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Durante a pandemia da Covid-19, assim que as escolas precisaram adotar o ensino remoto, uma saída encontrada pela gestão escolar foi conceder aos pais dos alunos desconto na mensalidade escolar.

Entretanto, mesmo após o retorno das atividades presenciais, são inúmeros os diretores e mantenedores de escolas que sentiram dificuldade em cancelar o benefício oferecido às famílias em 2020.

Esse foi um dos assuntos que o Escolas Exponenciais conversou com Marina Camargo, consultora de escolas privadas e sócia da Corus Consultores. De acordo com a profissional, em 2023 os gestores vão precisar olhar com atenção para os atuais e futuros descontos na mensalidade. Confira agora a entrevista na íntegra.

 

Escolas Exponenciais: Ainda pela pandemia, o financeiro deve ser um desafio para a gestão escolar em 2023? Qual sua opinião?

Marina Camargo: Um dos fatores financeiros que sofreu grande impacto na pandemia foi o índice de descontos concedidos aos pais. Até o final de 2022 não vimos uma recuperação significativa destes percentuais.

Ou seja, os pais que pediram desconto em 2020 ainda estavam precisando de ajuda no final de 2022. Desta forma, entendemos que em 2023 os gestores financeiros das escolas precisarão olhar com atenção os descontos atuais e futuros e planejar um plano de recuperação destes índices, para tentar chegar ao patamar do final de 2019/início de 2020.

 

EX: Para ter sucesso neste ano, quais principais pontos e demandas que a gestão escolar deve estar atenta?

Marina Camargo: Um outro desafio para muitas escolas foi o gerenciamento do fluxo de caixa desde o início da pandemia. Muitas escolas tiveram que captar recursos em banco e, mesmo via Pronampe, estes empréstimos estão vinculados à Selic, que está em um patamar extremamente alto.

Com isso, é importante ter um planejamento orçamentário muito bem estruturado para este ano, possibilitando uma previsão de caixa precisa ao longo dos meses e entendendo se será necessário captar mais recursos ou se será possível quitar alguns dos empréstimos tomados ao longo da pandemia.

 

EX: Oferecer novas formas de pagamento, além do boleto bancário, pode ser um diferencial nas escolas?

Marina Camargo: Nos últimos três anos vimos uma aceleração de novas maneiras de lidar com o trabalho das áreas de suporte da escola (entre elas o financeiro). Não se faz mais necessário ter um funcionário de tesouraria em cada unidade da escola, não é mais só por boleto que recebemos as mensalidades.

Sendo assim, acredito que é o momento de inovarmos no atendimento aos pais e sermos o mais rápidos e eficientes possível, desta forma nos diferenciando da concorrência. Novas formas de atender, ferramentas que tornem possível maior agilidade, tudo isso é válido para melhorar a experiência dos pais de aluno. As escolas costumam ter resistência para mudar seus processos de cobrança, mas a verdade é que já passamos da hora de modernizarmos.

EX: Pela sua experiência, o que as gestões escolares mais eficientes e com bons resultados têm em comum?

Marina Camargo: Processos e procedimentos. O segredo de uma boa gestão é ter consistência. Toda engrenagem funciona melhor se cada um souber seu papel e a importância do seu trabalho dentro da organização. Uma escola desorganizada dificilmente terá uma boa gestão e bons resultados.

 

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