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Criar mecanismos para identificar os possíveis ataques a escolas é uma das principais orientações de Eduardo Calbucci, professor, doutor em linguística pela USP (Universidade de São Paulo) e CEO do Programa Semente.

Como já falamos por aqui, os discursos de ódio estimulam podem ser uma das respostas para o crescente número de episódios violentos ocorridos nas instituições de ensino.

E, para o profissional, prevenir os ataques a escolas envolve um trabalho coordenado de profissionais da educação, da segurança pública e saúde mental. Confira agora a entrevista:

 

Escolas Exponenciais: Um estudo da Unicamp mostra que, desde 2002, o Brasil sofreu 23 ataques a escolas. Na sua opinião, o que tem contribuído para aumentar esses números? 

Eduardo Calbucci: É muito difícil responder a essa questão. Tragédias desse tipo têm múltiplas causas. Em geral, quem comete esses ataques dá sinais de que isso pode ocorrer.

Então, é preciso criar mecanismos para identificar esses sinais, o que envolve um trabalho coordenado de profissionais da educação, da segurança pública e, principalmente, da saúde mental.

 

EX:. Como as instituições de ensino podem atuar preventivamente para evitar os casos de ataques a escolas? 

Eduardo Calbucci: Criar um ambiente acolhedor, em que crianças e jovens se respeitem, estimular conversas sobre as emoções, valorizar a diversidade, combater o bullying e a agressividade, tudo isso diminui a chance de tragédias como as que vêm ocorrendo.

A escola não é apenas um espaço de transmissão de conhecimento. Ela é um lugar de convívio, de relação social, que exige saber lidar com a diferença de maneira saudável.

A adoção de programas estruturados de aprendizagem socioemocional e, quando possível, a presença de um psicólogo no ambiente escolar também pode contribuir para prevenir casos de ataques a escolas.

 

Os associados do Escolas Exponenciais têm acesso a uma trilha de conteúdos sobre educação socioemocional, o que pode ajudar a impulsionar sua instituição de ensino.

 

EX: E as famílias? Como podem atuar para evitar que os filhos protagonizem esses episódios? E quais sinais os pais e mães devem estar atentos? 

Eduardo Calbucci: Atenção ao comportamento dos filhos é o primeiro passo. Depois, vem a disposição para a conversa franca e para o acolhimento.

É preciso ouvir o que as crianças e os adolescentes têm a dizer, respeitando os sentimentos deles.

Por fim, é imprescindível procurar ajuda. Educadores e, sobretudo, profissionais da saúde mental estão habilitados a orientar pais e responsáveis sobre o que fazer em situações de eventual risco.

 

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