Diretora acadêmica compartilha cinco dicas para realizar o planejamento pedagógico
O início do ano letivo é uma oportunidade para planejar e ajustar as ações de acordo com os novos contextos e necessidades de cada instituição de ensino. Na área pedagógica, o período de planejamento, realizado por muitas escolas no final do mês de janeiro, é um tempo precioso para a organização em cinco grandes eixos, conforme afirma Susan Clemesha, que é mestre em linguística aplicada e diretora acadêmica da rede Sphere International School.
Entre os pontos destacados pela profissional estão: foco e objetivos anuais da instituição; formação inicial e contínua de professores; planejamento curricular; espaços, recursos e materiais; comunicação com as famílias.
“Os itens destacados não são os únicos a serem contemplados, mas certamente fazem parte da rotina de escolas comprometidas com as necessidades de seus alunos e excelência de seus processos. Vamos olhar mais de perto para cada um deles”, pontua Susan.
Para estabelecer o foco e os objetivos anuais da instituição, a diretora sugere pensar em questões norteadoras que podem dar visibilidade e acompanhar as ações realizadas em direção às metas propostas. “Pense, por exemplo, como podemos humanizar nossas relações e valorizar a comunicação efetiva nos diferentes eixos da escola? Como podemos integrar e simplificar processos para oferecer a melhor experiência às famílias e aos alunos?”, orienta.
De acordo com a profissional, se a escola adota um currículo internacional ou certificações específicas, este é o momento para refletir e discutir sobre os planos de ação e cronogramas para a implantação dos processos prioritários.
Para a formação contínua de professores, vale refletir sobre como a escola coleta dados para pautar suas decisões sobre as necessidades de formação inicial e contínua dos professores e se os próprios docentes são consultados quanto a isso.
“Algumas formações são oferecidas em consonância com as determinações legais para o funcionamento da escola, tais como os cursos de extensão ou pós-graduação em educação bilíngue, certificações de proficiência em língua adicional ou workshops exigidos pelos órgãos de certificação internacional. Outras são planejadas pela equipe escolar e oferecidas por talentos internos, especialistas ou consultores externos”, explica.
Vale destacar que a formação do professor é essencial para a implantação e aprimoramento contínuo do projeto pedagógico da escola. “Por isso, os recursos previstos para as formações precisam ser alocados de modo estratégico e uma boa dica são as ‘formações em rede’. Além das palestras ou oficinas para grandes grupos, quando professores ou lideranças participam de cursos individualmente ou em pequenos grupos, é importante que tenham oportunidades para trazer os insights e boas práticas para os demais colegas”, destaca.
No planejamento curricular, a profissional afirma que é importante ter em mente que a escola é um organismo vivo, dinâmico, em constante mudança. “O mesmo ocorre com o currículo, que pode ser classificado como: currículo escrito, currículo ensinado e currículo avaliado”, explica.
Ainda durante esse processo, é importante a gestão estar atento aos espaços, recursos e materiais, uma vez que nenhum ano letivo é igual ao outro. Mesmo que a sala de aula ou a(s) série(s) sejam as mesmas, os alunos serão outros, assim como os contextos locais, nacionais e globais.
“Personalizar espaços, apresentar recursos (multi)culturais e organizar os materiais de modo geral são ações previstas para a semana de planejamento, especialmente na educação infantil e séries iniciais. Mas por que não nas séries finais e ensino médio? Dar visibilidade à identidade dos professores e dos alunos é uma ótima maneira de promover uma aproximação e conexão antes da apresentação dos conteúdos. Permitir que os alunos contribuam com a organização, respeitando os protocolos de segurança, também é uma forma de valorizar o senso de pertencimento”, recomenda.
A comunicação com as famílias também deve ser estruturada durante o período de planejamento familiar. “O que buscamos juntos, escolas e famílias, é que cada aluno se sinta reconhecido, apreciado e que possa ter um ambiente seguro e saudável para o desenvolvimento de seus talentos e interesses e confiança para a descoberta do novo. Portanto, a comunicação próxima e efetiva deve ser um dos pilares da escola. No início do ano, algumas reuniões e comunicados organizam as informações e reforçam o sentimento de acolhida”, acrescenta.
Ainda segundo a profissional, pais de novos alunos devem ser acompanhados ainda mais de perto, pois além de não conhecerem todos os processos da escola, provavelmente estarão ansiosos com a adaptação do(s) filho(s). “Feedbacks semanais ou ao final do primeiro mês de aulas oferecem um sentimento de cuidado e comprometimento com o bem-estar do estudante”, sugere.