Cogna tem lucro líquido de R$ 65,016 mi no 4º trimestre; reverte prejuízo de R$ 4,019 bi
A Cogna Educação encerrou o quarto trimestre de 2021 com lucro líquido de R$ 65,016 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 4,019 bilhões no mesmo período do ano anterior. No critério ajustado, a companhia teve prejuízo de R$ 74,945 milhões, redução de 87,3% frente a um ano antes.
No acumulado do ano, a empresa teve prejuízo líquido de R$ 489,124 milhões, 91,6% menor que a perda de R$ 5,805 bilhões em 2020
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 578,162 milhões no período, ante Ebitda negativo de R$ 3,767 bilhões na comparação anual. A margem Ebitda passou de -229,3% para 37,3%. Em todo o ano de 2021, o Ebitda somou R$ 1,282 bilhão e margem de 24,3%, revertendo o Ebitda negativo de R$ 4,011 bilhões e a margem de -68%.
O Ebitda recorrente totalizou R$ 423,939 milhões no trimestre, ante indicador negativo de R$ 100,493 milhões apurado um ano antes. A margem Ebitda recorrente foi de 27,3%, revertendo a margem negativa de 6,1% do período em 2020.
Por outro lado, a receita líquida apresentou recuo de 5,6% entre outubro e dezembro, totalizando R$ 1,550 bilhão, por causa da conclusão da venda da operação de escolas da Saber, em 29 de outubro de 2021, e refletindo a mudança de mix, com maior participação do ensino híbrido/digital no ensino superior.
A redução de receita em Cogna foi parcialmente compensada pela forte performance de Vasta (+16%) e outros negócios (+25%). Em todo o ano, o grupo registrou receita líquida de R$ 5,281 bilhões, recuo de 10,5% em relação a 2020.
A geração de caixa operacional após capex (GCO) somou R$ 104,100 milhões no trimestre, com alta anual de 78,3%. A Cogna apresentou fluxo de caixa livre de R$ 529,556 milhões, ante resultado negativo de R$ 689,681 milhões um ano antes. A companhia destaca que a geração de caixa do ano de 2021 mais que dobrou, totalizando R$ 494,076 milhões, ante R$ 240,272 milhões em 2020.
“Essa melhora aconteceu devido a uma série de fatores: melhora na adimplência e arrecadação na Kroton (mesmo com redução de receitas), com consequente redução no nível de PCLD (provisão para crédito de liquidação duvidosa) e Contas a Receber, e menor investimento em capital de giro. Já o fluxo de caixa livre foi positivo em R$ 529 milhões, refletindo a amortização das debêntures ocorrida no terceiro trimestre de 2021”, aponta a empresa.
A companhia fechou o ano com dívida líquida de R$ 3,096 bilhões, o que significa Yma alavancagem medida por dívida líquida/Ebitda recorrente de 2,16 vezes, leve aumento ante as 2,07 vezes do terceiro trimestre, que foi o último trimestre impactado pelo waiver dos covenants.
O grupo destaca a conclusão do alongamento do perfil da dívida com a emissão de debêntures no montante de R$ 900 milhões, captação de R$ 500 milhões na Vasta e extensão do prazo de pagamento de emissão de debêntures de R$ 220 milhões. O prazo médio da dívida foi de 22 meses para 28 meses.
Operacional
A Kroton, divisão de ensino superior da Cogna, fechou o trimestre com total de 860.544 alunos, avanço de 5,2% em relação ao quarto trimestre de 2020. Do montante, houve uma queda de 18,7% no volume de alunos de graduação presencial (para 186.642) e crescimento de 4,4% na modalidade digital (para 804.144). Na pós-graduação, houve alta de 17,3%, totalizando 56.400.
A evasão no digital dobrou de um ano para o outro, com a saída de 64.867 alunos (101%). No presencial, ela reduziu em 18,3%, totalizando a saída de 12.543 estudantes.
“Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, a redução na base de alunos refletiu a evasão típica dos trimestres pares. A taxa de evasão no ensino de graduação digital apresentou um aumento de 3,9 pontos porcentuais pelo efeito natural da forte captação nos trimestres anteriores, uma vez que alunos calouros tendem a evadir mais que os veteranos”, aponta a empresa.
A Kroton teve Ebitda de R$ 133,435 milhões, revertendo o resultado negativo de R$ 2,232 bilhões um ano antes.
Vasta
Já a Vasta, que oferece conteúdo para escolas, encerrou o Ciclo Comercial 2022 com Valor Anual de Contrato de R$ 1 bilhão, o que representa crescimento de 35% em relação à receita de subscrição reconhecida em 2021, sendo 22% de crescimento orgânico (excluindo o ACV referente à aquisição da Plataforma de Ensino Eleva).
A receita líquida do quarto trimestre apresenta crescimento relevante de 16%, puxado por um crescimento de 22% na receita de subscrição. A empresa dobrou o Ebitda na comparação anual, somando R$ 145,130 milhões.
Luísa Laval