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“As grandes vedetes da escola precisam ser o currículo e a atuação dos professores”, afirma Maria Inês Fini, ex-diretora de Avaliação para Certificação e Competências e ex-diretora do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Atualmente presidente da Associação Nacional de Educação Básica Híbrida, a especialista defende que a avaliação precisa estar a serviço do currículo da escola – e não o contrário.

De acordo com a profissional, desenvolver métodos de avaliação condizentes com as necessidades da educação brasileira é um dos grandes desafios enfrentados nos últimos anos. Para ela, instrumentos fundamentais de monitoramento da aprendizagem, as avaliações convencionais são, muitas vezes, alvo de questionamentos sérios por parte da comunidade escolar. Maria Inês afirma que a simples abolição desse instrumento não pode estar em discussão.

“A avaliação é importante para uma política pública de garantia de educação de qualidade para todos, como prevê a Constituição. É ela que permite monitorar se a Educação oferecida no Brasil tem os padrões de qualidade a que todos têm direito”, ressalta.

Não basta avaliar

Maria Inês destaca que a integração entre a avaliação e o currículo da escola é fundamental para a educação brasileira. “Os professores precisam aprender a fazer instrumentos de avaliação, a criar referências curriculares que apoiem a avaliação, a fazer itens de avaliação e analisar os resultados para poder, depois, interferir no currículo da escola”, explica. Atualmente, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) oferece uma referência segura para entender quais são as expectativas de aprendizagem que se pode configurar no currículo de cada escola e cada sistema. 

“Tudo precisa girar em torno do currículo. A avaliação, por sua vez, tem que estar ajustada àquilo que o professor ensina e da maneira como ele ensina”, afirma a especialista. Ela lembra que, neste momento, os currículos da Educação Básica estão sendo revisitados por uma série de razões, inclusive a pandemia. Da mesma forma, é preciso atualizar os sistemas de avaliação oficiais.

“O Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) precisa ser urgentemente atualizado nas suas referências. Até mesmo o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) precisará se modernizar. Além disso, hoje sabemos pelas avaliações internacionais que outras maneiras de avaliar são muito importantes, devido ao advento da educação híbrida.” Ou seja, em pouco tempo não será suficiente ter apenas testes padronizados e outros tipos de tarefas que estão, inclusive, previstos na BNCC.

*Com informações do Sistema de Ensino Aprende Brasil