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Desde a retomada das aulas presenciais, a saúde mental no ambiente escolar passou a ser amplamente debatida. E, neste cenário, um fator que vem ganhando maior visibilidade é o bullying.  Segundo pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2022, 38% dos estudantes entre 13 e 15 anos, da cidade de São Paulo, já sofreram esse tipo de violência psicológica.

Nesse atual cenário, é fundamental compreender as diferenças entre bullying e conflito, assim como as formas de lidar com cada um. “O bullying é uma ação intencional e contínua, não gerada por motivos específicos, que é executada com a intenção de causar danos a uma pessoa, tendo, ainda, a atuação de um grupo, seja por incentivo, seja por omissão”, explica Esther Carvalho, diretora-geral do Colégio Rio Branco.

Por outro lado, conflitos são inerentes ao desenvolvimento das relações intrapessoais e interpessoais. Eles fazem parte do relacionamento humano e devem, portanto, ser trabalhados em sala de aula de maneira construtiva e saudável.

“Ele é importante para o desenvolvimento do indivíduo, porque nos tira do lugar confortável onde muitas vezes pretendemos ficar e nos faz crescer. Por isso, é fundamental trabalhá-lo de maneira construtiva e saudável”, explica.

De acordo com Esther, os estudantes precisam aprender, no ambiente escolar, a superar os conflitos, pois são processos naturais que permitem o desenvolvimento das crianças e dos adolescentes. “Para que as crianças aprendam a conviver e a fazer suas próprias escolhas, assim como a restabelecer suas relações, o coletivo da escola deve agir como matriz de desenvolvimento dos aspectos sociais, ensinando respeito, empatia e ética”, destaca.

 

Como abordar o bullying e o conflito na escola?

Na perspectiva de buscar novos caminhos para o trabalho em convivência escolar, o Colégio Rio Branco iniciou o “Programa de Jovens Mediadores”, uma iniciativa de formação sobre mediação de conflitos para que estudantes sejam capazes de mediar conflitos de formas efetivas e pacíficas e, ao mesmo tempo, desenvolvem um repertório pessoal de estratégias para lidar com os seus próprios.

“Acreditamos que o conflito é inerente à convivência social e, quando bem gerenciado, traz benefícios em termos de tolerância e crescimento individual. Completamente distinto, encontra-se o bullying, para o qual precisamos de ações efetivas de erradicação”, pontua Esther.

Mas será que existe relação entre bullying e conflito? Segundo a diretora-geral, conflitos mal conduzidos podem desencadear o bullying. Por isso, ela defende o diálogo dentro da instituição que traga visibilidade à temática, com rodas de conversa, por exemplo, além do trabalho de refinamento do olhar dos professores frente a esses casos. “A escola deve tratar da questão de maneira sistêmica, envolvendo os estudantes, os educadores e as famílias”, ressalta.