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Sabe aquele salzinho final que a gente coloca na comida e dá um sabor todo especial ao prato? Pois é. Que tal alguns toques de última hora com atividades que podem dar um sabor especial na comemoração da festa junina na sua escola? São dicas de ações que podem ser realizadas durante todo o mês em sala de aula – e também na tão esperada festa junina!

Mas, antes, que tal saber porque é tão importante fazer essas brincadeiras com os alunos?

A festa junina na escola é um excelente momento para reforçar a integração entre alunos, professores, funcionários e responsáveis. Além disso, é possível desenvolver a socialização, estimular a criatividade, trabalhos em equipe, expressão corporal e verbal, sem falar no resgate dessa nossa tradição cultural.

Sem dúvida, pode ser um excelente tema para trabalhar muitas das 10 competências gerais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC): conhecimento, pensamento científico, crítico e criativo, repertório cultural, comunicação, cultura digital, trabalho e projeto de vida, argumentação, autoconhecimento e autocuidado, empatia e cooperação, responsabilidade e cidadania. Pense que é uma ótima oportunidade para que sua escola realize atividades multidisciplinares, explorando diversos aspectos da celebração junina de um jeito bem atual.

Então vamos às dicas? 

 

Ideias de atividades para fazer na festa junina na sua escola:

  1. Realize um trabalho que promova a curiosidade dos alunos sobre a origem das festas juninas, mostrando o significado das tradições, a origem de palavras (como a francesa “en arrière” que virou “anarriê”)… É fundamental que os estudantes mergulhem no universo caipira e entendam os símbolos dessa festa tão popular, não somente consumindo algo que passa de geração em geração, sem consciência, mas festejando de um jeito muito mais completo.

  2. O momento é ótimo para estudar geografia e história por meio da cultura popular, mostrando onde ocorrem as maiores festas juninas do Brasil, como Campina Grande, na Paraíba, que leva o título de “Maior São João do Mundo”. Outras grandes festas acontecem em Caruaru (Pernambuco), Mossoró (Rio Grande do Norte) e em São Luís (Maranhão). O Brasil é imenso e tem uma cultura de tirar o chapéu… de palha!

  3. Culinária é sempre uma boa diversão e um modo de integração entre as pessoas. Pode ser um ótimo momento para incentivar atividades em família, propondo que os alunos se juntem a seus pais para preparar quitutes típicos das festas juninas, como: pamonha, curau, bolo de fubá, bolo de aipim, amendoim, pé de moleque, cocada, arroz doce, canjica, etc. Aproveite para mostrar como eles podem ser criativos criando embalagens para alimentos com folhas, palha, tecido, valorizando o artesanal, o feito em casa, o fazer com carinho e o curtir cada momento da produção.

  4. A mesma integração deve ser estimulada na hora de fazer a produção de roupas juninas. Incentive que as famílias façam juntas as roupas caipiras, ou transforme a sala de aula em um ateliê de costura, onde os estudantes podem customizar calças com remendos e fazer saias com tecidos baratos, como a chita. Nessa hora, basta abrir as portas para a criatividade! Vale ainda incentivar o aproveitamento de roupas de irmãos mais velhos. Com essas dicas, os professores criam um excelente caminho para falar de conceitos como moda consciente.

  5. Na hora de fazer a decoração junina, também é muito importante pensar em sustentabilidade: reaproveitar materiais, falar sobre a importância da redução do consumo, da produção de lixo…

  6. E por falar em decoração, as bandeirinhas, maiores símbolos da festa junina, não podem faltar! E como elas são reunidas uma a uma em um fio, fica a brecha para mostrar a importância do coletivo, a diferença que faz o trabalho em equipe… Uma andorinha só não faz verão, e uma bandeirinha apenas não faz uma festa junina. Mas se juntamos muitas, olha só a diferença!

  7. Ah! Aproveite essa produção artística para falar de arte moderna e de arte contemporânea! Mostre para seus alunos a obra de grandes artistas que trabalham com o tema de festa junina: Alfredo Volpi, Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Portinari… O terreno é vasto! Vale ainda contar sobre a origem dessa tradição e também que, no passado, o costume era decorar as bandeirinhas com imagens de santos para abençoar a festa.

  8. Agora vamos aos balões… Eles sempre foram tradição no Brasil na época de festas juninas, mas o tempo passou e nos tornamos conscientes dos perigos dessa prática, que hoje é proibida por lei. Use o momento para conscientizar toda a escola sobre o risco de soltar balões, tanto para as pessoas que podem sofrer queimaduras na hora de manipular balões quanto para as áreas urbanas e rurais, que podem acabar sendo alvo de grandes incêndios, ainda mais em uma época de poucas chuvas como o mês de junho. Boa hora para falar sobre crimes ambientais e a importância de sempre pensar nas consequências de nossas ações. Beleza não é tudo. É preciso pensar nos riscos. Os alunos podem, a partir daí, criar uma bela campanha para espalhar o que aprenderam em casa, entre amigos de fora da escola e em redes sociais, disseminando uma informação de grande importância para toda a sociedade.

  9. O timing é bom também para incentivar ações solidárias que podem ser realizadas aproveitando não só as festas, mas também determinadas épocas do ano. Durante a festa junina, os alunos podem vender ingressos e produtos (como os quitutes típicos) e reverter pelo menos parte do lucro para comunidades carentes, que muitas vezes existem até mesmo perto das escolas em que estudam. A época do frio também é um ótimo momento para promover campanhas do agasalho, incentivando ações de solidariedade, empatia e também de desapego. Os alunos podem criar grandes caixas de papelão para serem colocadas na entrada das instituições, para depositar doações, como cobertores, casacos, meias. As caixas podem ser customizadas, estimulando a criatividade, e podem criar ainda metas de arrecadação, como uma grande gincana do bem.

  10. As festas juninas são ainda uma ótima oportunidade para trabalhar a musicalidade entre os estudantes. Os professores podem apresentar instrumentos típicos dessas celebrações, como as sanfonas, os triângulos, as zabumbas, as violas, chocalhos e outros. Se ficar complicado conseguir os instrumentos ao vivo, uma boa ideia é buscar vídeos musicais no Youtube e ouvir ritmos típicos do nordeste brasileiro, como o xaxado, o baião, o xote, a quadrilha.

  11. E quando falamos em música, não dá para não falar em dança! Boa hora para estimular o mexer o corpo de um jeito divertido, incentivando o aprendizado da cultura brasileira, o respeito pela diversidade, a diversão, a perda da timidez, a socialização.

  12. E já que falamos em diversidade e empatia, é a hora certa para mostrar os diferentes aspectos sociais do Brasil. Ensinar quem são os caipiras – e mostrar que não deve haver preconceito entre quem mora no campo e quem mora na cidade. Falar sobre as particularidades de que vive no interior, no campo, na roça, incentivando o respeito às diferenças, mostrando que não se trata de uma cultura atrasada e também que não deve haver tom pejorativo ao se falar dos caipiras, arra sô!

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