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Após um ano e meio de ensino remoto, o início do mês de agosto foi um marco para milhares de alunos do país, que puderam retornar presencialmente para a escola. Porém, com a volta às aulas, alguns colégios perceberam que as classes estão ainda mais heterogêneas, formadas por estudantes que se adaptaram mais facilmente e assimilaram o conteúdo on-line, enquanto outros tiveram mais dificuldade para aprender neste período. Com este novo cenário, agora as instituições buscam estratégias para igualar o desenvolvimento dos alunos.  

“Alguns alunos conseguiram se desenvolver bem durante os períodos de ensino remoto e híbrido; outros apresentaram dificuldades, que incluem sofrimento emocional, como ansiedade, tristeza e medo; falta de aprendizagem e/ou fixação de conteúdos específicos; falta de desenvolvimento de algumas habilidades, como motoras, por exemplo; e perda de alguns hábitos necessários à postura de estudante, como persistência e organização, dentre outras”, pontua Giselle Magnossão, diretora pedagógica do Colégio Albert Sabin.

Sendo assim, o colégio buscou aprimorar as ferramentas de ensino para garantir uma melhor interação e produtividade das atividades, sejam elas presenciais ou remotas. “O colégio desenvolveu o AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem). Em parceria com a empresa canadense D2L, a nova plataforma se baseia no espaço digital da empresa, o Brightspace. A ideia é integrar a plataforma para a sala de aula com uma série de recursos que serão aplicados no presencial, principalmente em atividades extracurriculares e eventos como Olimpíadas Acadêmicas e Programas de Estudo”, traz a nota enviada pela escola. 

Na escola Maple Bear Santana, localizada na Zona Norte de São Paulo, a equipe pedagógica detectou a necessidade de melhorar as habilidades corporais de algumas crianças, que se movimentaram menos devido ao longo período que permaneceram em casa. “Para utilizar os diversos espaços disponíveis na escola, sempre de forma segura e sem aglomeração, a escola começou a promover aulas de parkour. A atividade possibilita que a criança movimente todo o corpo e de maneira divertida. Para os alunos do ensino fundamental 1 e 2, a aula com um especialista teve início agora em agosto com o retorno do contraturno. Para os pequenos da educação infantil, haverá, além do Parkour, outras modalidades como iniciação esportiva, ballet, judô e circo”, segundo a resposta enviada ao EX News.

Equipe pedagógica detectou a necessidade de melhorar as habilidades corporais das crianças
Equipe pedagógica detectou necessidade de melhorar as habilidades corporais das crianças (Foto: Maple Bear Santana / Divulgação)

Escola busca desenvolver habilidades emocionais na volta às aulas

Foi também com o retorno presencial que a Scuola Italiana Eugenio Montale sentiu a necessidade de retomar, com algumas turmas, dinâmicas de socialização que contribuem para a construção das relações de confiança, na resolução de conflitos e no desenvolvimento do autoconhecimento e da autorregulação, com o objetivo de auxiliar a compreensão e gestão das emoções e dos sentimentos.

“Trabalhando em parceria com a psicóloga institucional, alguns professores criaram sequências de jogos e atividades alinhadas às competências gerais da BNCC, principalmente as que envolvem o aspecto social e emocional como:   conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas”, afirma Marcella Olivati, que é coordenadora pedagógica da escola.