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Realizado em Londres, o evento Bett Show – um dos maiores sobre educação, tecnologia e inovação do mundo – apontou tendências e mostrou como as tecnologias podem dar suporte para as escolas e os professores, auxiliando no processo de aprendizagem.

Durante o congresso, que teve início no último dia 23 e se encerra nesta sexta-feira (25), os palestrantes citaram uma estratégia adotada por algumas escolas britânicas. Ao perceber que os estudantes aumentarem o tempo de dedicado aos jogos online durante a pandemia, o colégio Queen Mary teve a iniciativa de criar uma disciplina sobre o tema.

“Não se trata de ficar cinco horas por semana jogando – para a decepção de muitos dos meus alunos. É para entender o negócio, a indústria, preparar carreiras na área da tecnologia, mas usando algo que os alunos têm uma paixão”, explicou James Murison, diretor de Learning and E-sports da instituição, que montou uma sala especial para a disciplina, em parceria com a Lenovo, um dos expositores de Londres que marcará presença também na Bett Brasil.

De acordo com Murison, um terço dos alunos da instituição optou por percursos educativos que envolvem a área Stem (sigla em inglês Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática).

Entretanto, outra perspectiva abordada no evento é sobre a necessidade de recuperar a aprendizagem, e não apenas focar no desenvolvimento de interesses. Após o longo período de confinamento e distância da escola, o engajamento dos alunos com a leitura diminuiu.

A constatação é da professora Harriet Croydon, que é também diretora assistente da escola Colchester, um colégio privado na Inglaterra. Para auxiliar os professores a avançarem com as aprendizagens, ela tem adotado uma ferramenta da Microsoft que usa Inteligência Artificial. “O sistema identifica o que foi mal pronunciado. Mostra não só o individual, mas os problemas comuns à classe. Isso tira uma grande carga de trabalho dos professores”, garantiu ela numa palestra.

Para isso, basta que as crianças leiam em voz alta um texto que o Reading Progress analisa a leitura e passa um relatório para os professores. Por sua vez, o educador consegue perceber como intervir e pode criar estratégias específicas. Para Harriete, além de melhorar o aprendizado, a tecnologia promove a autoestima: “Alguns alunos não tinham confiança para ler em voz alta na frente da turma e hoje levantam as mãos”, relata.