, religião, arte ou história.
A feira pode incluir exposições, apresentações culturais, degustações e até venda de produtos inspirados na cultura afro-brasileira. Esse evento não só educa, mas também celebra a riqueza da herança africana, envolvendo toda a comunidade escolar.
5. Sessão de cinema com debate
Organizar uma sessão de cinema pode enriquecer a compreensão sobre racismo, resistência e empoderamento. Filmes que abordam a história e as experiências do povo negro no Brasil e no mundo são recursos ricos para estimular a reflexão crítica e o engajamento.
Após a exibição, promover um debate em grupo permite que os alunos compartilhem suas impressões, analisem os temas apresentados e estabeleçam conexões com a realidade brasileira.
Confira alguns dos filmes que podem ser abordados na atividade:
- O Menino Que Descobriu o Vento (2019);
- A Vida Secreta das Abelhas (2008);
- Estrelas Além do Tempo (2016);
- A História de Ruby Bridges (1998);
- Moonlight: Sob a Luz do Luar (2016);
- Pantera Negra (2018);
- Rainha de Katwe (2016).
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