As interações e as brincadeiras são as principais práticas pedagógicas da Educação Infantil, conforme preconiza a própria BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Afinal, a ludicidade e a criatividade não são apenas ferramentas nessa etapa do ensino, mas uma condição fundamental para que ela decorra de forma saudável.
“As crianças podem construir e apropriar-se de conhecimentos por meio de suas ações e interações com seus pares e com os adultos, o que possibilita aprendizagens, desenvolvimento e socialização”, pontua a BNCC.
Entretanto, se o brincar é tão importante na educação infantil, por que ele não é tratado como tal também nas demais fases do desenvolvimento escolar? De acordo com a assessora pedagógica do Sistema Positivo de Ensino, Tatiane Sprada, essa é uma questão sobre a qual especialistas se debruçam há bastante tempo.
“Estamos sempre preocupados em reduzir o impacto das transições entre as etapas de ensino para tentar mitigar essa quebra no uso da ludicidade. A aprendizagem criativa pode e deve ser aplicada em todas as fases do desenvolvimento escolar”, afirma.
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Experimentação na Educação Infantil
No cenário atual, a profissional destaca que educar é estimular a exploração, a experimentação e a resolução de problemas por meio de processos de reflexão que utilizam a criatividade e a inovação.
Nesse sentido, a aprendizagem criativa nada mais é que uma abordagem que desafia os estudantes e, assim, incentiva a busca de soluções inovadoras para atingir os resultados desejados.
No livro “Jardim de infância para a vida toda”, o autor Mitchel Resnik fala sobre a importância de imaginar, criar, brincar, compartilhar e refletir. Essas atividades são fundamentais porque ajudam a desenvolver habilidades como o pensamento crítico, a resolução de problemas, a colaboração e a comunicação, além de estimular a imaginação e a curiosidade, incentivando a explorar novas ideias e possibilidades.
“Quando as crianças são desafiadas, elas se sentem motivadas a aprender. Isso é o que chamamos de protagonismo no aprendizado e não é diferente com adolescentes ou mesmo adultos. Daí a necessidade de aplicar esse tipo de abordagem ao longo de toda a vida escolar”, defende Tatiane.
Ela explica que a aprendizagem criativa é a construção do pensar de forma a trazer o estudante para o centro de todo o processo. De modo geral, ela ajuda a prepará-lo para os desafios do mundo real, com um pensamento disruptivo que, hoje em dia, é muito valorizado inclusive no mercado de trabalho.
Como aplicar a aprendizagem criativa?
A especialista elenca algumas dicas para garantir a aprendizagem criativa tanto na escola quanto na casa das crianças. Inspire-se:
– Incorpore a criatividade nas atividades do cotidiano. Do lado dos professores, esse raciocínio precisa aparecer já no planejamento, enquanto, do lado dos pais e responsáveis, ele precisa nortear a vida familiar. Permita que as crianças explorem novos temas e novas saídas para um mesmo problema;
– Crie projetos que instiguem a busca por soluções inovadoras. Na escola, isso pode ser feito com projetos interdisciplinares, que envolvem a resolução de problemas com a ajuda de vários componentes curriculares. Em casa, peça ajuda para realizar tarefas que as crianças normalmente não realizam. Isso vai exigir que elas colaborem com outras pessoas e, assim, possam descobrir novas formas de fazer as coisas;
– Estimule o bom uso de tecnologia. Os recursos digitais estão disponíveis para facilitar a vida de todos e aplicá-los para resolver problemas faz parte do desenvolvimento humano no mundo de hoje. Permita que as crianças usem as ferramentas digitais para permitir que elas criem e inovem em diferentes áreas do conhecimento;
– Use jogos educativos. Eles naturalmente incentivam a exploração, a descoberta e a experimentação e trazem um engajamento e uma autonomia que é preciso que os pequenos exerçam desde cedo.
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